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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

12 de outubro

 

Dia Mundial dos Cuidados Paliativos: a importância da atenção integral a pacientes com doenças graves

Especialista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz reforça a importância da assistência integral a pacientes com doenças graves
 


12 de outubro é o Dia Mundial dos Cuidados Paliativos, data que visa ampliar a conscientização sobre essa assistência voltada para o alívio do sofrimento e a promoção da qualidade de vida. 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu os conceitos de cuidados paliativos como um tipo de assistência oferecida por uma equipe multidisciplinar, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças graves. 

Esses cuidados envolvem a prevenção e o alívio do sofrimento, além da identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. 

A Dra. Ana Paula Ramos, médica responsável pelo setor de Terapia de Suporte e Cuidados Paliativos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, reforça que essa prática vai além do acompanhamento em estágios terminais. 

"Existe um estigma de que os cuidados paliativos são destinados apenas ao fim da vida, o que não é correto. Eles são indicados para qualquer pessoa com uma condição grave de saúde, seja ela crônica ou aguda. Nosso principal foco é garantir qualidade de vida, independentemente da fase da doença," explica a médica. 

Segundo dados da OMS, cerca de 56,8 milhões de pessoas necessitam de cuidados paliativos anualmente, das quais 25,7 milhões estão no último ano de vida. No entanto, apenas 14% deles recebem o cuidado necessário, evidenciando um enorme desafio global.
 

O trabalho da Instituição

O Hospital mantém uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, que oferece assistência àqueles com outras doenças graves. O enfoque da equipe é integral, abrangendo o controle de sintomas físicos e o suporte psicológico e emocional, tanto para pacientes quanto para suas famílias. 

A identificação de pacientes que podem se beneficiar dos cuidados paliativos é feita a partir da solicitação das equipes médicas ou por meio de busca ativa conduzida pela equipe assistencial, garantindo que todos os pacientes em potencial sejam devidamente assistidos. 

Dra. Ana Paula ressalta a importância do diálogo constante e transparente com as famílias. “Cuidar de um paciente com uma doença grave envolve todos ao seu redor. Nosso papel não é só aliviar o sofrimento físico, mas também preparar e apoiar as famílias nessa jornada, fornecendo suporte contínuo e integral.”
 

O impacto dos cuidados paliativos 

Os cuidados paliativos proporcionam não apenas benefícios diretos ao paciente, como também melhoram consideravelmente a qualidade de vida das famílias. 

No Hospital Alemão Oswaldo Cruz, os pacientes são acompanhados de forma contínua, sendo aproximadamente metade deles com condições oncológicas e a outra metade com doenças não oncológicas, como doenças neurológicas degenerativas e cardíacas, o que reflete a diversidade de condições que podem se beneficiar dessa abordagem. 

O Hospital também se destaca na formação de novos profissionais. Desde 2021, oferece um curso de pós-graduação em cuidados paliativos em sua Faculdade, contribuindo para a capacitação e disseminação dessa abordagem no Brasil. 

Além disso, a equipe assistencial do Hospital realiza reuniões frequentes para discutir casos clínicos, com o objetivo de aprimorar constantemente o atendimento e garantir que todos os pacientes recebam a melhor assistência possível.
 

Esclarecendo mitos sobre os cuidados paliativos

Um dos maiores obstáculos na disseminação dos cuidados paliativos é a desconstrução de mitos sobre essa prática. Um equívoco comum é acreditar que eles significam a interrupção de todos os tratamentos médicos, o que não é verdade. A Dra. Ana Paula esclarece: "os cuidados paliativos não excluem terapias que prolongam a vida, como a quimioterapia ou até mesmo transplantes, desde que essas intervenções estejam alinhadas com o bem-estar do paciente." 

Muitos também acreditam que cuidados paliativos são indicados apenas quando não há mais esperança de cura, mas como destaca a Dra. Ana Paula, não é bem assim: “um dos maiores mitos é que os cuidados paliativos são sinônimo de morte iminente, mas na verdade eles são uma forma de garantir conforto e qualidade de vida em qualquer estágio da doença.” 

Outro mal-entendido frequente envolve o uso da morfina, analgésico que tem alto potencial no tratamento de dores agudas ou dores crônicas muito intensa. frequentemente associada à aceleração da morte. "A morfina é fundamental para o controle da dor e, quando administrada de forma adequada, melhora a qualidade de vida do paciente sem antecipar o óbito", enfatiza a especialista.

 

Hospital Alemão Oswaldo Cruz
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