sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Serviço Geológico do Brasil divulgou, nesta quarta-feira (18), novo Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Rio Paraguai

Foto: Defesa Civil
No Pantanal, os rios seguem em ritmo de descida e estão abaixo da faixa da normalidade na maioria das estações, conforme indica novo Boletim de Monitoramento Hidrológico, publicado nesta quarta-feira (18) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).

De acordo com os dados, em Ladário (MS) – estação de referência – a cota chegou a -38 cm. Essa é a 10ª mínima histórica. Os níveis mais baixos, de -61 cm e -60 cm, foram observados em 1964 e 2021, respectivamente.

Para a pesquisadora em geociências do Serviço Geológico do Brasil (SGB) Luna Gripp, sem dúvida a bacia está em um processo de seca acentuada. “Em algumas das estações temos observado o atingimento dos níveis mínimos da série histórica, como na estação de Barra dos Bugres, onde o nível de hoje (27 cm) já é o mínimo de toda a série de monitoramento. Em algumas estações os níveis estão bem próximos; as mínimas históricas também. Então, é uma bacia que está passando por esse processo realmente de seca mais avançado”, destacou.

“Em relação à previsão de chuvas, os modelos indicam alguns milímetros ao longo das próximas semanas, mas como os rios estão bastante secos, mesmo que essas chuvas venham dentro da previsão, é provável que os rios continuem com níveis abaixo do esperado para esse período do ano”, acrescentou Gripp.

Na última semana, a Bacia do Rio Paraguai registrou um volume de chuvas de 5,5 mm, concentrado nas bacias Miranda e Aquidauana. Os rios da região apresentam níveis abaixo do normal para este período do ano, com exceção dos rios Cuiabá, Miranda e Aquidauana, que apresentam níveis dentro do esperado. Em Cáceres, o rio Paraguai apresenta o nível mais baixo do histórico para este período do ano.

Em Mato Grosso do Sul, Porto Murtinho está na cota de 84 cm, a 5ª mínima da história. A estação de Forte Coimbra, no município de Corumbá (MS), registrou -1,64 m. Os níveis estão dentro da normalidade apenas em Cuiabá (MT) e Aquidauana (MS).
 

Apoio aos municípios

A situação exige atenção contínua, tanto no monitoramento quanto na adoção de medidas para enfrentar os desafios impostos pela estiagem prolongada. Desde fevereiro, o SGB vem alertando para o cenário de seca no Pantanal, devido à redução de chuvas na região. Além de monitorar, o SGB também apoia os municípios com o Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS), em períodos de crises hídricas.

O SIAGAS é um repositório de poços perfurados no Brasil, e sua base tem mais de 371 mil cadastrados, com 14 mil na Região Centro-Oeste. Disponível para consulta pública, apresenta informações sobre fontes de águas subterrâneas. Desse modo, permite identificar poços dos quais seja possível extrair água para usos doméstico, industrial, para irrigação ou outras finalidades.

Esse é um projeto de grande importância para a gestão de políticas públicas, tanto em nível nacional como estadual e sub-regional.
 

Parceria

O monitoramento dos rios é realizado a partir de estações telemétricas e convencionais, que fazem parte da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O SGB opera cerca de 80% das estações, gerando informações que apoiam os sistemas de prevenção de desastres, a gestão dos recursos hídricos e pesquisas.

As informações coletadas por equipamentos automáticos, ou a partir da observação por réguas linimétricas e pluviômetros, são disponibilizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e, em seguida, apresentadas na plataforma SACE.


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