Psicóloga
especialista em RH explica fatores fundamentais que costumam ser levados em
conta por quem consegue lidar bem com os dois papéis
Conciliar maternidade e carreira normalmente é um
desafio. Uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2021 mostrou, por exemplo, que
apenas 54,6% das mulheres com filhos pequenos estavam empregadas. Entre os
homens, esse percentual era de 89,2%. Mas o que impede as mães de permanecerem
no mercado de trabalho? Quais os segredos das mulheres que conseguem driblar as
estatísticas e lidar bem com os diversos papéis que lhes são exigidos?
De acordo com Monique Stony, psicóloga com mais de 15 anos de experiência
como executiva de Recursos Humanos em organizações multinacionais e apoiadora
do desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres, é preciso, inicialmente,
contextualizar.
“Existe uma formação social e cultural da mulher na
sociedade com relação aos papéis esperados que ela ocupe. E pouco se fala da
mulher à frente da carreira, em cargos importantes de liderança. Quando se
torna mãe, por exemplo, é natural que uma mulher precise de mais flexibilidade.
Sabemos que algumas responsabilidades deveriam ser papel tanto da mãe quanto do
pai, mas, infelizmente, em boa parte dos casos caem no colo apenas das
mulheres”, explica.
Nesse contexto, a especialista acredita que existem
alguns fatores fundamentais que costumam ser considerados por mulheres que
conseguem conciliar carreira e maternidade participativa.
“Primeiramente, a mulher tem um bom nível de
autoconhecimento e consegue identificar com clareza qual o papel da carreira na
vida dela, a função da realização profissional e da maternidade. A mulher que
concilia bem as funções normalmente considera que a maternidade não é seu único
papel e nem fator exclusivo determinante de sua identidade, mas sim um deles”,
afirma.
“Outro ponto é a divisão equilibrada da
responsabilidade com o parceiro ou parceira, tanto nos cuidados com a criança,
quanto no lar. Além disso, observo que quem tem sucesso na conciliação,
normalmente tem boa capacidade de planejamento, priorização, além de saber
delegar tarefas e pedir ajuda”, avalia.
Monique menciona também que a formação de uma rede
de apoio para o cuidado com os filhos e a casa é fator fundamental para
viabilizar a conciliação de carreira e maternidade, pois o tempo é limitado.
“Pode ser uma rede de apoio espontânea formada por familiares e amigos próximos
ou, ainda, remunerada”, diz.
Outro pilar importante citado pela psicóloga é um
posicionamento claro de carreira por parte da mulher.
“Mulheres que conciliam bem o lado pessoal e profissional costumam ter uma visão clara de onde querem chegar, do tipo de posição que desejam assumir, da companhia em que querem trabalhar, do modelo de trabalho que precisam para acomodar suas necessidades pessoais e profissionais. É preciso comunicar o que se quer para a liderança, ter foco, assumir riscos e saber dizer não. Além disso, é importante reconhecer seu autovalor e ter orgulho de comunicar cada conquista e entrega relevante, algo que, infelizmente, ainda é difícil para muitas”, conclui.
Monique Stony - psicóloga e possui mais de 15 anos de experiência atuando como executiva de Recursos Humanos em organizações multinacionais e apoiando o desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres. Faz parte do grupo Mulheres do Brasil, onde atua como mentora de carreira de jovens negras. Criou o canal @maesnalideranca no Instagram onde mostra o dia a dia, os desafios e as estratégias da mulher moderna na realização de seus objetivos pessoais e profissionais. Oferece serviços de mentoria, além de palestras e treinamentos corporativos para a liderança e, atualmente, está escrevendo um livro com o propósito de ajudar mulheres a conciliarem carreira e maternidade.
https://www.instagram.com/maesnalideranca/
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