Aderir a boas práticas de governança corporativa é
um pilar inteligente para estabelecer o comando saudável do organismo vivo que
é uma empresa. E, por mais que cada empreendimento conduza esse processo de
maneira bastante particular conforme sua realidade, demandas e expectativas,
existem certas tendências deste tema no mercado que devem ser considerados ao
estabelecer este modus operandis, de forma que contribuam para
a evolução deste tema no ambiente corporativo perante sua operação sustentável
e destaque competitivo.
Nos últimos anos, temos visto um avanço positivo da
compreensão desta estratégia no mercado. Isso foi comprovado em dados
divulgados na pesquisa ‘Pratique ou Explique: Análise Quantitativa dos Informes
de Governança’, realizada pelo IBGC, EY e TozziniFreire Advogados, a qual
identificou que a taxa média de aderência das companhias às práticas
recomendadas de governança chegou a 65,3% em 2023. A amplitude de setores que
aderem a essa ação também vem aumentando gradativamente, mostrando a importância
deste tema para uma condução mais assertiva dos processos internos.
Para reforçar a evolução da governança corporativa
e a conquista de resultados cada vez melhores, confira cinco tendências que vêm
se destacando em escala global e que se complementam quando colocadas em
prática:
#1 Conselheiros independentes: os
conselhos independentes são direcionadores estratégicos para uma empresa,
assegurando a saúde da estrutura de capital e a tomada de decisões assertivas
para a conquista dos objetivos estipulados. Antes, era comum que esses
profissionais tivessem um background mais direcionado para áreas financeiras e
comerciais – mas, hoje, podem vir de disciplinas muito mais variadas, tais como
recursos humanos, TI, dentre outros. Essa vastidão de origem é extremamente
benéfica para compor um time com experiências e visões diferentes, ampliando as
possibilidades de tomada de decisões estratégicas para a melhoria das
operações.
#2 Mudanças no perfil dos conselheiros: o perfil
típico de um conselheiro, antigamente, era um ex-CEO ou um profissional em fim
de carreira, que buscava a posição como forma de se manter ativo durante a
aposentadoria. Atualmente, esse perfil se tornou muito mais abrangente,
incluindo não apenas essas profissionais, mas também abrindo espaço para
talentos mais jovens que tenham uma trajetória respeitável e atuem nesta
posição de forma concomitante à vida executiva ou, até mesmo, aqueles que
desejam aportar seu know how em outro negócio –
contribuindo com novas ideias e formas de se manter ativo no mercado.
#3 Avaliação dos conselheiros e conselhos: assim como
qualquer outro profissional, as empresas vêm entendendo que os conselheiros
também precisam ser avaliados em suas funções. Principalmente, por se tratar de
uma cadeira que irá determinar as ações que serão colocadas em prática perante
o melhor desempenho do negócio. Existem muitas boas práticas de processos de
avaliação que podem ser aplicadas aqui – tais como a 360º, devido à sua
capacidade de fornecimento de uma visão mais completa possível do desempenho
individual, e ferramentas de assessment com features
específicas sobre seu comportamento em suas funções.
#4 Pluralidade na composição dos conselhos: compor um
time de conselheiros diverso tem sido cada vez mais visto com bons olhos pelo
mercado, seja pela sua área de conhecimento, identificação sexual, cor, idade
ou outros. Afinal, pessoas iguais pensam de forma similar e tendem a obter os
mesmos resultados. Mas, profissionais diferentes com experiências distintas e
visões abrangentes estimulam uns aos outros a sair da zona de conforto,
explorar novas ideias e a potencializar a conquista de resultados melhores.
Quanto mais plural essa composição for, melhor.
#5 Comitês: funcionando como um
desdobramento dos conselhos, os comitês vêm ganhando espaço no mercado com o
propósito de tratar temas específicos para essa área. Esse alinhamento com os
conselheiros é extremamente vantajoso para que determinados assuntos sejam
tratados com mais profundidade, sendo alguns dos mais comuns vistos os que atuam
Esses cuidados contribuirão diretamente para a
perenidade do negócio, através de visões diferentes e discussões positivas que
tragam novas ideias a serem implementadas. Porém, é importante destacar que
elas precisam ser blindadas contra interesses individuais, prezando sempre pelo
bem maior coletivo de crescimento da marca em seu segmento.
Assegurar a manutenção dessas boas práticas é o que
contribuirá para a evolução e melhora da governança corporativa, contando com o
apoio destas tendências para se aprofundar no que for condizente com a
realidade de cada empresa a favor de sua prosperidade. No final, quanto mais
inovações puderem ser agregadas, maiores as chances de os negócios serem mais
fortes e resilientes frente a circunstâncias mercadológicas.
Fernando Poziomczyk - sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.
Wide
https://wide.works/
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