Estresse faz mal para os dentes? Especialista explica quais impactos o problema pode causar à saúde bucal
Bruxismo e doenças periodontais estão relacionados
com casos de estresse crônico, assim como cáries e aftas
O
estresse pode gerar impactos negativos à saúde bucal, afetando os dentes e
também a gengiva. A condição, quando crônica, pode acarretar em hábitos
prejudiciais, como ranger os dentes e apertar a mandíbula de forma excessiva.
Esses costumes aumentam a probabilidade do desenvolvimento de bruxismo, além de
levar ao desgaste dental, sensibilidade e até mesmo fraturas.
Estudos
conduzidos entre 1990 e 2006, constataram que eventos negativos relacionados à
vida e fatores psicológicos, como estresse, ansiedade, depressão e angústia,
podem contribuir para o surgimento de doenças periodontais. Também foi
observado que pessoas estressadas, possuem maior probabilidade de adotar
costumes que causam problemas gengivais e nos dentes, como fumar, não realizar
o cuidado correto com a boca ou deixar de fazer acompanhamento
odontológico.
Segundo
pesquisadores, altos níveis de cortisol - hormônio produzido em maior
quantidade pelo corpo em momentos de estresse - podem diminuir a imunidade do
corpo, o tornando mais vulnerável a doenças periodontais.
Um
estudo publicado em 2022 no Brazilian Journal of Pain, relata que a pandemia de
COVID-19 afetou os quadros de transtornos psicológicos, como ansiedade e bruxismo
na população brasileira. Cerca de 71,41% dos entrevistados relataram estar
apertando ou rangendo os dentes e 100% disseram que estavam se sentindo mais
estressados e nervosos durante o período de afastamento social.
De
acordo com Paola Kerber, Gerente de Operações da Yappy, principal centro de
odontologia de precisão do país, o estresse crônico pode tornar as gengivas
mais suscetíveis a doenças periodontais, por afetar o sistema imunológico. “Ele
provoca mudanças no comportamento e também altera o funcionamento do sistema
nervoso, endócrino e imunológico, influenciando o resultado de uma terapia
periodontal”, relata.
A
ulceração aftosa bucal é outra doença inflamatória que pode surgir por conta do
estresse crônico. Sua manifestação é caracterizada por úlceras solitárias ou
múltiplas, que surgem na boca e provocam dor. “O estresse está entre os fatores
que causam a doença, já que o aparecimento das feridas coincide com períodos de
desequilíbrio emocional”, complementa a especialista.
Adoção de práticas diárias
para manter uma boca saudável
Os
hábitos diários de higiene são influenciados em decorrência do estresse.
“Quando uma pessoa está estressada, ela pode acabar negligenciando sua rotina
de escovação e uso de fio dental, agravando problemas bucais já existentes”,
conta Paola Kerber.
Realizar
a escovação dos dentes todos os dias, incorporar o uso do fio dental como
medida preventiva contra cáries e problemas gengivais, e seguir uma dieta
balanceada são hábitos essenciais que não devem ser negligenciados na rotina
diária. Em contrapartida, roer as unhas e o tabagismo prejudicam a saúde bucal
e dental, devendo ser evitados.
É
importante reconhecer os efeitos do estresse crônico e adotar estratégias
diárias de gerenciamento, como exercícios de relaxamento e práticas saudáveis.
“Uma rotina regular de visitas ao dentista também não deve ser negligenciada. O
acompanhamento personalizado, para monitorar e tratar problemas bucais, sejam
eles decorrentes do estresse ou não, é essencial”, completa.
Odontologia de precisão como
suporte para o cuidado com a saúde bucal
Manter
um acompanhamento odontológico, de preferência com profissionais que tratam
cada caso de maneira personalizada, é indispensável para o cuidado com a
cavidade oral e os dentes.
O
uso de tecnologias digitais é frequentemente utilizado na odontologia de
precisão, incluindo a captura de imagens em 3D, scanner da boca e até mesmo
avatares que permitem uma análise minuciosa das condições bucais.
“Com
a odontologia de precisão é possível realizar uma avaliação completa da saúde
bucal, considerando não apenas os casos visíveis, mas também fatores diários,
como o estresse, e como eles podem contribuir com o surgimento de problemas
dentários”, acrescenta Paola Kerber.
Vale
lembrar ainda que o acompanhamento psicológico também desempenha um papel
crucial como complemento para o cuidado com a saúde bucal. Um terapeuta pode
ajudar a identificar e gerenciar fatores que ocasionalmente geram impactos na
boca, resultando em cuidados dentários mais eficazes.
Yappy
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