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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Criar redes integradas por território é a solução para o SUS

Opinião

 

O Sistema Único de Saúde (SUS), uma conquista histórica do povo brasileiro, enfrenta uma crise sem precedentes, refletida em longas filas de espera, hospitais superlotados e tempos de espera inaceitáveis para atendimento e cirurgias. 80% da população brasileira depende exclusivamente do SUS. 

Com relatos de pacientes aguardando mais de 11 horas por um atendimento básico, e filas de espera de mais de 6 meses para a realização de cirurgias essenciais, é evidente que o atual modelo do SUS não está atendendo às necessidades da população de forma eficaz. 

A descentralização por meio das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), embora tenha sido uma tentativa de aliviar a demanda nos hospitais centrais, revelou-se insuficiente para resolver os problemas fundamentais de acesso e qualidade nos serviços de saúde. 

O atual cenário do SUS é alarmante e exige uma ação imediata. Não podemos mais aceitar que os brasileiros enfrentem condições tão precárias de atendimento médico, colocando em risco sua saúde e bem-estar. 

Diante desse contexto crítico, é necessário um esforço conjunto do governo, profissionais de saúde, instituições acadêmicas e a sociedade civil para remodelar o SUS e garantir um sistema de saúde acessível, eficiente e de qualidade para todos os brasileiros. 

Na minha visão, estudos e experiência de mais de 30 anos no setor de saúde, está mais do que na hora de agir, de remodelar este atendimento e de criar uma Política Nacional de Qualidade para dar uma sustentabilidade ao setor. Caso nada seja feito vamos viver um colapso na saúde pública. 

E a saída está na própria história do SUS: criar redes integradas por território, ou seja, cuidar das pessoas por região e de forma unificada e multidisciplinar. Desta forma, evitamos as longas filas e as idas e vindas da população nos postos de saúde por diversos bairros. 

A remodelação do SUS não é apenas uma questão de política de saúde, mas sim uma questão de justiça social e direitos humanos. Todos os brasileiros têm o direito constitucional a um sistema de saúde público, gratuito e de qualidade, e é nosso dever garantir que esse direito seja respeitado e cumprido.

 

Mara Machado - CEO do Instituto Qualisa de Gestão (IQG), que há 30 anos capacita pessoas e contribui com as instituições de saúde para reestruturar o sistema de gestão vigente, impulsionar a estratégia de inovação e formar um quadro de coordenação entre todos os atores decisórios.


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