O profissional Socorrista em Saúde Mental, ou o
brigadista em Saúde Mental, é o profissional mais requisitado do mercado neste
período pós-pandemia, isto porque a saúde mental dos colaboradores passou a ser
tratada como prioridade pelas organizações mais sérias. Nesse sentido, é
preciso conhecer um pouco mais desse profissional e como ele pode atuar no
mercado de trabalho.
Primeiramente, é preciso ressaltar os três
princípios do trabalho de Socorrista em Saúde Mental:
Empatia e acolhimento: O Socorrista em Saúde Mental busca estabelecer uma conexão empática e
acolhedora com a pessoa em sofrimento emocional. Ele ouve atentamente e
demonstra compreensão e respeito, oferecendo um ambiente seguro para que a
pessoa possa expressar suas emoções e experiências.
Suporte emocional: O Socorrista em Saúde Mental oferece suporte emocional à pessoa em
crise, fornecendo apoio e encorajamento. Ele procura ajudar a pessoa a identificar
suas emoções, compreender seus sentimentos e encontrar estratégias saudáveis
para lidar com suas dificuldades.
Encaminhamento adequado: O Socorrista em Saúde Mental está preparado para identificar situações
que exigem uma intervenção profissional especializada. Ele encaminha a pessoa
para profissionais de saúde mental qualificados, como psicólogos, psiquiatras
ou assistentes sociais, quando necessário. O objetivo é garantir que a pessoa
receba o apoio adequado e o tratamento necessário para sua recuperação.
Esses três princípios fundamentais do trabalho do
Socorrista em Saúde Mental visam proporcionar um suporte efetivo e cuidadoso
para aqueles que estão passando por momentos de crise emocional, auxiliando no
processo de superação e busca por ajuda profissional.
Além disso, para o profissional Socorrista Mental,
aprender a ler pessoas é importante por diversos motivos:
Compreensão das necessidades
emocionais: Ao ler as expressões faciais, linguagem corporal e
tom de voz de uma pessoa, o Socorrista Mental é capaz de identificar sinais de
angústia, ansiedade, tristeza e outras emoções, o que permite uma compreensão
mais profunda das necessidades emocionais da pessoa em sofrimento.
Estabelecimento de conexão
empática: Ao entender as emoções e os sentimentos da pessoa,
o Socorrista Mental pode criar uma conexão empática mais forte. Isso ajuda a
pessoa a se sentir compreendida e acolhida, criando um ambiente seguro e de
confiança para que ela possa expressar seus pensamentos e emoções.
Adaptação do suporte emocional: Ao ler as reações emocionais da pessoa, o Socorrista Mental pode
adaptar seu suporte emocional de acordo com suas necessidades específicas. Ele
pode ajustar sua abordagem para fornecer o apoio adequado e as estratégias de
enfrentamento mais eficazes para ajudar a pessoa a lidar com sua situação.
Identificação de sinais de
alerta: A capacidade de ler pessoas também permite ao
Socorrista Mental identificar possíveis sinais de alerta para comportamentos de
risco, como ideação suicida, agressividade ou isolamento extremo. Isso
possibilita uma intervenção precoce e a busca de ajuda profissional quando
necessário.
No geral, aprender a ler pessoas é uma habilidade
fundamental para o profissional Socorrista Mental, pois permite uma compreensão
mais profunda das necessidades emocionais da pessoa em sofrimento e facilita a
prestação de um suporte emocional adequado e efetivo.
Caso o Socorrista Mental identifique que uma pessoa
está passando por uma situação de risco mental, é importante agir de forma
responsável e adequada para garantir a segurança e o bem-estar da pessoa.
Algumas ações que o socorrista pode tomar incluem:
Estabelecer uma conexão
empática: Mostre empatia e compreensão pela situação da
pessoa. Ouça atentamente suas preocupações e sentimentos, oferecendo um
ambiente seguro e livre de julgamentos para que ela possa se expressar.
Avaliar a gravidade da
situação: Avalie cuidadosamente a gravidade do risco mental.
Se houver um perigo imediato para a pessoa ou para outras pessoas, considere a
necessidade de acionar serviços de emergência, como ligar para o serviço de
emergência local ou encaminhar a pessoa para atendimento médico urgente.
Oferecer suporte emocional: Forneça suporte emocional à pessoa, mostrando-se disponível para
ouvi-la, validando seus sentimentos e incentivando-a a buscar ajuda
profissional. Encoraje-a a compartilhar seus pensamentos e sentimentos de forma
aberta e honesta.
Orientar para serviços
profissionais: Recomende que a pessoa procure ajuda profissional
de um psicólogo, psiquiatra ou outro profissional de saúde mental qualificado.
Forneça informações sobre serviços e recursos disponíveis na comunidade que
possam oferecer suporte e tratamento adequado.
Manter o sigilo e a
confidencialidade: Respeite a privacidade da
pessoa e mantenha todas as informações compartilhadas em sigilo, a menos que
haja um risco iminente à segurança da pessoa ou de outras pessoas. Explique a
importância do sigilo e da confidencialidade para construir confiança e
encoraje a pessoa a se sentir segura ao compartilhar suas preocupações.
Lembrando que a atuação do Socorrista Mental deve
estar alinhada com sua formação e competências, e é importante buscar
supervisão e apoio de profissionais qualificados em casos mais complexos ou que
envolvam riscos elevados.
Renato Lisboa - neuropsicanalista, coordenador do
curso de Socorro em Saúde Mental, autor do best seller “3 Segundos: Escolhas que
transformam a vida”.
“E viveram felizes para sempre” existe?
O clima de romance
que invade o ar na semana dos namorados, nos faz pensar no amor romântico que
prega os amores eternos, felizes idealizações e expectativas de cumplicidade
infinita. Mas afinal, o sonho de amor intenso, eterno e da construção de
família perfeita, do relacionamento de contos de fadas, do “felizes para
sempre” existe? É real? E como enfrentar uma separação e o luto de um amor
romântico?
Reflexões que
apontam os indívidos de que os relacionamentos são construções baseadas em
romance, concessões, apendizados e gerenciamento de emoções. Perfeição? Nada é
perfeito, tudo exige empenho, adpatabilidade e empatia.
Tanto que, as
separações amorosas acabam gerando o chamado luto romântico. Luto do desejo do
amor infinito. Mas por que luto? O luto é uma experiência profunda e individual
que se define pela capacidade de enfrentamento da partida do outro.
É o estado de
recolhimento. E esse estado passa por algumas etapas, das quais naturalmente, o
ser humano, vivencia conforme sua individualidade. Alguns com mais, ou menos
intensidade, conforme a estrutura sentimental de cada um, mas, se cada uma
delas for bem elaborada o indivíduo poderá alcançar um equilíbrio consciente,
apesar de toda dor envolvida.
Assim como o luto
normal, a primeira fase do luto romântico é a negação, onde as pessoas negam a
situação para combater as emoções que estão experimentando por causa da
separação.
A raiva é a
segunda etapa, que ocorre quando os efeitos da negação começam a se
desgastar. A raiva envolve uma efusão de emoções da pessoa que sofre, que
pode sentir-se irritada com a pessoa que a deixou ou com o que possa ter
perdido.
Em seguida, temos
a fase de negociação. Uma negociação, em que o enlutado experimenta pensamentos
do tipo “se apenas…”.
Na quarta fase do
luto temos a depressão, que surge quando ao enfrentar os aspectos práticos da
perda. E por fim, temos a fase da aceitação, que é quando após externar sentimentos
e angústias, reavivamento de memórias do relacionamento, positivas ou não, a
tendência é o aceite de sua condição e a elaboração de estratégias pessoais de
adaptação dentro da nova realidade.
Resistir e pular
etapas pode fazer com que o sofrimento seja prolongado e gere assim, traumas
emocionais. Por esse motivo, é importante vivenciar o luto, entregar-se à dor e
chorar, se sentir vontade. Respeitando claro, o tempo de cada um.
Somos seres
individuais e cada um irá agir de uma maneira. A maneira como compreendemos o
momento do luto ou da separação, pode ser crucial. Se expressar sobre o luto é
importante, já que, psicologicamente, não poder manifestar sua dor é uma
agressão e pode alimentar outras dores somatizadas com angústia.
Verbalizar é o que
vai ajudar a elaborar e a sair do luto romântico mais rápido. É um recurso
muito positivo e muito saudável. Falar e ouvir sua dor e se permitir vivenciar
um novo relacionamento. Sem se fechar para o amor.
Enfim,
relacionamentos podem ser eternos ou duradouros sim. No entanto, para serem
“felizes para sempre” é preciso entendermos que a felicidade é um estado e não
uma condição. Os desafios da relação devem ser encarados, por cada parceiro,
com maturidade e ressignificação. Além disso, deve-se ter a consciência de que
a elaboração do luto romântico, quando este acontece, leva o tempo interno que
cada um necessita.
Sabemos que a vida
não é um contínuo estático, vivemos em uma constante mudança e o ser humano, é
capaz de seguir em frente nas situações mais adversas. O importante não é cair,
mas voltar a se levantar. Mas, se essa elaboração for difícil, o mais
recomendável é buscar desenvolver uma visão mais realista do processo de
separação e conseguir dar lugar a uma maior serenidade, através do enfrentamento
consciente da nova condição de
vida.
Andrea Ladislau - graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.
Instagram: @dra.andrealadislau
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