Hoje as possibilidades são
muitas e experts em antienvelhecimento acreditam que a chave da boa saúde é a
manutenção de níveis adequados de produção de energia celular. Assim, entender
como o corpo produz energia pode, obviamente, nos trazer vantagens, do ponto de
vista de podermos ser facilitadores ou auxiliadores do processo, para que a
produção desse “bem” se mantenha em excelente performance. Sim, pois a primeira
coisa que observamos é que existe uma relação muito íntima entre a diminuição
da produção de energia celular, o envelhecimento e as doenças.
Já é possível medirmos a
produção de energia celular, e o médico Dr. Frank Shallenberger observou que
pacientes jovens podem ter uma produção energética tão pequena quanto uma
pessoa de 80 anos. Por outro lado, o contrário também é verdadeiro, pessoas
mais velhas, até mesmo com 90 anos, podem ter excelente produção de energia
celular e exibir extraordinária saúde e vitalidade. No entanto, a diminuição da
produção de energia começa muito cedo, em torno dos 30 – 40 anos de idade, sem
que haja qualquer indício de que o processo iniciou.
Embora tenhamos
conhecimento, fatores como estilo de vida, dieta alimentar e o hábito de fumar
têm enorme influência sobre quando os sintomas do envelhecimento surgirão. Mas
muito antes de notarmos os sinais, o processo já começou e os sintomas estão a
caminho. A questão aqui não é se, mas, sim, quando.
Sintomas relacionados ao
envelhecimento não são causados por nenhuma doença ou condição psicológica. Na
medicina convencional você pode ter muitos sintomas e, ainda assim, ser
considerado saudável para a idade que tem.
É muito comum sentirmos que
alguma coisa não está bem, como uma dor de cabeça, dores nas costas, falta de
energia, fadiga, enfim qualquer sintoma estranho ao bem-estar geral. Daí vamos
ao médico, fazemos exames e tudo parece estar bem e o médico diz: “Você está
ótimo!” E você sai de lá feliz, quase acreditando que está tudo bem mesmo, mas
o fato é que os incômodos e sintomas continuam...
Exemplos de sintomas
atribuídos ao envelhecimento natural:
● Ansiedade e
depressão
● Diminuição da memória
● Diminuição do nível de
energia
● Diminuição da função do
sistema imunológico
● Pele seca, enrugada
● Diminuição do
desejo/função sexual
● Distúrbios urinários e da
bexiga
● Ganho de peso e aumento da
gordura corporal
● Fraqueza, cansaço
● Diminuição do
equilíbrio
● Diminuição da concentração
● Distúrbios digestivos
● Perda de Cabelo
● Insônia
● Dor nas
juntas/músculos
● Problemas de visão e
audição
No entanto, segundo Shallenberger a causa primária de todos esses sintomas, doenças, alergias, fadiga, infecções, obesidade e até mesmo o processo de envelhecimento é devido a diminuição da produção de energia celular. Segundo o médico, é possível prevenir, tratar e curar todas as doenças. Até mesmo os chamados sintomas do envelhecimento podem ser minimizados. O segredo – Energia!
Mas quem fabrica energia é o
corpo, convertendo o oxigênio que respiramos em dióxido de carbono. Lembram das
aulas de ciência? Pois é, não dá para ir ao supermercado e comprar energia,
certo? O processo de produção de energia celular é relativamente complexo, mais
ao mesmo tempo simples e perfeito. Envolve trilhões de células existentes no
corpo, moléculas de oxigênio, hidrogênio, açúcar, gordura, vitaminas, minerais
e aminoácidos, que participam de um processo enzimático gerando enorme
quantidade de energia. Em torno de 60% dessa energia é usada para produzir
calor, e 40% é usada nas demais reações fisiológicas e bioquímicas do corpo.
Toda produção de energia
começa pelas plantas e o sol. Através do processo chamado fotossíntese estas
convertem o dióxido de carbono, presente no ar atmosférico, e transformam em
oxigênio. Enquanto isso, os seres humanos e os animais inalam oxigênio
produzido pelas plantas e convertem em gás carbônico, que é devolvido à
natureza. Durante este processo o corpo fabrica energia aeróbica, ou seja, na presença
de oxigênio.
Ao examinarmos um pouco mais
de perto o que acontece com o oxigênio que inalamos conseguimos entender melhor
a importância do processo de fabricação de energia pelas células. Assim, ao
inspirarmos, a primeira etapa da utilização do oxigênio é feita pelos
pulmões. Aí o oxigênio se liga ao ferro, presente na hemoglobina (célula
sanguínea) e é transportado para todas as células do corpo.
Uma vez oxigenado o sangue
viaja por centenas de quilômetros de artérias e arteríolas até alcançar os
pequeníssimos capilares, e é aí que a hemoglobina vai realmente liberar o
oxigênio para que este seja usado pelas células. Porém, isso só será possível
na presença de uma enzima chamada 2,3 DPG. Caso não haja enzima suficiente o
oxigênio não é liberado da hemoglobina e esta volta ao coração, carregando o
oxigênio que deveria ter sido usado pelas demais células do corpo.
Ora, ao observamos a
trajetória do oxigênio após inalação, vemos as inúmeras oportunidades que temos
de participar de forma ativa, como auxiliadores na produção máxima de energia,
que nos garantirá boa saúde e retardamento do processo de envelhecimento. Por
exemplo, pessoas que não têm o hábito de se exercitar regularmente ou têm
elevados níveis de insulina ou diabetes, têm níveis menores de 2,3 DPG. Isso
faz com que as células não tenham oxigênio suficiente, ainda que os pulmões, o
coração e as artérias estejam em perfeitas condições. A quantidade de oxigênio
dissolvido no sangue pode ser normal, no entanto esse oxigênio não consegue
entrar nas células, onde estão as verdadeiras fábricas de energia – uma
organela chamada mitocôndria. E esta precisa do oxigênio para a produção máxima
de energia aeróbica.
Lembrando, então, que o
oxigênio se liga à hemoglobina do sangue e vai ser entregue nas células.
Portanto, quanto mais hemoglobinas temos mais oxigênio será distribuído pelo
corpo. Porém, o cigarro e outras formas de poluição atmosférica se ligam à uma
certa porcentagem de hemoglobinas e interferem na capacidade que estas têm de
carregar a moléculas de oxigênio. Por exemplo, fumar um único cigarro reduz a
capacidade da hemoglobina carregar o oxigênio por 48 horas. Doenças do pulmão
como asma, bronquite e enfisema diminuem a habilidade do sangue de pegar o
oxigênio nos pulmões.
Outro fato que também
interfere na captação do oxigênio a nível dos pulmões é a respiração errada.
Não é de se admirar que a prática de Ioga, que envolve exercícios e respiração
é, reconhecidamente, benéfica à saúde.
Depois dos pulmões o
oxigênio segue viagem e chega ao coração. Este vai bombear o sangue para todas
as partes do corpo, e aqui dois fatores são importantes no funcionamento do
coração para uma boa oxigenação de órgãos e células: a taxa de batimentos
cardíacos e o volume de sangue bombeado. Infelizmente, ambos parâmetros
diminuem com a idade, no entanto programas de exercícios e tratamentos naturais
precoces, como controle hormonal, também ajudam a manutenção e bom
funcionamento do coração.
Não sei se chamou a sua atenção, mas você notou como podemos participar do bom funcionamento e produção de energia pelo corpo? E como fazer exercícios traz enormes benefícios à saúde? Sim, eu sei, isso não é novidade, mas você entende o porquê? Espero que eu tenha conseguido deixar um pouco mais claro!
Florence Rei - formada em Química pela Oswaldo Cruz em São Paulo, graduada pela Faculdade de Medicina OSEC em Biologia e formada em Microscopia Eletrônica. Atualmente vive na Flórida (USA) e desde 2019 vem atuando como pesquisadora independente e escritora.
florence.rei.florence@gmail.com
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