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Mas o que
pode ser feito para ajudar as crianças a se protegerem desses abusos? Como os
pais podem ajudá-las a se tornarem menos vulneráveis e a reconhecerem e
reportarem se esta violência acontecer com elas? A psicóloga, orientadora
educacional e autora do livro infantil "O poder de me proteger",
Mariana Motta, dá 5 dicas para serem implementadas no cotidiano familiar:
Divulgação / Mariana Motta |
- Crie um canal de comunicação desde cedo: As
crianças precisam saber que podem (e devem) conversar com seus pais sobre
qualquer coisa. Elas devem se sentir ouvidas e validadas, além de entender
que aquele é um lugar seguro para compartilhar qualquer sentimento,
dúvida, medo ou insegurança. Quando a criança sabe com quem contar e em
quem pode confiar, cria-se uma rede de proteção e aumenta-se a chance de a
criança pedir ajuda quando necessário.
- Aprenda sobre a realidade do abuso: Um
pilar importante quando se fala de prevenção de abuso é o conhecimento dos
adultos sobre o assunto. Há muitos mitos que rondam o abuso sexual contra
crianças, por isso saber da realidade, entender as técnicas usadas pelos
abusadores, os sinais de alerta e outras questões relacionadas a isso é
uma forma eficaz e essencial de proteger os pequenos.
- Não force a criança a abraçar e beijar ninguém: As
crianças devem entender que são as donas dos próprios corpos e que têm o
poder de decidirem quando, como e por quem seus corpos são tocados. Por
isso, jamais force seu filho a trocar carinho de forma física com ninguém.
Deixe que ele escolha se relacionar da maneira que se sente confortável.
Isso ensina as crianças a respeitarem o corpo do outro e terem seus corpos
respeitados também.
- Fale sobre partes íntimas: É
importante que este assunto não seja um tabu. Ensine os nomes corretos
para que a crianças tenham uma compreensão clara de seu corpo. Explique
quem pode ver e tocar suas partes íntimas, como e para quê. Assim, as
crianças terão o vocabulário e a compreensão necessária para reportar se
algo fora do comum acontecer.
- Ensine o conceito de "seguro" e "inseguro": Reconhecer o que as fazem sentir segurança, o que é um toque seguro, um segredo seguro e um relacionamento seguro, é parte essencial da prevenção do abuso. Uma vez que compreendem esses conceitos, tornam-se capazes de reconhecer situações inseguras, e então cabe aos adultos ensiná-las sobre o que fazer diante destas situações.
Mariana Motta - Psicóloga, pós-graduada em Neuropsicologia e mestre em Educação, Mariana Motta atua há 14 anos na área de Educação Infantil na Escola Americana de Campinas. Desenvolve um trabalho de Proteção Infantil com alunos, professores e famílias com objetivo de compartilhar informações e ferramentas práticas para proteger crianças. Realiza ainda workshops com pais sobre sexualidade, desenvolvimento de habilidades socioemocionais e diversos assuntos relacionados ao desenvolvimento infantil e à criação de relações respeitosas. O poder de me proteger é resultado do trabalho que a profissional dissemina em sala de aula e também nas redes sociais.
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