Ausência do estímulo sonoro afeta
cognição e memória, afirma especialista do HP
Durante todo o segundo mês do ano acontece a campanha
Fevereiro Roxo (Alzheimer, Lúpus e Fibromialgia) Laranja (Leucemia), com o
objetivo de conscientizar a população e combater a proliferação dessas doenças.
De forma ampla, conforme o Ministério da Saúde, o
lúpus é caracterizado como um distúrbio crônico, que faz com que o organismo
produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em pleno
funcionamento. Já a fibromialgia ataca especificamente as articulações,
causando dores por todo o corpo, principalmente nos músculos e tendões.
A leucemia, por sua vez, é uma doença maligna dos
glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida, enquanto o Alzheimer é
neurodegenerativo e provoca o declínio das funções cognitivas, reduzindo as
capacidades de trabalho e relação social. A sua causa é desconhecida, mas
acredita-se que seja geneticamente determinada.
Segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer
(ABRAz), no Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com mais de 60 anos
de idade, sendo que 6% delas são portadoras de Alzheimer.
Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrinolaringologista
no Hospital Paulista, afirma que a perda auditiva não tratada é um fator que
pode contribuir para o agravamento do Alzheimer, pois a pessoa com surdez pode
se isolar do convívio social, o que afeta negativamente as funções cognitivas.
“A necessidade de esforço para ouvir cria uma tensão
capaz de interferir no funcionamento padrão do cérebro, e a condição tende a
levar ao isolamento social, solidão, depressão e preocupação, gerando
estagnação mental. A combinação desses fatores contribui para o esgotamento da
energia mental, tirando a vitalidade necessária para funções cruciais, como
lembrar, pensar e agir”, explica.
Conforme o especialista, a falta de estímulo sonoro
ao cérebro afeta diretamente o desenvolvimento de funções cognitivas e da
memória, pois o córtex auditivo, responsável por processar as informações e
entender os sons, fica debilitado.
O som enviado para o cérebro chega desordenado e, no
lugar de ativar áreas responsáveis pela compreensão de linguagem, ativa regiões
do lobo frontal, relacionadas ao raciocínio, memória e tomada de decisão.
As pessoas que fazem uso de aparelhos auditivos,
conforme o médico, não apresentam a mesma incidência no desenvolvimento de
Alzheimer, pois o equipamento estimula as vias auditivas periféricas e
centrais, beneficiando a cognição e melhorando a qualidade de vida.
“A surdez não deriva do Alzheimer, mas toda surdez
pode ser reabilitada com aparelhos de amplificação sonora (aparelhos de
surdez). O diagnóstico precoce e o tratamento imediato são importantes para que
o declínio nas habilidades auditivas não comprometa a atividade cerebral.
Também é importante passar por avaliações audiológicas regulares”, finaliza.
Doação de medula óssea
A campanha Fevereiro Roxo Laranja também chama a
atenção à importância da doação de medula óssea, pois, a cada cem mil
pacientes, apenas um doador é compatível.
Para se tornar um doador voluntário de medula óssea,
é preciso ter entre 18 e 35 anos e estar em bom estado de saúde. Com isso,
basta ir ao hemocentro mais próximo, realizar um cadastro e coletar uma amostra
de sangue para o exame de tipagem HLA, sistema de antígenos leucocitários
humanos.
Hospital Paulista de
Otorrinolaringologia
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