Você, varejista, seja lá de qual for segmento for, sabe o quanto perde mensalmente em sua operação? Costuma fazer relatórios ou buscar informações de como estão as vendas e o estoque, por exemplo? Há ruptura, comercial ou operacional, em sua loja? Perguntas simples, que exigem respostas nem tão simples. Mas uma coisa é certa: a prevenção de perdas no varejo é indispensável para proporcionar aumento da governança operacional e o resultado financeiro. Trocando em miúdos, uma gestão bem-feita gera lucro na certa.
O varejo é impactado por perdas de inventário
ocasionadas, por exemplo, por furtos internos e externos. Já a operação gera
perdas através de vencimentos e avarias, sendo o primeiro tipo, aqueles
produtos que vencem na loja pela prática incorreta do PVPS (Primeiro que Vence,
Primeiro que Sai) ou excesso por erro na distribuição de estoque. As avarias
ocorrem por armazenamento e manuseio incorreto e por excessos, que ocupam maior
espaço do que o ideal e incorrem em acidentes.
A ruptura é um tipo de perda comercial, que ocorre
quando um produto não está exposto no ponto de venda por um erro operacional de
reposição/exposição do estoque. Ela também ocorre quando o nível de perdas de
inventário é alto e gera estoque virtual na loja (não ocorre a reposição, uma
vez que o estoque sistêmico utilizado para parametrizar as compras está
incorreto).
Uma das boas estratégias que pode ser utilizada no
varejo para potencializar as vendas é adotar um gerenciamento de categorias
eficiente, que possibilite determinar os produtos adequados ao mix de cada loja
de acordo com as características de consumo dos clientes, vendas agregadas,
up-selling e a exposição em loja com um trade marketing (outra estratégia) que
reflita a jornada do cliente e atenda aos relacionamentos mercadológicos.
Isso contribui para outra estratégia importante,
que é o planejamento de demanda, onde são adotados ações e métodos para alocar
corretamente os produtos de acordo com a demanda segmentada das lojas. Esse
processo, além de gerar mais vendas, melhora os resultados de perdas e a gestão
do fluxo de caixa.
Para combater as perdas e chegar ao sonhado lucro,
é preciso contar com o apoio da tecnologia. Cada vez mais é importante conhecer
o cliente e para isso, o uso de um CRM com inteligência é a solução adequada,
onde o varejista, com uma equipe dedicada para análises e estratégias,
conseguirá conhecê-lo individualmente e criar clusters, agrupamentos etc., para
que operacionalmente e comercialmente seja possível atender e gerenciar melhor
os estoques do negócio.
Para redução de perdas na loja se, de acordo com
uma análise dos inventários identificar que uma determinada loja é afetada por
furtos externos, é possível a implantação da proteção eletrônica de produtos
com detecção por antenas antifurto. Uma solução tecnológica indispensável para
a loja é o monitoramento das operações de caixa, onde é possível utilizar
imagens de câmeras de monitoramento que sincronizam com a operação de venda,
inclusive o cupom fiscal.
Isso proporciona um cruzamento de dados onde, se um
determinado item não é registrado no caixa, o sistema indica através da imagem
da câmera que houve uma inconformidade. É possível marcar os produtos de alta
perda citados anteriormente, para um monitoramento direcionado para os itens
que mais impactam os resultados da loja.
A exposição de produtos impacta diretamente nas
vendas e perdas. Se uma loja tem exposição agressiva de produtos de alta perda
– próximo ao acesso da loja ou aos caixas – ela deve ter em contrapartida um
monitoramento mais enfático dos colaboradores e o uso de sistemas de inibição,
como a proteção eletrônica com etiquetas ou caixas acrílicas. O uso de
comunicação visual como “essa área é monitorada por câmeras”, de acordo com a
legislação local, também é importante.
É importante como estratégia fundamental que a
cultura de prevenção de perdas esteja presente no negócio para todos os
colaboradores. Ela é composta por elementos visuais – comunicações, avisos,
banners de boas práticas, elementos gerenciais – reuniões diárias de resultados
de perdas, reforço de boas práticas, elementos comportamentais – reconhecimento
das lojas com melhor resultados de perdas, dos melhores colaboradores etc., e
por fim, elementos financeiros – indicador de perda como fator de bônus,
prêmios por resultados de inventários, campanhas de redução de vencimentos e
avarias etc.
A prevenção de perdas é uma cultura que deve estar no DNA de todos, com os seus elementos de gestão: pessoas, processos, auditoria, tecnologia e indicadores. E que esses pontos possam funcionar em sinergia e harmonia para obter, com inteligência e governança, os resultados esperados.
Anderson Ozawa - CEO da AOzawa Consultoria, especialista em governança Operacional e Corporativa, palestrante, consultor, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”
AOZAWA CONSULTORIA
www.aozawaconsultoria.com.br
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