O setor da saúde está em constante evolução, seja por conta dos
rápidos avanços tecnológicos, dos novos hábitos ou desafios geracionais. Em um
mundo onde as pessoas estão cada vez mais conectadas, torna-se urgente que os
temas relacionados à saúde e ao bem-estar também estejam em pauta nos canais
digitais. A partir de agora, com a Resolução CFM nº 2.336, de 2023, sobre
publicidade médica, que entrou em vigor desde o dia 11 de março, os
profissionais da saúde ganham mais liberdade e novos canais para trabalhar o
relacionamento com os pacientes.
De acordo com um levantamento da Comscore, o Brasil é o terceiro
país que mais consome redes sociais em todo o mundo, o que traz um cenário positivo
para os profissionais da saúde. É o que mostra o estudo “Panorama das Clínicas
e Hospitais”, feito pela Doctoralia,
maior plataforma de agendamento de consultas do mundo, junto com a Feegow
Clinic, com mais de 1.300 profissionais do setor, entre médicos e especialistas
de saúde como psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas; proprietários e
CEOs. A pesquisa identificou que 74% das instituições pesquisadas fazem algum
investimento em marketing. Deste total, 24% adotam estratégias avançadas, o que
demonstra que o setor tem consciência do impacto do marketing em seus
resultados. O estudo ainda mostra que 90% das instituições de saúde já estão no
Instagram, enquanto 68% estão no Facebook e 66% possuem site próprio.
Por isso, a nova norma é tão importante, ela determina que o
profissional da saúde tem o direito de apresentar os seus serviços à população,
mas, lembrando que o médico seguirá
sendo exclusivamente um
representante da medicina e não poderá praticar uma comunicação sensacionalista
ou autopromocional, garantindo que prevaleça um comportamento ético e respeitoso, além da clara
identificação do profissional e das respectivas especialidades em todas as
peças de divulgação. Neste
novo cenário, o corpo médico está autorizado a utilizar imagens dos pacientes
visando a demonstração do seu trabalho nas redes sociais, desde que garanta o
anonimato do paciente e tenha caráter educativo. Também é permitido criar e
gerenciar grupos de trabalho educativos para um público inexperiente no setor,
mas, não são permitidas consultas em redes sociais ou determinação de
diagnósticos fora de consultas formais.
O profissional também poderá implementar as mídias sociais e
aplicativos de mensagens instantâneas em estratégias de marketing e comunicação
com o objetivo de gerar o interesse de possíveis pacientes, seja pelo
tratamento, estrutura ou certificações oferecidas pelo médico, tornando
possível atrair um novo
público que, antes, só procuraria pelo atendimento em casos de emergência. Na prática, eles ganham espaço para
práticas multidisciplinares e mais colaborativas, adotando uma jornada mais
integrada e personalizada para tratar dos pacientes e aumentar a sua rede de
contatos.
Acredito que a chave para o sucesso em um mundo cada vez mais
digital e, com novos modelos de aproximação, é estar permanentemente atento aos
desafios éticos, como a proteção dos dados dos pacientes e a necessidade de
garantir que a tecnologia não substituirá o cuidado pessoal e humanizado, mas
que seja uma aliada do médico para munir os pacientes de informações e
fortalecer a reputação dos profissionais de saúde. A nova regulamentação da
publicidade médica abre espaço para que os profissionais se tornem mais
dinâmicos e, principalmente, tenham um relacionamento mais próximo do paciente,
levando assuntos ligados à saúde, cada vez mais, para o dia a dia dos
brasileiros.
Cadu Lopes - CEO da Doctoralia Brasil, Peru e Chile e Feegow Clinic.
Nenhum comentário:
Postar um comentário