A Dra. Elaine Dias JK, PhD em endocrinologia pela USP e metabologista, explica como as mudanças hormonais podem interferir nas emoções, no humor e na rotina das pessoas.
Quem nunca ouviu a “justificativa” de que o mau
humor era culpa dos hormônios? Acredite, eles realmente podem ser os
responsáveis pelas alterações de comportamento no dia a dia, além de muitas
disfunções, como aquelas relacionadas a fome, ansiedade, disposição, alteração
do cabelo, das unha, da libido etc. “Eles têm grande interferência na rotina
das pessoas, no bem-estar e no mal-estar. Por isso, precisam ser analisados por
um médico especialista, podendo haver a necessidade de tratamento medicamentoso
para equilibrá-los”, explica a PhD em endocrinologia pela USP, Dra. Elaine Dias
JK.
A médica exemplifica que em um dia estressante,
pode acontecer o descontrole na produção de leptina, que é um hormônio
anorexígeno, associado à diminuição da fome, e aumentar a grelina -hormônio
orexígeno-, que estimula a vontade de comer.
Além disso, sintomas como cansaço, desânimo, queda
de cabelo, unhas quebradiças, dificuldade para emagrecer, falta de foco, entre
outros, podem aparecer por conta da alteração do TSH, hormônio da tireoide.
“Durante as fases da vida, existem disfunções hormonais que correspondem à
evolução corporal, como na adolescência, quando há um pico de estrogênio e
progesterona e, consequentemente, uma redistribuição de gordura subcutânea, com
aumento de glúteos, coxas, braços, provocando os primeiros sinais de celulite e
retenção de líquido. Ainda nessa fase, acontece o aumento da testosterona, que
traz o excesso de oleosidade na pele e no cabelo, provocando acne, queda
capilar e alterações de humor”, comenta a endocrinologista Dra. Elaine.
A especialista ressalta que à medida que vamos
envelhecendo, temos uma diminuição do metabolismo. Isso começa, geralmente, aos
30 anos de idade e vai reduzindo a cada ano que passa. Essa alteração do
metabolismo se acentua após os 40 anos, fase em que começamos a perder 1% de
músculo ao ano se não nos cuidarmos.
“No climatério, o pico dos hormônios LH e FSH
resulta na perda de massa muscular, diminuindo o metabolismo. Além da redução
da progesterona e, principalmente, do estrogênio. Com isso, vem a diminuição da
libido, surgem as alterações de humor mais frequentes, como irritabilidade e
labilidade emocional, insônia, fogachos -conhecidos como os calores-, pele
seca, cabelos finos e as mudanças corporais com a flacidez de pele,
redistribuição das gorduras de forma centrípeta, gordura abdominal, além das
alterações cognitivas, como esquecimento, dificuldade de foco e raciocínio,
como se houvesse uma nuvem no cérebro”, alerta a Dra. Elaine.
Por isso, é fundamental a consulta com o
endocrinologista e o ginecologista a cada doze meses, para realização de exames
hormonais como da tireoide, ovários e hipófise. Além de TSH, T4 Livre,
estrogênio, progesterona, FSH e LH.
“Para garantir um resultado hormonal positivo,
também é necessário um estilo de vida saudável, com atividade física regular,
alimentação saudável e dormir de 7 a 9 horas por noite. Dessa forma, a
possibilidade de se ter alguma alteração hormonal é bem menor em relação a quem
não tem uma vida saudável”, finaliza a médica PhD em endocrinologia pela USP.
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