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quarta-feira, 10 de julho de 2024

Como realizar o sonho de estudar fora do Brasil?

Muitas famílias pensam erroneamente que é caro estudar fora e que esse não é um sonho possível

 

Estudar fora do Brasil é um sonho de muitos jovens na atualidade. São inúmeros os motivos que levam ao desejo de realizar uma graduação no exterior. A oportunidade pode mudar a vida de um estudante para sempre, sendo um grande diferencial no mercado de trabalho, posicionando a carreira em alto patamar e permitindo um intercâmbio. “Quem estuda fora sai de sua zona de conforto e desenvolve habilidades socioemocionais muito importantes. Diplomas abrem portas para as contratações, mas essas aptidões mantém o aluno empregado e ajuda na evolução da carreira”, afirma Ana Claudia Gomes, que é educadora e também faz consultoria para alunos da EDF – Escola do Futuro Brasil, que querem estudar fora.

Segundo pesquisa Selo Belta 2023, o mercado brasileiro de educação internacional registrou um crescimento de 18% em 2022 em comparação a 2019, consolidando em 455.480 estudantes. Para a educadora um dos motivos deste crescimento é que os pais querem dar aos filhos a oportunidade que não tiveram. “Mas, ainda há famílias que acreditam erroneamente que é caro estudar fora e que esse não é um sonho possível. Porém, existem muitas universidades na Europa que dão oportunidade e ainda ministram as aulas em Inglês. Há também muitos países que precisam de mão de obra jovem e a empregabilidade em alguns deles está bem alta. Além disso, os custos são mais baixos e algumas nações até oferecem a nacionalidade para quem faz faculdade e estabelece moradia por cinco anos, como Holanda e Alemanha”, detalha. 

Porém, para realizar o tão sonhado intercâmbio, é muito importante o estudante se munir de informações, que são fundamentais para a concretização do plano.


 A preparação para estudar fora 

Ana Claudia orienta que é preciso ter foco e planejamento na preparação para estudar fora do Brasil e que a elaboração deve se iniciar no 9ª ano (9th grade), quando começa o Ensino Médio em muitos países. “É preciso cuidar do GPA (grade point average), que é uma média das médias de cada ano. Além disso, é importante ter um bom currículo de trabalhos sociais e liderança na escola; estudar com foco no SAT, que também é aceito para ingresso em muitas universidades privadas de alto nível brasileiras, como Insper, Mauá e FGV; demonstrar liderança e ser ativo socialmente nas atividades escolares e na comunidade. O ideal é ter todos os testes feitos com sucesso até o final do 2º ano (11th), já que o SAT tem validade de dois anos e pode ser usado também no Brasil. Ter boas notas no ENEM também ajuda em alguns países da Europa”, comenta.

Os jovens que estudam numa instituição com educação bilíngue alinhada com as melhores práticas globais, cujo o foco não é apenas aprender uma segunda língua, mas integrar Programas Nacionais e Internacionais, que tragam familiaridade com diferentes culturas e perspectivas, possuem mais facilidade em intercâmbios. “Quem estuda numa escola, como a EDF, que é reacreditada internacionalmente pela Cognia, está mais preparado, pois já fazem trabalhos voluntários, têm preocupação com o GPA, atuam em liderança na escola, trabalham traços de caráter, recebem o diploma americano e o brasileiro e possuem fluência em inglês. Esses alunos conseguem ótimas notas no SAT porque estudam numa escola que os preparam para isso”, explana.

O primeiro movimento, para cursar uma faculdade em outro país, é aumentar a proficiência na língua inglesa e também na língua do local escolhido. “O inglês é fundamental! Quem não estuda em escola internacional e não cursou o Ensino Médio na língua inglesa precisará fazer um teste de proficiência, que pode ser o TOEFL IBT, o IELTS, ou até o Duolingo. Cada universidade exige uma pontuação mínima. Se o estudante for estudar na Espanha, onde o curso será dado em espanhol, por exemplo, precisará ter um nível mínimo B2 de proficiência no DELE. Cada país e cada idioma tem seu teste de proficiência”, complementa

Confira mais alguns informações importantes listado por Ana Claudia Gomes: 

 Entenda o perfil individual: É muito importante essa compreensão no começo do processo. O aluno vai se dar bem morando fora, longe da família? Tem o perfil necessário? Prefere uma escola mais competitiva ou mais aconchegante, com poucos alunos em sala e mais atenção dos professores? Quanto pode pagar? Quais são seus pontos fortes para bolsa? Quer voltar ao Brasil depois de se formar? O curso pode ser validado no Brasil? Uma boa assessoria e as escolas trabalham com o aluno e a família nesse sentido. 

Pesquisar as universidades: Depois de saber qual curso pretende fazer, é fundamental escolher uma universidade e o destino. A pesquisa deve englobar desde porcentagem de aceitação; mínimo exigido em testes; currículo da formação que se almeja; valor da taxa de aplicação; buscar testemunho de alunos e ex-alunos; conhecer os custos; empresas parceiras das faculdades; possibilidades extracurriculares; saber o que as universidades estão fazendo; quais são as bolsas de estudo possíveis para alunos internacionais; e até fazer um tour virtual do campus. A maioria das empresas de assessoria faz um levantamento de informações para até 6 opções de instituições educacionais do exterior. Se a família precisar de muita bolsa, é recomendado aplicar para mais. Os counselors de escolas aplicam para mais, dependendo das necessidades de cada família.

 Ranking da universidade: Muitas famílias tomam decisões por esse ranking, mas há muitos fatores que definem essa avaliação, por isso, não é tão relevante. Depende do curso, e o mais importante é que a universidade escolhida seja compatível com o aluno. Alguns alunos querem estudar fora apenas se forem para MIT, Yale ou Cambridge.  Esse processo de admissão pode ser aplicado para essas instituições, mas há muitas outras, que também são excelentes mesmo não sendo Ivy Leagues e podem mudar o futuro do estudante para melhor, tanto quanto essas. Não é uma questão de status, mas de realização, oportunidade de viver uma experiência única, e aprendizado. 

Definir o destino:  Depois de escolher o curso, deve-se escolher o país, pois nem todas as faculdades oferecem todos os cursos na Europa. Muitas famílias querem a Flórida porque há voos mais baratos e é mais rápido, outras se preocupam com o custo de vida do local e até o clima e/ou alimentação. Na Europa, por exemplo, as universidades são mais baratas, mas a moradia é mais cara. Tudo deve ser avaliado e levado em consideração para a adaptação do aluno e de sua família. 

Atividades extracurriculares:  Isso é importantíssimo para que o currículo seja competitivo. As escolas internacionais e bilíngues já ajudam muito com isso, pois propiciam essas atividades.

 Pesquisar e fazer os exames necessários:  No site de cada universidade consta todas as informações sobre essas análises. Por isso, é importante ter uma tabela com as instituições educacionais prováveis e dedicar-se a uma pesquisa bem ampla e cuidadosa, principalmente se o estudante e a sua família estão fazendo isso sozinhos. Se houver uma assessoria, da escola ou contratada, tudo isso será feito por eles que darão toda a orientação necessária. 

Cartas de recomendação: A carta principal é a recomendação do Counselor da escola, ou se não houver, do coordenador(a). Algumas faculdades aceitam as cartas de até 5 professores. Essas mensagens devem ser escolhidas de acordo com o curso, por exemplo, para Engenharia, deve-se começar escolhendo os professores de física e matemática, e da mesma forma para outras disciplinas segmentadas. Mas, também é preciso ter uma recomendação de outra disciplina, como uma eletiva, por exemplo, pois isso mostra que o aluno é bom como um todo. Lembrando que nem sempre o aluno pode ver essa recomendação. Muitas são feitas online pelo professor, por meio de link enviado pela faculdade.

Ter seguro: Depois da matrícula na universidade o seguro é obrigatório. Não é preciso se preocupar com isso durante o processo. Só saber que é obrigatório e há esse custo. No site de cada universidade esse custo e os demais ficam claros, assim como as possibilidades de bolsa e os requisitos para concorrer às mesmas.

Documentos necessários: No momento da aplicação, cada faculdade pode solicitar uma documentação diferente, além de redações, cartas de recomendação, histórico escolar, comprovação de renda familiar, cópia do diploma, etc.  A Universidade de Malta, por exemplo, exige atestado de idoneidade. Cada faculdade é um caso. Por isso, fazer as aplicações com tempo e calma é fundamental, pois muitos documentos talvez precisem de tradução juramentada. Isso, se a escola não for internacional ou acreditada, pois nesse caso já emite os documentos em Inglês.

Conseguir o visto: Isso deve ser providenciado depois da matrícula. A escola manda uma carta, que no caso dos EUA é o I-20, que possibilita o visto de estudante. Apenas com esse documento é possível solicitar a autorização de estadia no país almejado, por isso obtê-lo só é possível após a matrícula.

Porém, a educadora salienta que a consultoria da escola ou contratada externamente por si só não faz milagres. “Cada aluno entra na faculdade que seu desempenho acadêmico permite. Financeiramente também depende das condições da família. Há diversas modalidades de bolsas como as acadêmicas, de esportes e de talento (como dança e música), mas, tudo só é possível depois do conhecimento do perfil do aluno. A escolha da lista de faculdades certa é muito importante. Para bolsas esportivas, é preciso contratar uma consultoria com especialização em seu esporte. Não basta jogar por hobby. Vai muito além, e nem sempre quem faz a aplicação acadêmica, faz as duas coisas”, completa a educadora e consultora da EDF – Escola do futuro.


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