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Segundo a Talk.Inc, os Millennials são os que mais utilizam IA
no trabalho no Brasil
À medida que a inteligência artificial (IA) se torna uma presença
crescente na sociedade, seu impacto no ambiente de trabalho também começa a ser
notado. Embora muitas empresas ainda estejam tímidas na adoção formal dessa
tecnologia, o uso orgânico de IA pelos colaboradores vem acontecendo. Segundo
pesquisa da Talk Inc, 1/3 dos brasileiros no mercado de trabalho afirmam
que as empresas estão adotando essa tecnologia. Mas o uso das pessoas independe
da adoção das empresas, e extrapola para o trabalho, mesmo sem
que os empregadores tenham conhecimento.
A Talk.inc desenvolveu uma pesquisa sobre o uso da Inteligência
Artificial no Brasil. A pesquisa ouviu brasileiros das cinco regiões do país, de
diferentes classes sociais e que trabalham em diferentes setores. De acordo
com a pesquisa, 18% dos entrevistados utilizam IA tanto no trabalho quanto no
cotidiano.
Esse fenômeno desperta discussões importantes sobre o
papel da IA na transformação dos processos de trabalho e sobre a autonomia das
equipes em explorar novas ferramentas para aumentar a produtividade.
A pesquisa também revela que o uso de IA é mais prevalente entre
indivíduos com até 39 anos. A Geração Z (18-24 anos) tende a adotar a tecnologia
principalmente para uso pessoal, enquanto os Millennials (30-39 anos) a
utilizam mais no ambiente de trabalho.
“Essas tecnologias chegaram para colaborar no ambiente de
trabalho. Muitas pessoas entrevistadas relatam usar sem que seus chefes ou
colegas saibam. Com certeza um uso construído em conjunto entre funcionários e
empresa seria benéfico para ambas as partes, já que estudos fora do Brasil
mostram que empresas que usam IA apontam crescimento de até 20% em sua
produtividade”, comenta Carla Mayumi, sócia fundadora da Talk Inc.
O uso da IA no ambiente de trabalho pode ser classificado em três
principais vertentes:
Uso estruturado nas empresas: algumas organizações já começaram a
adotar a IA, incorporando-a em suas operações diárias. Há muitos casos
mencionados, entre eles advogados que utilizam IA para redigir cláusulas de
contratos, programadores que usam a IA para limpar códigos, gerentes de clínica
com automatização de agendamentos e um uso intenso ligado a produções de texto.
Uso orgânico pelos colaboradores: muitas pessoas têm realizado suas
tarefas sem o conhecimento ou a autorização formal das empresas. Esse uso ‘não
oficial’ abrange atividades como a redação de textos e e-mails, geração de
imagens, automatização de tarefas, entre muitos outros usos. Essa prática
aumenta a eficiência individual e quando existe abertura para ser relatado,
pode fazer com que a empresa ganhe eficiência. Um exemplo disso foi uma
funcionária que, ao recomendar o uso da IA à sua empresa, conseguiu a aprovação
do chefe, resultando no desenvolvimento de uma solução interna baseada nessa
tecnologia.
IA como ferramenta para trabalhos paralelos: outra vertente interessante, que
reflete uma tendência crescente nas novas gerações, é o uso da IA por
colaboradores que desejam explorar a produtividade em atividades fora do
emprego principal. Isso possibilita a criação de trabalhos paralelos que não
seriam viáveis sem o auxílio dessa tecnologia, diversificando as fontes de
renda das pessoas, aproveitando a eficiência proporcionada pela IA para
conciliar diferentes ocupações. Caso de um consultor financeiro com um emprego
formal que consegue fazer projetos de consultoria "por fora" graças
ao tempo ganho com uso de IA em ambas as frentes, a oficial e a não oficial.
Esse uso orgânico e não estruturado da IA no ambiente de trabalho
evidencia que muitas empresas podem estar atrasadas na adoção formal dessa
tecnologia. Enquanto isso, os colaboradores já estão à frente, aproveitando as
possibilidades da IA para aprimorar seu desempenho e produtividade. “Esses
exemplos mostram como a IA pode ser uma aliada poderosa na otimização de
tarefas específicas e na melhoria da eficiência profissional. Em um cenário em
que o tempo é escasso e as jornadas de trabalho nem sempre são ideais, essas
ferramentas permitem que os trabalhadores gerenciem suas rotinas de forma mais
eficiente e produtiva”, afirma Tina Brand, cofundadora da Talk.
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