Em 13 de
junho, das 7h às 13h, no Terminal da EMTU – Metrô Jabaquara, em
ação da II Semana de “Conscientização e mobilização em prol do desenvolvimento
saudável e de prevenção e combate à violência contra crianças e adolescentes da
cidade de São Paulo” será realizado um mutirão de de combate à violência digital às crianças e aos
adolescentes.
O objetivo é esclarecer os cidadãos, particularmente pais e tutores, quanto a ameaças recorrentes no universo digital e orientá-los sobre como combatê-las para proteger seus filhos.
Denominado de Infância,
eu abraço o mutirão será interprofissional com participação e
apoio de instituições da sociedade civil, entidades médicas, como a Academia
Brasileira de Neurologia, Sociedade Brasileira de Pediatria, Sociedade
Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, Associação Paulista de
Medicina, entre outras (www.instituto-omp.org.br/infanciaeuabraco). A organização é
da ONG Instituto Olinto Marques de Paulo e da Sociedade de Pedriatria de São
Paulo.
A
recepção às crianças, pais e responsáveis será calorosa:
· Balões
coloridos para as crianças.
· Distribuição
de rosas brancas, simbolizando a paz, às mães, aos pais e responsáveis.
· Especialistas
acolhendo, prestando orientação e distribuindo cartilhas sobre os direitos das
crianças.
· Educadores
esclarecendo sobre os cuidados indispensáveis ao adequado acompanhamento de
crianças e adolescentes quando da nevegação em redes sociais e demais
plataformas digitais.
· Performances
didáticas de um grupo de “palhaços da informação” chamando atenção para os
riscos que se escondem por trás das plataformas digitais e, cada vez com maior frequência,
ganham espaços nos noticiários policiais - como atentados em escolas,
preparação de sequestros, pedofilia, cyberbullying, entre outros
A campanha Infância,
eu abraço também vem mobilizando astros, estrelas e
celebridades como o cartunista Mauricio de Sousa, papai da Monica, Cebolinha e
Cascão, entre outros, além de estrelas da TV e cinema: Suzana Vieira, Nicholas
Torres, Paulo Tatit e Mateus Solano, Yana Sardenberg, Júlia Zimmer e Malu
Mader.
A propósito,
no dia 13, no Terminal da EMTU – Metrô Jabaquara, haverá ainda
exposição de telas temáticas especialmente preparadas por alguns dos principais
grafiteiros do Brasil.
Dados sobre a violência
Foi
divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde um boletim epidemiológico sobre
as notificações de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil,
com dados de 2015 até 2021. O documento considera crianças aquelas que têm de 0
a 9 anos, e adolescentes, de 10 a 19 anos. Os dados levam em conta características
demográficas, como região do País, sexo da vítima, sexo do agressor, local de
ocorrência e a quantidade de acontecimentos por criança e adolescente.
Durante os
sete anos de análise, houve um crescimento exponencial nas notificações de
casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, totalizando 202.948
casos, dos quais 41,2% foram cometidos contra crianças e 58,8% contra
adolescentes.
Somente em
2015, foram notificados 21.122 casos, e em 2019 este número havia subido mais
de metade em relação ao início da pesquisa, chegando a 34.208 casos. No ano de
2020, essa quantidade declinou para 29.265, porém, a pandemia de Covid-19 pode
ter afetado diretamente estes dados, visto que em 2021 o número de casos
disparou para a casa de 35 mil notificações.
Crianças
violentadas
Na violência
sexual contra crianças, estima-se que 76,9% das notificações ocorreram entre
meninas. Os maiores índices de ocorrência, tanto do sexo feminino quanto do
masculino, foram entre a faixa etária de 5 a 9 anos (55,1%), com valores
correspondentes a 53,6% e 60,1%, respectivamente.
Observa-se
que os tipos de violências mais cometidos são o estupro – 52.436 (56,8%) –,
seguido de abuso sexual – 26.995 (29,2%). Entre os abusadores, 81% são do sexo
masculino e 4,3% do sexo feminino. Os principais agressores dessa faixa etária
são os familiares e amigos/conhecidos, com 41,1% e 26,9%, nesta ordem. Em
disparada, o local com maior incidência são as próprias residências, com 70,9%
dos registros, em sequência as escolas (4%) e vias públicas (2,3%).
O Sudeste
destaca-se como a região com o maior número de ocorrências, registrando 36.482
casos, que corresponde a 43,7% do total. Os encaminhamentos e notificações
geralmente são feitos para o Conselho Tutelar. Durante os anos do estudo, o órgão
público foi acionado em 56.090 casos (34,7%), e em sequência aparecem a rede de
saúde (29,4%) e a de assistência social (15,4%).
Adolescentes
O estudo
aponta que, entre os adolescentes, a faixa etária quem mais sofreu algum tipo
de violência sexual foram aqueles entre 10 e 14 anos. 35% das meninas e 41,6%
dos meninos afirmam já terem sido violentados mais de uma vez, somando-se ao
todo 52.968 adolescentes.
O estupro, o
assédio sexual e a exploração sexual são os tipos de violência que mais ocorrem
com frequência, sendo o primeiro com 59,6% dos casos, e os outros dois aparecem
com 27,4% e 4,2%, nesta sequência.
A própria
residência é apontada como o local em que mais ocorrem crimes de importunação
sexual, cerca de 63,4% dos casos; as vias públicas aparecem logo em seguida,
com 10,5%. Em paralelo como os dados referentes à violência contra a criança, o
sexo masculino também se manifesta como maior agressor, em torno de 86% dos
acontecimentos.
Nesta
perspectiva, a região Sudeste também se destaca, com 39.771 (33,3%) casos,
seguida de Norte e Nordeste, com 19,7% e 19,3%, respectivamente. Para esta
faixa, os lugares para onde mais são encaminhadas as vítimas de abusos sexuais
são o Conselho Tutelar e a rede de saúde, com 30,9% e 30,2%; já a rede de
assistência social ocupa a terceira posição, com 17,4%.
Fonte: Associação Paulista de Medicina
Nenhum comentário:
Postar um comentário