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domingo, 13 de outubro de 2024

Cirurgia plástica reparadora em crianças e adolescentes: recuperação da autoestima e do bem-estar

Freepik
Acidentes domésticos, cicatrizes da vivência infantil e deformidades congênitas estão entre os principais motivos que podem levar à necessidade do procedimento 

 

De acordo com o último censo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 6,6% dos procedimentos realizados anualmente no país são em crianças e adolescentes - de um total de 1,7 milhão de operações, mais de 115 mil ocorrem em menores de 18 anos. Os motivos que levam pais e responsáveis a procurarem os cirurgiões plásticos estão ligados principalmente à correção de deformidades adquiridas como consequência de queimaduras, sequelas de acidentes domésticos ou doenças, mordidas de animais, e cicatrizes da vivência infantil, ou questões congênitas, como lábio leporino, fenda palatina e “orelha de abano”. 

Esse tipo de intervenção pode também servir de auxílio no tratamento de problemas psicológicos causados por uma alteração física, que pode estar relacionada a episódios de bullying, baixa autoestima e ansiedade. “É indiscutível que a culpa do bullying sofrido pela criança não é dela, mas sim de quem o realiza. Entretanto, isso pode ter efeitos diretos no desenvolvimento de transtornos psicológicos, que impactam diretamente a interação social e desempenho escolar - grandes fatores de atenção durante a infância”, explica o cirurgião plástico Fabio Nahas, Diretor Científico Internacional da SBCP e Professor da Unifesp. 

Além dos aspectos psicológicos, há também questões relacionadas à saúde física da criança que podem ser beneficiadas com a cirurgia plástica. “Outra preocupação que vai além da estética é o crescimento excessivo das mamas em meninas. Nesse caso, o peso das mamas, desproporcional em relação à altura e peso da jovem, pode resultar em excesso de pressão na coluna, manifestando-se em dores intensas nas costas e prejudicando o brincar, tão importante nessa fase da vida”, afirma o cirurgião plástico.

 

E o SUS? 

No Brasil, é possível realizar esse tipo de tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e que atende a milhões de brasileiros em diversos serviços, inclusive nas cirurgias plásticas reparadoras. Para isso, é necessária uma indicação médica formal, comprovando que a criança deve passar pela cirurgia por estar com sua saúde física ou psicológica comprometida.

 

Tecnologia como principal aliada 

A segurança das crianças durante qualquer cirurgia é uma das principais preocupações para os pais, que naturalmente questionam se podem estar colocando seus filhos em risco. Fabio Nahas explica que, atualmente, a medicina conta com avanços tecnológicos que oferecem uma segurança ainda maior. “Hoje temos a integração de dispositivos que tornam as cirurgias realmente muito seguras, como o oxímetro de pulso, que monitora o teor de oxigênio no sangue durante o procedimento. Além disso, a capacidade de avaliar os níveis de gás carbônico no sangue e medir as ondas cerebrais do paciente dá ao anestesista a possibilidade valiosa de personalizar a anestesia de acordo com as necessidades específicas de cada um.” 

O controle de complicações e resultados assume, com o auxílio dessas tecnologias, uma posição de prioridade no âmbito da cirurgia plástica, especialmente quando se trata de procedimentos realizados em crianças ou adolescentes. “Desse modo, podemos proporcionar mais tranquilidade e confiança aos pais que optarem por este tipo de tratamento, responsável por desempenhar um papel fundamental na promoção de uma infância mais saudável e feliz”, completa Fabio.


 

Fabio Nahas - um dos cirurgiões plásticos mais renomados do país. Diretor Científico Internacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, foi vice-presidente da ISAPS (Sociedade Internacional de Cirurgia Estética) e é especializado em Cirurgia Plástica e Reconstrutora. Fabio Nahas é formado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com especialização em cirurgia geral e em cirurgia plástica pela USP. Realizou "fellowship" em cirurgia plástica na Universidade do Alabama, em Birmingham, nos Estados Unidos, tem Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP e é Livre-Docente pela Unifesp / Escola Paulista de Medicina. Atualmente, se divide entre a clínica particular, na região da Avenida Brasil, em São Paulo, e a vida acadêmica. É Professor Orientador de Teses de Mestrado e Doutorado e Professor da Escola Paulista de Medicina (Unifesp). É também Editor Associado do Aesthetic Plastic Surgery Journal, órgão oficial de publicações científicas da International Society of Plastic Surgery (ISAPS).


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