De acordo com
Daniel Toledo, advogado especialista em Direito Internacional, as autoridades
americanas intensificaram a fiscalização de imigrantes que não colocam seus
business plans em prática
Apresentar um business plan durante uma entrevista
para solicitar o visto é um passo crucial para obter um green card e ter a
oportunidade de empreender nos Estados Unidos. No entanto, surgem problemas
quando, após a concessão da cidadania americana, o solicitante decide não
executar o plano e opta por trabalhar em outras áreas, acreditando que isso não
apresentará impactos negativos.
Essa escolha pode trazer consequências
significativas, uma vez que o objetivo inicial de empreender nos EUA pode ser
comprometido, levando à perda de oportunidades comerciais tanto para o
imigrante quanto para a população americana.
De acordo com Daniel Toledo,
advogado que atua na área do Direito Internacional, fundador da Toledo e
Associados e sócio do LeeToledo PLLC, escritório de advocacia internacional com
unidades no Brasil e nos Estados Unidos, um caso nesses moldes chegou ao seu
conhecimento recentemente. “Uma brasileira entrou em contato alegando que,
aproximadamente sete meses após receber seu green card, havia recebido uma RFE
(Request for Evidence) do serviço de imigração do país. Esse movimento, por si
só, não é recorrente, tendo em vista que essas solicitações de evidências
acontecem, normalmente, durante o processo de solicitação de um visto, e não
quando o green card já está nas mãos do solicitante”, relata.
O especialista aponta que, ao ler o documento
enviado pelo órgão americano, percebeu que se tratava de um pedido para
esclarecimentos em relação ao plano de negócios apresentado durante as
entrevistas. “Entre as várias solicitações, o órgão de imigração pedia o
comprovante do endereço apontado no business plan, cópia do contrato de
trabalho de todos os funcionários contratados, demonstração da capacidade
financeira para implementação do plano de negócios nos próximos 18 meses, além
de local de trabalho e modo de remuneração do cônjuge. Isso mostra que, muito
provavelmente, esses imigrantes caíram em uma malha fina e as autoridades
americanas irão redobrar a atenção sobre eles para ver se, realmente, o
business plan será executado”, pontua.
Segundo Toledo, é fundamental compreender que o
plano de negócio não deve ser encarado como uma formalidade, mas sim como um
compromisso sério com a trajetória empreendedora, demandando responsabilidade e
dedicação por parte daqueles que solicitam vistos dessa modalidade. “Se durante
a entrevista houver um compromisso firmado para o seguimento de um business plan,
isso deve ser executado. Não significa que tudo deve sair exatamente como o
planejado, mas é importante demonstrar que existe boa fé e um comprometimento
em relação a essa solicitação. Assim, se uma RFE com essas mesmas exigências
chegar, o imigrante estará preparado e com todos os comprovantes mostrando que
está dando andamento ao projeto apresentado inicialmente”, declara.
O advogado aponta, ainda, os perigos de usar um plano de negócios apenas como fachada para conseguir um green card. “Muitas empresas de consultoria fazem esse serviço de criar um business plan unicamente para ter sucesso na solicitação de um visto. Isso configura o crime de fraude, e o serviço de imigração dos Estados Unidos está fechando o cerco para esse tipo de caso. Aqueles que apresentam um plano de negócios extremamente elaborado, mas chegam ao país e começam a trabalhar em outras áreas que não possuem nenhuma relação com a proposta apresentada, terão problemas e podem ter seus vistos revogados”, finaliza.
Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 180 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR e professor da PUC Minas Gerais do primeiro curso de pós graduação em Direito Internacional, com foco em Imigração para os Estados Unidos.
Toledo e Advogados Associados
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