Estratégias utilizadas no auge da pandemia no processo de procura por emprego se mantiveram, embora em menor proporção: 64% o fizeram pelas redes sociais e internet e 37% utilizaram o WhatsApp
A Pesquisa
Trajetórias Ocupacionais, desenvolvida pelo Sistema Estadual de Análise de
Dados - Fundação Seade, mostra que o arrefecimento da pandemia resultou em
queda do desemprego na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP): o número de
pessoas em situação de desemprego diminuiu de 1,5 milhão para 1,4 milhão entre
2021 e 2022.
Para Alexandre
Jorge Loloian, da Divisão de Indicadores Sociais da Fundação Seade, o avanço da
vacinação e o arrefecimento do Covid-19, associado à flexibilização das
restrições sanitárias foram fatores determinantes para a retomada das
atividades e da ocupação e, no caso específico da região metropolitana de São
Paulo, o crescimento das atividades e do emprego nos serviços, que haviam sido
os setores que mais sofreram com a pandemia, colaborou para a redução do
desemprego.
Do total de
desempregados em 2022, 33% estavam nessa mesma situação desde o ano anterior,
outros 46% encontravam-se ocupados em 2021 e perderam ou deixaram seu trabalho
ao longo do ano, incorporando-se ao contingente de desempregados. Os restantes
21% estavam inativos em 2021 e, com a abertura da economia, voltaram a procurar
trabalho.
“A retomada das
atividades invariavelmente estimula as pessoas que se encontravam na condição
de inativas a voltar para o mercado de trabalho na esperança de conseguir uma
colocação, mas também é muito provável que as restrições orçamentárias das
famílias tenham sido um poderoso estímulo para essa volta ao mercado de
trabalho, não só por conta da inflação, mas também do desemprego ainda em
níveis elevados e das perdas reais dos rendimentos dos ocupados”, destaca
Alexandre Jorge Loloian.
A maioria dos
desempregados tinha experiência de trabalho anterior e cerca de 24% realizaram
algum tipo de bico nos últimos três meses, para sobreviver. Com o fim das
restrições impostas pela pandemia, os desempregados voltaram a procurar
trabalho presencialmente (79%), embora o uso da internet e redes sociais não
tenha sido abandonado: 64% buscaram trabalho pelas redes sociais e
internet e 37% utilizaram o whatsApp.
“Durante o período
da pandemia ampliou-se muito as formas de procura por emprego através das redes
sociais, em função das restrições de circulação impostas pelas medidas
sanitárias, e a recuperação das formas presenciais de procura por emprego em
2022 demonstra tanto a importância dessas modalidades mais características
do período pré pandemia quanto o legado desse período, que representa uma
combinação, com algum ganho da utilização dos meios eletrônicos e das redes
sociais”, afirma Alexandre Jorge Loloian.
As estratégias
para a procura de trabalho pelos desempregados permaneceram sendo as formas
tradicionais, como o contato com parentes, amigos ou conhecidos (62%) e procura
e consulta a empregadores ou empresas (50%).
Seade
Nenhum comentário:
Postar um comentário