Estudos mostram
que manter-se ativo contribui para que pacientes se sintam melhor durante
tratamentos
Durante o tratamento contra o câncer, efeitos
colaterais como náusea, problemas de pele, fadiga e perda de cabelo são
considerados normais e podem afetar boa parte dos pacientes. Embora comuns,
esses sintomas afetam diretamente a qualidade de vida das pessoas. Mas, com a
orientação e as estratégias corretas, eles podem ser significativamente
reduzidos.
Alguns estudos vêm indicando que a prática de
atividade física por pacientes que estão sendo submetidos à quimioterapia pode
ajudar a melhorar o bem-estar e a qualidade de vida dessas pessoas. Uma revisão
publicada em 2022 na revista Cancers, especializada em oncologia,
observou que “há uma associação entre mais atividade física e redução da
mortalidade em pacientes de câncer colorretal, de mama e de próstata, com uma
redução de risco de 40 a 50% observada em indivíduos que estavam praticando
atividade física”.
Para o coordenador da UPX Sports e do curso de Educação Física da Universidade Positivo (UP), Zair Cândido, esse tipo de literatura científica comprova os
benefícios de se manter ativo para o enfrentamento de diversas doenças, mesmo
as mais graves. “Precisamos, é claro, respeitar os limites do corpo de quem faz
o exercício, mas o movimento sempre trará algum tipo de benefício para quem
está em tratamento. No caso do câncer não é diferente”, afirma. Assim como a
adoção de padrões nutricionais saudáveis, os exercícios contribuem para que os
efeitos colaterais da quimioterapia e de outras terapias contra o câncer tenham
menos impacto sobre o bem-estar geral dos pacientes.
Como fazer
Nem sempre se trata, no entanto, de manter as mesmas
atividades físicas que o paciente costumava praticar antes do início do
tratamento. Cada caso precisa ser avaliado por uma equipe multidisciplinar, composta
de educadores físicos e médicos especialistas. “A maior parte das pessoas deve
optar por atividades de intensidade baixa a moderada, normalmente optando por
começar com sessões mais leves e ir aumentando essa intensidade conforme se
sentir confortável para isso”, detalha Cândido.
Também parece fundamental não permitir grandes
perdas ou ganhos de peso ao longo do tratamento com a quimioterapia. Perder
peso durante o processo é normal e há estudos que mostram que entre 40 e 80%
dos pacientes em quimioterapia devem apresentar quadros de desnutrição em algum
ponto do processo. “É muito importante acompanhar o tratamento com
nutricionistas especializados para garantir uma dieta equilibrada e que supra
as necessidades de um corpo em tratamento. Isso vai possibilitar que esse
paciente continue forte e não experimente perda muscular, colaborando ainda
para o sistema imunológico”, complementa.
Depois do tratamento
Por fim, é fundamental que a prática física
prossiga mesmo depois do fim do tratamento, como forma de manter o corpo ativo
e saudável. “Após um tratamento contra o câncer, o paciente pode precisar ainda
mais dos benefícios trazidos pelos exercícios. Isso significa que o fim do
tratamento não é o fim do movimento. Este deve continuar ao longo de toda a
vida, até como uma forma de recuperar a força e a capacidade física que a
pessoa tinha antes de todo esse processo que pode ser doloroso”, lembra
Cândido.
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