Soluções inovadoras podem destravar significativamente o desempenho dos empreendimentos, principalmente, em setores tão prósperos como o agronegócio. Com uma participação importante para a economia brasileira, estes investimentos no segmento se tornam primordiais para sua melhoria contínua, visto que, hoje, ele ainda enfrenta certas dificuldades em busca de sua autossuficiência. Apesar disso, não há motivos de desânimo, pois quanto maior for a disseminação da importância deste mindset inovador, cada vez mais o Brasil se consolidará como uma referência no agronegócio mundial e um dos principais expoentes nessa cadeia.
Os avanços tecnológicos presenciados pelo mercado
nos últimos anos foram extremamente importantes para contribuir com um maior e
melhor desempenho do agronegócio. Isso fez com que, atualmente, 84% dos
agricultores brasileiros já estejam utilizando, ao menos, uma tecnologia
digital como ferramenta de apoio à sua produção agrícola, segundo uma pesquisa
conduzida pela Embrapa em parceria com o Sebrae.
Porém, inovações tecnológicas ainda não conseguem
ser inteiramente aproveitadas por alguns segmentos do agro, o que prejudica
este objetivo da autossuficiência. Esse é o caso do mercado de fertilizantes,
cuja produção nacional, historicamente, é bastante inferior à nossa demanda
interna, mesmo que sejamos considerados como o quarto maior consumidor do mundo
neste setor. Nossa dependência de importação vem aumentando consecutivamente
nos últimos anos, tendo agravado ainda mais devido aos impactos da Guerra na
Ucrânia – uma vez que a Rússia é responsável por 23% das importações de
fertilizantes utilizados nas lavouras brasileiras.
Ainda, o desenvolvimento de moléculas e formulações
é também uma dificuldade em termos de autossuficiência, devido ao mesmo motivo
de dependermos mais de importações do que investirmos no aprimoramento
internamente. Há um déficit nítido que afeta todas as pontas da cadeia do
agronegócio, da nutrição (como o caso dos fertilizantes), às áreas defensivas
(combate às pragas), que evidenciam a necessidade de direcionarmos esforços a
iniciativas inovadoras que reduzam esta necessidade externa e priorizem
soluções voltadas às condições climáticas e adversidades de cultivo do país.
A carência em termos de tecnologia e investimentos
em inovação é um dos principais motivos que justificam tamanha dificuldade, uma
vez que, se compararmos a grandes potências mundiais como os Estados Unidos, a
cooperação entre o poder público e as instituições de ensino favorece o
destrave inovador do país em relação ao mundo. A mesma cooperação precisa ser
priorizada no Brasil, criando um ecossistema que seja favorecido por
iniciativas ligadas entre essas partes que compartilhem conhecimento em prol da
aplicação de ações inovadoras.
Apesar disso, é importante salientar que existem
muitas empresas investindo “sozinhas” em prol deste objetivo, o que merece
destaque para a reversão deste cenário e como forma de incentivo para que cada
vez mais parcerias possam se firmar e desencadear uma participação cada vez
mais ativa neste sentido em nosso país.
Nos tornarmos referência no desenvolvimento agro e
realizar esse arranjo autossuficiente produtor não é algo simples, considerando
as barreiras que vemos atualmente. Reverter essa realidade requer agilidade e
conhecimento desses mecanismos de fomento para que possamos tornar nossa
produção nacional mais ágil e assertiva, aplicando pesquisas de ponta que
identifiquem os pontos fortes e fracos do setor para que possamos implementar
ações inovadoras que destravem o potencial brasileiro no mercado.
A boa notícia é que há recursos disponíveis para
que o Agro invista em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação, para que
possamos caminhar rumo a autossuficiência de toda a cadeia. Ainda, existem
políticas públicas no Brasil que devem ser aproveitadas em conjunto com essa
expertise, de forma que não precisemos mais depender da importação de insumos
básicos que teríamos plena capacidade de prover internamente.
Alguns exemplos nesse sentido são a Lei do Bem e o
Programa Mais Inovação Brasil, além de propostas atuais em editais de subvenção
econômica direcionadas ao ramo da agricultura, sendo a mais recente a chamada
pública Cadeias Agroindustriais Sustentáveis do programa Mais Inovação Brasil
da FINEP, a qual tem como verba total R$ 280M. A participação neles pode trazer
muitas vantagens econômicas para a adoção de estratégias de inovação, o que
ressalta a necessidade de as empresas contarem com o apoio de um parceiro com
expertise no ramo.
Todas essas iniciativas irão atuar como
facilitadores no fornecimento da capacidade de gerenciamento das estratégias
implementadas, entendendo as dores da empresa, mapeando o setor, analisando
déficits e desafios, gerenciando riscos que possam colocar o negócio em risco e
direcionando às melhores ações que possam trazer os resultados esperados.
Pablo Guerreiro - líder técnico no FI Group, consultoria especializada na gestão de incentivos fiscais e financeiros destinados à PD&I.
FI Group
https://br.fi-group.com/
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