Dados
recentes do Banco Central mostram que o estoque de crédito concedido a empresas
e famílias cresceu 10,7% em apenas um ano, subindo de R$ 5,7 trilhões para R$
6,3 trilhões
Apesar do aumento
na taxa básica de juros, o crédito no Brasil tem registrado uma expansão significativa.
Dados recentes do Banco Central mostram que o estoque de crédito concedido a
empresas e famílias cresceu 10,7% em apenas um ano, subindo de R$ 5,7 trilhões
para R$ 6,3 trilhões.
Essa tendência
reflete tanto a necessidade de adaptação a um cenário econômico desafiador
quanto a busca por soluções para manter a sustentabilidade financeira em
diferentes setores.
Para analisar esse
fenômeno, conversamos com André Minucci, especialista em mentoria empresarial. Ele destacou os fatores que impulsionam esse crescimento do
crédito e os desafios que famílias e empresas enfrentam diante de um ambiente
de juros elevados.
Crédito
nas famílias: alívio emergencial ou armadilha?
Entre as famílias,
o aumento no uso do crédito é uma resposta direta ao impacto da inflação e à
redução do poder de compra. Modalidades como cartão de crédito, cheque especial
e crédito pessoal têm sido amplamente utilizadas para cobrir despesas
essenciais ou emergenciais. Contudo, essa solução pode se transformar em uma
armadilha financeira.
“Quando os juros
estão altos, o custo do crédito aumenta significativamente, tornando a dívida
uma bola de neve difícil de controlar,” alerta Minucci. Ele reforça que a falta
de educação financeira contribui para o uso desordenado do crédito, aumentando
os índices de inadimplência.
A solução, segundo
o especialista, está na adoção de um planejamento financeiro rigoroso e na
priorização de gastos essenciais. Além disso, ele recomenda a busca por
alternativas que evitem a dependência do crédito para equilibrar o orçamento
familiar. “Investir em educação financeira e criar uma reserva de emergência
são passos fundamentais para reduzir a necessidade de empréstimos e manter a
saúde financeira,” afirma.
Empresas
buscam crédito para sobreviver e crescer
O setor
empresarial também tem sido um dos principais motores desse crescimento do
crédito. Muitas empresas, especialmente as de pequeno e médio porte, estão
utilizando empréstimos para financiar capital de giro, expandir operações ou
investir em novas tecnologias.
“Em um cenário de
alta competitividade, muitas empresas optam por assumir os custos do crédito
para não perderem mercado,” explica Minucci. Contudo, ele alerta que o uso
indiscriminado de empréstimos pode levar a problemas financeiros graves,
especialmente para negócios sem um planejamento sólido.
Para ele, é
crucial que as empresas analisem a viabilidade dos financiamentos e busquem
alinhar seus investimentos ao retorno esperado. “O crédito deve ser uma
ferramenta estratégica e não uma solução de curto prazo que comprometa a
sustentabilidade do negócio,” comenta.
Equilíbrio
e estratégia são fundamentais
Diante desse
cenário, Minucci acredita que tanto famílias quanto empresas precisam adotar
uma abordagem mais estratégica. Ele recomenda que empresas invistam em
treinamentos de inteligência financeira para empreendedores, enquanto as
famílias devem priorizar o planejamento de gastos e a criação de reservas.
“O crescimento do
crédito, mesmo com juros altos, reflete a resiliência dos brasileiros. No
entanto, é essencial que essa expansão seja acompanhada de estratégias que
promovam equilíbrio e eficiência no uso dos recursos financeiros,” conclui o
especialista.
Embora o cenário econômico ainda apresente desafios, a busca por
conhecimento e planejamento pode transformar o crédito de um risco em uma
oportunidade, ajudando empresas e famílias a superarem adversidades e a
alcançarem seus objetivos financeiros.
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