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Com 42 votos favoráveis e 12 contrários, o texto foi aprovado em primeira votação na Câmara Municipal. Agora estão previstas oito audiências públicas antes da segunda e definitiva votação
A revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da
cidade de São Paulo foi aprovada pela Câmara dos Vereadores, em primeira
votação, na última quarta-feira (31). Trata-se da principal lei de planejamento
urbano da capital, que define como o município deve crescer e se desenvolver.
O Projeto de Lei traz alterações pontuais ao PDE
aprovado em 2014 e, tem vigência até 2029. O texto votado foi finalizado em 23
de maio pelo relator da revisão, o vereador Rodrigo Goulart (PSD), e teve 42
vereadores favoráveis e outros 12 que votaram pela não procedência do projeto.
A partir de agora, serão realizadas oito audiências
públicas sobre a proposta até a segunda e definitiva votação - prevista para 21
de junho.
Na visão do Conselho de Política Urbana (CPU) da
Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o substitutivo apresentado traz
vários avanços, como a inserção do Plano Municipal de Cidade Inteligente, a
ampliação do acesso a unidades de interesse social e das áreas para construção
de unidades de mercado popular. A ACSP destaca também a possibilidade de
locação dessas unidades populares para famílias de baixa renda, com definição
de fiscalização da destinação pelo agente financeiro.
Passa a existir também a possibilidade de Cota de
Solidariedade em terrenos menores que 20 mil metros quadrados. Nesse caso,
construções abaixo dessa metragem podem destinar o equivalente a 10% de sua
área para o atendimento de famílias de baixa renda (até seis salários mínimos),
o que é chamado de Habitação de Interesse Social (HIS).
Beatriz Messeder, coordenadora técnica do CPU,
destaca também o aprimoramento do instrumento da Transferência do Direito de
Construir (TDC), que agora pode ser usado para produção de habitação de
interesse social(HIS-1). Além disso, há o aumento para 35% do percentual mínimo
de recursos destinados para HIS nas novas Operações Urbanas Consorciadas.
Segundo Beatriz, a proposta do substitutivo aumenta
a segurança jurídica do setor como um todo pois muitas indefinições e questões
que não estavam muito claras no PDE passaram a ser esclarecidas ou corrigidas.
"Quando um empreendedor faz um estudo de viabilidade, ele precisa ter
clareza de quanto aquele projeto vai custar e de quanto tempo levará até se concretizar".
A coordenadora explica que dado o tempo médio de
aprovações na cidade, muitas dessas regras acabam mudando durante o ?rocesso e
impactando na análise e estudos feitos inicialmente".
Outro tema relevante na visão da ACSP é a alteração
referente à garantia do Direito de Protocolo, previsto na Lei de Zoneamento da
capital desde 2016. Trata-se do direito que garante que pedidos de construções
sejam analisados conforme a lei vigente na época em que foi feito.
Isso significa que processos de licenciamento de
obras, certificações e outras atividades, assim como projetos de parcelamento
do solo, protocolados até a data de publicação da lei, poderão
ser apreciados integralmente, de acordo com a legislação em vigor.
Antonio Carlos Pela, coordenador do CPU e
vice-presidente da ACSP, listou pontos que também considera positivos no
projeto, como as regras que aumentam os recursos mínimos do Fundo de
Desenvolvimento Urbano (Fundurb) destinados a moradia popular e a criação de um
novo Território de Interesse Cultural e da Paisagem (Ticp), com regras para
incentivar a preservação de patrimônio e fomentar atividades culturais, no
bairro do Bixiga, por exemplo.
Carlos Pela também dá destaque para as questões
ambientais que a revisão inclui. Entre elas, as alterações relacionadas às
áreas verdes, que tiveram atualizações que estimulam o planejamento e os
incentivos à construção e manutenção de praças urbanas públicas e esportivas,
bem como à implantação de novos parques.
Ele cita também que a revisão ainda inclui uma
alternativa para o pagamento da outorga onerosa - taxa para se construir além
do coeficiente básico - que vai para o Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano (Fundurb), que utiliza esses recursos principalmente em obras de
habitação e transporte.
A minuta propõe a possibilidade de pagamento do que
seria o valro referente a outorga onerosaem obras de qualificação e melhoria da
infraestrutura urbana em vez de dinheiro para o Fundurb. As obras devem ser de
mobilidade, drenagem e habitação, e precisam ocorrer nas mesmas áreas do novo
projeto.
"Entendemos que foi um processo positivo e participativo. O substitutivo traz avanços em vários setores, ouviu a população e incorporou propostas em diversas áreas. Daqui para frente, temos outros pontos para esclarecer nessa nova rodada de audiências públicas", diz Carlos Pela.
Mariana Missiaggia
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/revisao-do-plano-diretor-de-sp-inicia-nova-rodada-de-audiencias-publicas
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