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sexta-feira, 9 de junho de 2023

Em Goiás, nenhuma campanha de vacinação atinge meta; cenário preocupa especialistas

Imagem ilustrativa
Freepik
Médica infectologista, Marília Turchi, que atende no Órion Complex, em Goiânia, ressalta a importância da imunização para evitar surtos de doenças


O baixo índice de imunização em Goiás chama a atenção da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e preocupa especialistas. Neste ano, de acordo com a SES, nenhuma das campanhas voltadas ao público a partir de 1 ano conseguiu atingir a meta estipulada pelo Ministério da Saúde (MS). 

De acordo com a médica infectologista, Marília Turchi, que atende no Órion Complex, em Goiânia, a imunização é fundamental para prevenir aumento de casos graves, internações e de óbitos pelos vírus Influenza. Estas infecções foram responsáveis  por grande número de vítimas, neste primeiro semestre de 2023, em Goiás.

A preocupação, também, foi debatida pela Organização Pan-Americana da Saúde, que em abril emitiu um alerta para o risco de surtos de doenças preveníveis por vacinação. Segundo o comunicado, no cenário atual, o índice é o mais alto em 30 anos, devido à baixa cobertura vacinal. 


Vacinação em Goiás

A vacina contra a poliomielite, por exemplo, alcançou 72,72% do público alvo em Goiás. No ano passado, o número subiu para 76,65%, tendo um retrocesso em 2023, caindo para 67,93%. A meta do MS é de 95%. O mesmo ocorreu com a vacina BCG, que protege contra a tuberculose, e a Tríplice Viral D1 (sarampo, caxumba e rubéola).

A BCG, de acordo com a pasta, tem meta de 90%, mas em 2021 a cobertura alcançou 74,21%, passando para 79,59% em 2022 e, novamente, caindo para 71,1% em 2023. A Tríplice Viral D1, por outro lado, imunizou 79,53% do público em 2021, 82,34% em 2022 e 72,45% neste ano, sendo que a meta é de 95%. A queda vem ocorrendo desde de 2016, conforme a SES.

Em relação à imunização contra a gripe, a SES conseguiu vacinar apenas 46,74% da população, fazendo com que a campanha fosse prorrogada para conseguir atingir a meta de 90%. Em 2022, a cobertura vacinal contra a influenza em Goiás foi de 70,1%. Foram 1 milhão de doses aplicadas no público-alvo.

“A vacina tem um tremendo impacto na saúde das populações e individual. Uma das principais estratégias para prevenir mortes, sequelas e sofrimento por parte de doenças é a vacinação, que também foi responsável pela erradicação de algumas doenças”, contou Marília.


Baixa em Goiânia 

A baixa procura pelos imunizantes também refletiram. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a vacinação contra a gripe, meningite, sarampo, rubéola e caxumba foi de 65,7% em 2022. Os imunizantes estão disponíveis em 72 postos de saúde da capital e 36 de Aparecida de Goiânia. 

O calendário de vacinação continua até o dia 9 de setembro, período no qual a SMS tem a expectativa de ampliar as coberturas vacinais da faixa etária. Os pais e responsáveis devem apresentar o cartão de vacina da criança ou adolescente para conferência dos imunizantes faltantes. 

“É muito importante pensar a vacina trazendo proteção ao indivíduo e proteção à coletividade. Em 2016, o Brasil recebeu a certificação da eliminação do vírus  do sarampo . Entretanto, com a queda progressiva da cobertura vacinal, o número de casos de sarampo aumentou muito desde 2018.  E o Brasil  perdeu a certificação de país livre de sarampo”, explicou a médica infectologista.


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