No Pantanal, os
rios seguem em ritmo de descida e estão abaixo da faixa da normalidade na
maioria das estações, conforme indica novo Boletim de Monitoramento
Hidrológico, publicado nesta quarta-feira (18) pelo Serviço Geológico do Brasil
(SGB).Foto: Defesa Civil
De acordo com os
dados, em Ladário (MS) – estação de referência – a cota chegou a -38 cm. Essa é
a 10ª mínima histórica. Os níveis mais baixos, de -61 cm e -60 cm, foram
observados em 1964 e 2021, respectivamente.
Para a
pesquisadora em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB) Luna Gripp,
sem dúvida a bacia está em um processo de seca acentuada. “Em algumas das
estações temos observado o atingimento dos níveis mínimos da série histórica,
como na estação de Barra dos Bugres, onde o nível de hoje (27 cm) já é o mínimo
de toda a série de monitoramento. Em algumas estações os níveis estão bem
próximos; as mínimas históricas também. Então, é uma bacia que está passando
por esse processo realmente de seca mais avançado”, destacou.
“Em relação à
previsão de chuvas, os modelos indicam alguns milímetros ao longo das próximas
semanas, mas como os rios estão bastante secos, mesmo que essas chuvas venham
dentro da previsão, é provável que os rios continuem com níveis abaixo do
esperado para esse período do ano”, acrescentou Gripp.
Na última semana,
a Bacia do Rio Paraguai registrou um volume de chuvas de 5,5 mm, concentrado
nas bacias Miranda e Aquidauana. Os rios da região apresentam níveis abaixo do
normal para este período do ano, com exceção dos rios Cuiabá, Miranda e
Aquidauana, que apresentam níveis dentro do esperado. Em Cáceres, o rio
Paraguai apresenta o nível mais baixo do histórico para este período do ano.
Em Mato Grosso do
Sul, Porto Murtinho está na cota de 84 cm, a 5ª mínima da história. A estação
de Forte Coimbra, no município de Corumbá (MS), registrou -1,64 m. Os níveis
estão dentro da normalidade apenas em Cuiabá (MT) e Aquidauana (MS).
Apoio aos
municípios
A situação exige
atenção contínua, tanto no monitoramento quanto na adoção de medidas para enfrentar
os desafios impostos pela estiagem prolongada. Desde fevereiro, o SGB vem
alertando para o cenário de seca no Pantanal, devido à redução de chuvas na
região. Além de monitorar, o SGB também apoia os municípios com o Sistema de
Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), em períodos de crises hídricas.
O SIAGAS é um
repositório de poços perfurados no Brasil, e sua base tem mais de 371 mil
cadastrados, com 14 mil na Região Centro-Oeste. Disponível para consulta
pública, apresenta informações sobre fontes de águas subterrâneas. Desse modo,
permite identificar poços dos quais seja possível extrair água para usos
doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades.
Esse é um projeto
de grande importância para a gestão de políticas públicas, tanto em nível
nacional como estadual e sub-regional.
Parceria
O monitoramento
dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que
fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das
estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres,
a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.
As informações
coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas
linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de
Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na
plataforma SACE.
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