O exame é essencial para
a prevenção do câncer colorretal, objetivo da Campanha Março Azul Marinho
Ignorar os sinais de alerta e não realizar o
exame de colonoscopia periodicamente a partir de 45 anos de idade pode levar ao
desenvolvimento de câncer do cólon (intestino grosso) e do reto (a parte final
do intestino, que termina no ânus).
A advertência é da dra.
Marcella Guilherme Carolino de Sousa, coloproctologista do Seconci-SP (Serviço Social da
Construção), por ocasião da campanha Março Azul Marinho, de prevenção a este
tipo de câncer. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), esse é o segundo
tipo de tumor maligno de maior incidência, atrás apenas do câncer de próstata
em homens e do câncer de mama em mulheres.
De acordo com a dra.
Marcella, esta doença pode ser ocasionada por predisposição genética, mas
também por tabagismo, consumo de álcool, obesidade, dieta pobre em fibras,
consumo de alimentos ultraprocessados e excesso de carne vermelha.
“Os sinais de alerta são
sangramento nas fezes, mudanças de hábitos do intestino (como prisão de
ventre), dores abdominais e cólicas frequentes, emagrecimento sem motivo e
anemia. Quando algum desses sinais aparecer, a pessoa deve procurar imediatamente
o médico, para diagnóstico e tratamento”, destaca a coloproctologista.
Importância do exame
A maioria dos cânceres de
cólon se origina em pólipos, “verruguinhas” que surgem nas paredes do
intestino. No início, esses pólipos são benignos, mas se não forem retirados,
podem se transformar em malignos em até 10 anos. “Daí a importância da
colonoscopia, um exame em que estes pólipos são visualizados e retirados”,
afirma.
Uma vez que este tipo de
câncer acomete pessoas cada vez mais jovens, a dra. Marcella segue a
recomendação da Sociedade Americana de Proctologia, que preconiza a realização
da primeira colonoscopia aos 45 anos de idade. Dependendo do resultado, o exame
deve ser repetido em períodos de 2 até 10 anos. “Mas se a pessoa tiver um
parente de primeiro grau em que tenha sido detectado câncer de cólon, deve
também realizar uma colonoscopia, mesmo que não tenha nenhum sinal de alerta”,
recomenda.
A colonoscopia é realizada
mediante a introdução de um tubo denominado colonoscópio pelo reto do paciente
sedado e dormindo, que não causa nenhuma dor. Para uma visualização perfeita da
existência de pólipos menores que 1 cm, é preciso que o intestino esteja
completamente limpo. Assim, no período anterior ao exame, o paciente precisa
esvaziar o intestino mediante uso de laxantes, o que provoca algum desconforto.
“As pessoas não precisam ter
medo, a colonoscopia é muito segura e indolor, o risco de complicações durante
o procedimento é baixíssimo, ocorre em menos de 0,1% dos casos”.
A dra. Marcella comenta que
o SUS ainda não divulga a colonoscopia como exame de prevenção, recomendando
apenas o exame de sangue oculto nas fezes. Entretanto, esse exame não detecta
necessariamente a presença de pólipos, daí a razão de a Sociedade Brasileira de
Proctologia pressionar o Ministério da Saúde em favor da colonoscopia, sob o
argumento de que sairá muito mais caro tratar o paciente com câncer colorretal.
No Seconci-SP, o paciente é
examinado e, se for o caso, sai com uma prescrição para realizar a
colonoscopia, mediante convênio ou particularmente.
“Esta é a mensagem principal da Campanha Março
Azul: siga a orientação de seu proctologista e faça a colonoscopia
regularmente, evitando o risco de câncer colorretal”.
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