Como as empresas de SST ajudam as organizações a realizarem uma gestão profissional do trabalhador em home office – mais de 20 milhões, principalmente nos aspectos ergonômicos e psicossociais
A
pandemia tornou comum o home office. Após esse período, empresas adotaram
retorno gradual às atividades presenciais, mas as novas tendências de trabalho
marcam a rotina dos brasileiros.
De
acordo com uma pesquisa do Datafolha, o trabalho remoto e o modelo híbrido são
os preferidos por 52% deles.
Um
estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
indicou, no ano passado, que o número de trabalhadores em home office, parcial ou integral, tem potencial para ser quase duas vezes maior do que o atual,
que está acima de 20 milhões.
Segundo pesquisa
da Bare International, líder em levantamentos sobre experiência do cliente, 38%
dos 592 entrevistados ouvidos trabalham em home office. Entre eles, 70%
afirmaram que não gostariam de voltar ao modelo presencial.
As
novas modalidades são defendidas principalmente pelas mulheres. Segundo dados
do PwC Brasil, empresa de auditoria e consultoria, em conjunto com o PageGroup,
referência em recrutamento de profissionais, 73% das mulheres preferem home
office ou regime híbrido, com uma ou duas idas ao escritório na semana,
enquanto homens são 61%.
Um
levantamento da JJL Consultoria - que ouviu 289 gerentes de RH e financeiros de
empresas com presença em 13 países da América Latina, mostrou que o
Brasil lidera hoje a adoção do modelo de trabalho híbrido: 86%
dos entrevistados atuam com o sistema que mistura dias da semana no escritório
com outros em casa. Esse índice supera o da América Latina, 71%, ainda de
acordo com o levantamento.
É nesse cenário, com muitos trabalhadores ainda em home office, que a gestão de
saúde e segurança se torna, mais uma vez, imprescindível.
Os
riscos ergonômicos do home office e como uma gestão adequada pode mitigá-los
Os
riscos ergonômicos do home office estão relacionados ao ambiente de trabalho e
às práticas inadequadas que podem levar a doenças musculoesqueléticas.
Segundo
o Dr. Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde e presidente da ABRESST
(Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho) e diretor
da Oncare Saúde, os riscos são variados. “Passam da postura inadequada
(sentar-se de forma incorreta pode causar dores nas costas, pescoço e ombros, e
uso de cadeiras não ergonômicas que não suportam adequadamente a coluna).
Também há a configuração inadequada do ambiente (como a altura incorreta da
mesa e da cadeira, ou o monitor colocado muito alto ou muito baixo, forçando o
pescoço).
O
médico ainda ressalta como riscos a falta de pausas regulares e os equipamentos
inadequados. “Longos períodos sentados sem pausas podem causar fadiga e
problemas circulatórios; e o uso de teclado e mouse que não são ergonômicos
pode causar lesões por esforços repetitivos (LER), assim como a falta de
suporte adequado para os pés”, elenca o presidente da ABRESST.
Uma
gestão adequada, visando o conforto ergonômico do trabalhador em home office,
precisa focar nas adequações de mobiliário e equipamentos, como priorizar a
utilização de uma cadeira ergonômica que suporte a curva natural da coluna;
promover ajustes na altura da cadeira para que os pés do trabalhador fiquem
planos no chão ou em um suporte para pés; e se certificar que a mesa está na altura
dos cotovelos quando estiver sentado. Também é necessário a verificação da
posição do monitor, teclado e mouse; e garantir uma iluminação adequada, para
evitar a fadiga ocular. “Além dessas providências recomendamos que o
colaborador faça pausas regulares e realize alongamentos simples para aliviar a
tensão muscular”, observa o médico.
Ele
enfatiza que uma gestão adequada da ergonomia no home office traz inúmeros
benefícios. “Além da prevenção de dores e lesões - já que minimiza o risco do
trabalhador desenvolver problemas musculoesqueléticos, uma gestão profissional
ainda aumenta a produtividade, pois um ambiente confortável e bem organizado
pode melhorar a concentração e eficiência. Também reduz o estresse físico e
mental, contribuindo para um melhor equilíbrio entre vida pessoal e
profissional. Implementar práticas ergonômicas no home office é crucial para
manter a saúde e a produtividade a longo prazo”, esclarece Dr. Ricardo Pacheco.
Os riscos psicossociais do home office e como
mitigá-los
Os
riscos psicossociais do home office podem afetar a saúde mental, o bem-estar e
a produtividade.
Entre
os principais riscos destacam-se o isolamento social – a ausência de interação
física com colegas pode levar ao sentimento de solidão e desconexão; a dificuldade
em separar trabalho e vida pessoal - a falta de um espaço físico dedicado pode
fazer com que as fronteiras entre trabalho e vida pessoal se tornem nebulosas,
levando a um desequilíbrio; o aumento da carga de trabalho – a percepção de
estar sempre disponível pode resultar em jornadas de trabalho mais longas e em
excesso de tarefas; estresse e ansiedade – a incerteza e a falta de controle
sobre o ambiente de trabalho podem aumentar os níveis desses distúrbios de
saúde mental; e falta de suporte e feedback – a comunicação menos frequente com
supervisores e colegas pode levar a uma sensação de falta de apoio e
reconhecimento.
Para
o presidente da ABRESST, a empresa de SST pode adotar estratégias específicas
para mitigar esses riscos. “Dentre elas enfatizo a importância de manter a
comunicação com esse trabalhador, por meio de videoconferências, chats e
e-mails para assegurar o contato regular com colegas e supervisores. Também é
imprescindível que sejam estabelecidos limites claros, com horários específicos
para o trabalho e para o descanso. Se possível, ajudar a empresa a criar um
espaço de trabalho separado - para delinear o período de trabalho e o pessoal;
e gerenciar o tempo, de forma que sejam priorizadas tarefas e estabelecidas
metas diárias para manter a produtividade sem sobrecarga”.
O
médico alerta que é absolutamente necessário que esta gestão ofereça apoio ao
trabalhador. “Sempre incentivando-o a conversar com colegas, amigos ou
familiares sobre suas preocupações e desafios. Além de oferecer os recursos de
saúde mental oferecidos pela empresa, como o apoio de um profissional, se
necessário. Sempre lembrando que as práticas de autocuidado precisam ser
mantidas, como uma rotina regular de exercícios físicos, alimentação saudável,
sono adequado e a reserva de tempo para hobbies e atividades de lazer que
ajudem a relaxar e desconectar do trabalho”, explica Dr. Ricardo Pacheco.
Ele
ressalta ainda que gerenciar os riscos psicossociais no home office é essencial
para manter a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores, garantindo um
ambiente de trabalho positivo e produtivo. “Além de promover a melhoria da
saúde mental - reduz o estresse, a ansiedade e a depressão, promovendo um
bem-estar geral; aumenta a produtividade – trabalhadores que se sentem apoiados
e equilibrados são mais produtivos e engajados; e promove maior satisfação no
trabalho - um ambiente saudável e equilibrado contribui para uma maior
satisfação e retenção de talentos”, afirma o médico e gestor em saúde.
Como o apoio das empresas especializadas em
Segurança e Saúde no Trabalho podem ajudar na gestão do trabalhador em home
office
Esse
apoio é fundamental para a gestão adequada dos trabalhadores em home office,
especialmente nos aspectos ergonômicos e de saúde mental. Essas empresas podem
oferecer uma série de serviços e recursos que ajudam a criar um ambiente de
trabalho mais seguro, saudável e produtivo.
“Na
promoção da ergonomia podem realizar avaliações ergonômicas remotas do ambiente
de trabalho do colaborador por meio de videoconferências; e oferecerem
recomendações específicas para ajustes no mobiliário, postura e disposição dos
equipamentos. Também podem promover programas de educação ergonômica, com
treinamento sobre boas práticas ergonômicas, uso correto de equipamentos e
técnicas de alongamento; bem como realizarem sessões práticas sobre como
configurar uma estação de trabalho ergonômica em casa; e orientarem a escolha
de cadeiras, suportes para monitores, teclados e mouses ergonômicos”,
exemplifica o médico.
Quanto
à prevenção da saúde mental do trabalhador em home office, Dr. Ricardo Pacheco
lembra que as empresas especializadas estão preparadas para promover programas
de bem-estar e saúde mental. “Desde a oferta de sessões de terapia online com
psicólogos e outros profissionais de saúde mental, até treinamentos específicos
para ajudar os trabalhadores a gerenciarem o estresse e a ansiedade. Muitas
ainda realizam check-ins periódicos para avaliar o bem-estar mental e emocional
dos colaboradores, e disponibilizam linhas de apoio e recursos para assistência
psicológica a qualquer momento”.
Com
a assessoria de uma empresa especializada, as organizações só têm a ganhar, visto
que a gestão profissional minimiza o risco de problemas de saúde que possam
levar a afastamentos, como lesões por esforços repetitivos e transtornos
mentais.
“Esse
apoio resulta em aumento da produtividade - colaboradores que trabalham em um
ambiente ergonomicamente adequado e têm apoio psicológico tendem a ser mais
produtivos; eleva a satisfação e permanência do trabalhador - demonstrar
cuidado com o bem-estar dos profissionais em home office aumenta a satisfação e
pode melhorar a retenção de talentos; e mantém a empresa em conformidade com
normas e regulações – ajudando-a a cumprir as normas legais de saúde e
segurança no trabalho, como a NR-17, mesmo em um ambiente remoto”, conclui Dr.
Ricardo Pacheco, presidente da ABRESST.
Portanto,
a assessoria especializada em SST é um investimento crucial para garantir que
os trabalhadores em home office mantenham a saúde física e mental, promovendo
um ambiente de trabalho seguro, saudável e eficiente.
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