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terça-feira, 13 de junho de 2023

Ler pessoas é atividade primordial do Socorrista em Saúde Mental


O profissional Socorrista em Saúde Mental, ou o brigadista em Saúde Mental, é o profissional mais requisitado do mercado neste período pós-pandemia, isto porque a saúde mental dos colaboradores passou a ser tratada como prioridade pelas organizações mais sérias. Nesse sentido, é preciso conhecer um pouco mais desse profissional e como ele pode atuar no mercado de trabalho.

Primeiramente, é preciso ressaltar os três princípios do trabalho de Socorrista em Saúde Mental:

Empatia e acolhimento: O Socorrista em Saúde Mental busca estabelecer uma conexão empática e acolhedora com a pessoa em sofrimento emocional. Ele ouve atentamente e demonstra compreensão e respeito, oferecendo um ambiente seguro para que a pessoa possa expressar suas emoções e experiências.

Suporte emocional: O Socorrista em Saúde Mental oferece suporte emocional à pessoa em crise, fornecendo apoio e encorajamento. Ele procura ajudar a pessoa a identificar suas emoções, compreender seus sentimentos e encontrar estratégias saudáveis para lidar com suas dificuldades.

Encaminhamento adequado: O Socorrista em Saúde Mental está preparado para identificar situações que exigem uma intervenção profissional especializada. Ele encaminha a pessoa para profissionais de saúde mental qualificados, como psicólogos, psiquiatras ou assistentes sociais, quando necessário. O objetivo é garantir que a pessoa receba o apoio adequado e o tratamento necessário para sua recuperação.

Esses três princípios fundamentais do trabalho do Socorrista em Saúde Mental visam proporcionar um suporte efetivo e cuidadoso para aqueles que estão passando por momentos de crise emocional, auxiliando no processo de superação e busca por ajuda profissional.

Além disso, para o profissional Socorrista Mental, aprender a ler pessoas é importante por diversos motivos:

Compreensão das necessidades emocionais: Ao ler as expressões faciais, linguagem corporal e tom de voz de uma pessoa, o Socorrista Mental é capaz de identificar sinais de angústia, ansiedade, tristeza e outras emoções, o que permite uma compreensão mais profunda das necessidades emocionais da pessoa em sofrimento.

Estabelecimento de conexão empática: Ao entender as emoções e os sentimentos da pessoa, o Socorrista Mental pode criar uma conexão empática mais forte. Isso ajuda a pessoa a se sentir compreendida e acolhida, criando um ambiente seguro e de confiança para que ela possa expressar seus pensamentos e emoções.

Adaptação do suporte emocional: Ao ler as reações emocionais da pessoa, o Socorrista Mental pode adaptar seu suporte emocional de acordo com suas necessidades específicas. Ele pode ajustar sua abordagem para fornecer o apoio adequado e as estratégias de enfrentamento mais eficazes para ajudar a pessoa a lidar com sua situação.

Identificação de sinais de alerta: A capacidade de ler pessoas também permite ao Socorrista Mental identificar possíveis sinais de alerta para comportamentos de risco, como ideação suicida, agressividade ou isolamento extremo. Isso possibilita uma intervenção precoce e a busca de ajuda profissional quando necessário.

No geral, aprender a ler pessoas é uma habilidade fundamental para o profissional Socorrista Mental, pois permite uma compreensão mais profunda das necessidades emocionais da pessoa em sofrimento e facilita a prestação de um suporte emocional adequado e efetivo.

Caso o Socorrista Mental identifique que uma pessoa está passando por uma situação de risco mental, é importante agir de forma responsável e adequada para garantir a segurança e o bem-estar da pessoa. Algumas ações que o socorrista pode tomar incluem:

Estabelecer uma conexão empática: Mostre empatia e compreensão pela situação da pessoa. Ouça atentamente suas preocupações e sentimentos, oferecendo um ambiente seguro e livre de julgamentos para que ela possa se expressar.

Avaliar a gravidade da situação: Avalie cuidadosamente a gravidade do risco mental. Se houver um perigo imediato para a pessoa ou para outras pessoas, considere a necessidade de acionar serviços de emergência, como ligar para o serviço de emergência local ou encaminhar a pessoa para atendimento médico urgente.

Oferecer suporte emocional: Forneça suporte emocional à pessoa, mostrando-se disponível para ouvi-la, validando seus sentimentos e incentivando-a a buscar ajuda profissional. Encoraje-a a compartilhar seus pensamentos e sentimentos de forma aberta e honesta.

Orientar para serviços profissionais: Recomende que a pessoa procure ajuda profissional de um psicólogo, psiquiatra ou outro profissional de saúde mental qualificado. Forneça informações sobre serviços e recursos disponíveis na comunidade que possam oferecer suporte e tratamento adequado.

Manter o sigilo e a confidencialidade: Respeite a privacidade da pessoa e mantenha todas as informações compartilhadas em sigilo, a menos que haja um risco iminente à segurança da pessoa ou de outras pessoas. Explique a importância do sigilo e da confidencialidade para construir confiança e encoraje a pessoa a se sentir segura ao compartilhar suas preocupações.

Lembrando que a atuação do Socorrista Mental deve estar alinhada com sua formação e competências, e é importante buscar supervisão e apoio de profissionais qualificados em casos mais complexos ou que envolvam riscos elevados.

 

Renato Lisboa - neuropsicanalista, coordenador do curso de Socorro em Saúde Mental, autor do best seller “3 Segundos: Escolhas que transformam a vida”.

 

      “E viveram felizes para sempre” existe?

               

O clima de romance que invade o ar na semana dos namorados, nos faz pensar no amor romântico que prega os amores eternos, felizes idealizações e expectativas de cumplicidade infinita. Mas afinal, o sonho de amor intenso, eterno e da construção de família perfeita, do relacionamento de contos de fadas, do “felizes para sempre” existe? É real? E como enfrentar uma separação e o luto de um amor romântico?

 

Reflexões que apontam os indívidos de que os relacionamentos são construções baseadas em romance, concessões, apendizados e gerenciamento de emoções. Perfeição? Nada é perfeito, tudo exige empenho, adpatabilidade e empatia.

 

Tanto que, as separações amorosas acabam gerando o chamado luto romântico. Luto do desejo do amor infinito. Mas por que luto? O luto é uma experiência profunda e individual que se define pela capacidade de enfrentamento da partida do outro.

 

É o estado de recolhimento. E esse estado passa por algumas etapas, das quais naturalmente, o ser humano, vivencia conforme sua individualidade. Alguns com mais, ou menos intensidade, conforme a estrutura sentimental de cada um, mas, se cada uma delas for bem elaborada o indivíduo poderá alcançar um equilíbrio consciente, apesar de toda dor envolvida.

 

Assim como o luto normal, a primeira fase do luto romântico é a negação, onde as pessoas negam a situação para combater as emoções que estão experimentando por causa da separação.

 

A raiva é a  segunda etapa, que ocorre quando os efeitos da negação começam a se desgastar. A raiva  envolve uma efusão de emoções da pessoa que sofre, que pode sentir-se irritada com a pessoa que a deixou ou com o que possa ter perdido.

 

Em seguida, temos a fase de negociação. Uma negociação, em que o enlutado experimenta pensamentos do tipo “se apenas…”.

 

Na quarta fase do luto temos a depressão, que surge quando ao enfrentar os aspectos práticos da perda. E por fim, temos a fase da aceitação, que é quando após externar sentimentos e angústias, reavivamento de memórias do relacionamento, positivas ou não, a tendência é o aceite de sua condição e a elaboração de estratégias pessoais de adaptação dentro da nova realidade.

 

Resistir e pular etapas pode fazer com que o sofrimento seja prolongado e gere assim, traumas emocionais. Por esse motivo, é importante vivenciar o luto, entregar-se à dor e chorar, se sentir vontade. Respeitando claro, o tempo de cada um.

 

Somos seres individuais e cada um irá agir de uma maneira. A maneira como compreendemos o momento do luto ou da separação, pode ser crucial. Se expressar sobre o luto é importante, já que, psicologicamente, não poder manifestar sua dor é uma agressão e pode alimentar outras dores somatizadas com angústia.

 

Verbalizar é o que vai ajudar a elaborar e a sair do luto romântico mais rápido. É um recurso muito positivo e muito saudável. Falar e ouvir sua dor e se permitir vivenciar um novo relacionamento. Sem se fechar para o amor.

 

Enfim, relacionamentos podem ser eternos ou duradouros sim. No entanto, para serem “felizes para sempre” é preciso entendermos que a felicidade é um estado e não uma condição. Os desafios da relação devem ser encarados, por cada parceiro, com maturidade e ressignificação. Além disso, deve-se ter a consciência de que a elaboração do luto romântico, quando este acontece, leva o tempo interno que cada um necessita.

 

Sabemos que a vida não é um contínuo estático, vivemos em uma constante mudança e o ser humano, é capaz de seguir em frente nas situações mais adversas. O importante não é cair, mas voltar a se levantar. Mas, se essa elaboração for difícil, o mais recomendável é buscar desenvolver uma visão mais realista do processo de separação e conseguir dar lugar a uma maior serenidade, através do enfrentamento consciente da nova condição de vida.                                    

 



Andrea Ladislau - graduada em Letras e Administração de Empresas, pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.
Instagram: @dra.andrealadislau


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