Na década de 1970, Milton Friedman, renomado economista vencedor do Prêmio Nobel de 1976, defendia que “a responsabilidade social das empresas é aumentar os seus lucros”. Se na época tal teoria, publicada em artigo no jornal NY Times, já suscitava muitas críticas, imagine no cenário atual, onde a maioria das empresas reconhece que o impacto social e ambiental deve fazer parte de sua estratégia empresarial.
Hoje, as necessidades sociais e ambientais e as
oportunidades de negócio fazem parte de um planejamento único, transformando a
maneira como as organizações elaboram estratégias, impulsionam o desempenho e
reportam resultados.
Analistas da consultoria Deloitte defendem que as
organizações líderes adotem o modelo de “dupla missão transformadora”, que
aborda conjuntamente a rentabilidade e a sustentabilidade.
Para atingir esse equilíbrio, um dos grandes desafios da
indústria é otimizar a eficiência energética, de modo a reduzir custos e as
emissões de escopo 1, que são as emissões liberadas como resultado direto das
operações da própria empresa, e as de escopo 2, que são emissões indiretas da
geração de energia comprada de um fornecedor de serviços públicos.
Melhorar efetivamente a eficiência energética não é tão
simples, já que o consumo não está concentrado em um ou dois pontos das linhas
de produção, mas sim distribuído por diversos ativos, processos e instalações.
Para cada local onde as empresas consomem energia, é preciso escolher as
melhores abordagens a partir de uma longa lista de tecnologias para a melhoria
da eficiência, incluindo mudanças operacionais, soluções de automação
industrial e otimização de processos de produção. Acertar essas decisões e
implementá-las na melhor sequência requer uma análise cuidadosa e cálculos
detalhados de ROI.
Organizações adotam a produção sustentável
Desde o início da era industrial, o setor de manufatura tem
evoluído e se adaptado em resposta a inovações tecnológicas e mudanças nas
demandas do mercado. Agora, mais um drive vem se juntar a essa constante
revolução: os princípios ESG.
Em todo o mundo, organizações estão gerando benefícios
financeiros e ambientais com a produção sustentável. Segundo a Agência de
Proteção Ambiental dos EUA, a produção sustentável é “a criação de produtos
manufaturados por meio de processos economicamente sólidos que minimizam os
impactos ambientais negativos, ao mesmo tempo que conservam energia e recursos
naturais”.
Líderes de negócio adotam a produção sustentável para
reduzir custos e desperdícios, melhorar a eficiência operacional, obter
vantagem competitiva e manter a conformidade.
Além disso, devem investir em produtos sustentáveis que
sejam mais reparáveis e menos descartáveis para que possam ser reintroduzidos
na cadeia de produção (Economia Circular), reciclá-lo ou até facilitar no
processo de decomposição que reduza o impacto ambiental.
Esse movimento exige uma transformação empresarial em grande
escala, segundo análise da consultoria PWC. As empresas que estabelecerem novos
objetivos estratégicos terão que alinhar as suas operações comerciais com
práticas sustentáveis. E é aí que mora o grande desafio, alinhar os princípios
ESG com as ações práticas cotidianas da empresa, que já estão acostumadas há
muito tempo com conceitos que não são imediatos e com lucro predatório.
Por conta das mudanças relacionadas com as práticas ESG, em
muitos casos, os novos modelos levarão a transformações de grande alcance na
forma como a organização está estruturada e opera. Essas ações não são mais de
domínio de um grupo de especialistas, cada funcionário terá que lidar com isso
em seu trabalho e na sua vida cotidiana.
As empresas estão evoluindo suas estratégias de
sustentabilidade para responder a esses desafios. Na medida em que as
organizações investem em soluções de ponta, a união da tecnologia, como
sistemas de automação industrial, com os princípios ESG, abrirá caminho para um
futuro mais sustentável, resiliente e responsável.
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