O diagnóstico precoce da hidrocefalia, que muitas vezes é confundido com quadros de demência em idosos, é um dos desafios. Por essa razão, a Hydrocephalus Association, entidade norte-americana sem fins lucrativos, acaba de instituir 20 de setembro como o Dia Mundial da Hidrocefalia. No Brasil, o Dia Nacional de Atenção aos Portadores de Hidrocefalia é 25 de outubro. A brain4care, healthtech brasileira pioneira no mundo no desenvolvimento da tecnologia não invasiva de monitorização da pressão e complacência intracraniana - um sinal neurológico que, ao lado dos demais exames utilizados, tem se revelado importante no diagnóstico, tratamento e acompanhamento em casos de hidrocefalia - convida a todos a participarem da campanha de conscientização da HÁ
O Prof. Sérgio Mascarenhas (1928-2021) e a pequena Maya,
que percorreram uma longa jornada diagnóstica até a
confirmação da hidrocefalia e o resgate da qualidade de vida
Divulgação/brain4care
A Hydrocephalus Association (HA), entidade norte-americana sem fins
lucrativos, criada em 2003, acaba de definir 20 de setembro como o Dia Mundial
da Hidrocefalia. No Brasil, a data voltada à conscientização sobre a patologia
foi criada em 2019, por meio de projeto
de lei, e instituiu 25 de outubro, como o Dia Nacional de Atenção aos
Portadores de Hidrocefalia. Cerca de 400 mil crianças por ano no mundo recebem
o diagnóstico de hidrocefalia e estima-se que a doença acomete 8 milhões de
idosos do planeta, de acordo com a HA.
No Brasil, com base em estimativas de estudos
realizados com informações de sistemas de saúde a incidência de hidrocefalia é
de 1-3 por 1.000 nascimentos somente para a congênita ou de início precoce,
acrescentando hidrocefalias adquiridas; 60% dos casos ocorrem em
recém-nascidos; e 40% em idosos. Grave em relação aos idosos é que muitas vezes
a hidrocefalia é confundida com Mal de Parkinson, Alzheimer e outras
demências.
Entendendo a hidrocefalia
O cérebro e a coluna vertebral são banhados pelo
líquido cefalorraquidiano (LCR), que flui através das cavidades. A hidrocefalia
acontece quando há acúmulo desse líquido nas cavidades do cérebro, aumentando o
tamanho dessas estruturas e fazendo pressão sobre o cérebro (hipertensão
intracraniana). Caso a hidrocefalia não seja diagnosticada e tratada
precocemente, o aumento da pressão intracraniana causará danos cerebrais.
A hidrocefalia pode ocorrer em qualquer idade e o
tratamento cirúrgico da doença para inserção de uma válvula de derivação pode
restaurar e manter os níveis normais de líquido cefalorraquidiano no cérebro.
Em geral, esse sistema é composto por dois cateteres e uma válvula que
redireciona o excesso de líquido do ventrículo do cérebro para outra parte do
corpo, proporcionando alívio de longo prazo para pessoas com hidrocefalia.
As causas da doença ainda são pouco conhecidas, mas
entre seus sintomas, que variam de acordo com a idade, estão: cabeça muito
grande (em recém-nascidos); dores de cabeça; sonolência; alteração no estado
mental, como confusão; visão turva ou dupla; náusea; dificuldade de andar;
incontinência urinária.
O desafio do diagnóstico
precoce e a contribuição brasileira
O grande desafio é o diagnóstico precoce. No caso
de pessoas com mais de 80 anos, por exemplo, a literatura médica aponta que
entre 10% e 30% dos casos diagnosticados com demência podem ter causas
reversíveis como a hidrocefalia. Ou seja, das milhões de pessoas que
envelhecem e começam a ter declínio cognitivo, se 1 em cada 3 ou 1 em cada 10
tiverem o diagnóstico correto de hidrocefalia, elas podem ser tratadas e
recuperar sua qualidade de vida. Portanto, uma das importantes mensagens da
campanha da HA é “destacar a necessidade crucial de diagnóstico e tratamento
imediatos”.
Nesse contexto, a contribuição do Brasil é relevante
porque a ciência brasileira é pioneira no mundo no desenvolvimento da
tecnologia brain4care, um método não invasivo de monitorização da pressão e
complacência intracraniana, que tem como uma de suas aplicações importantes,
auxiliar no diagnóstico assertivo de hidrocefalia e fornecer dados essenciais
no acompanhamento e regulagem da válvula de derivação em pacientes tratados com
esse recurso.
A tecnologia, aprovada pela Anvisa no Brasil, e
FDA, nos Estados Unidos, é utilizada ao lado dos demais exames que fazem parte
do protocolo de diagnóstico de hidrocefalia em pessoas de todas as faixas
etárias. Antes da tecnologia brain4care, a única maneira de ter acesso a dados
sobre a pressão intracraniana era por métodos invasivos - o padrão ouro a
inserção cirúrgica de um cateter na caixa craniana.
Na jornada de médicos que passaram a utilizar a
brain4care, há exemplos de pacientes idosos que começam a apresentar declínio
cognitivo e incontinência urinária, sem qualquer alteração nos exames de
imagem, mas com hipertensão intracraniana alterada na monitorização. Tratado
com medicamento, um desses pacientes deixou de ter incontinência urinária na
primeira semana e logo os sinais de declínio cognitivo desapareceram. Outro
paciente, com cefaleia aguda, teve desfecho diferente. A monitorização mostrou
uma hipertensão intracraniana grave e ela precisou ser internada para realizar
uma punção liquórica (tap test) para aliviar a pressão do cérebro. Essa
paciente fez uma cirurgia para colocação de válvula de derivação e não teve
mais cefaleia.
Campanha de conscientização
sobre hidrocefalia
Para contribuir com a campanha internacional de
conscientização sobre hidrocefalia, promovida pela HA, a brain4care a partir de
20 de setembro e ao longo de outubro, vai divulgar em seus meios de comunicação
no Brasil e Estados Unidos – redes sociais, painéis científicos e ações de
imprensa – informação referenciada sobre hidrocefalia, além de histórias de
pacientes, com foco na conscientização sobre a doença e, principalmente, no
diagnóstico precoce e tratamento.
Para apoiar conosco a campanha internacional da HA,
acesse:
https://www.hydroassoc.org/whd/
brain4care
https://brain4.care/
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