Alternativas com
base na planta são métodos eficazes de melhorar a qualidade de vida dos pacientes
O Alzheimer é uma doença que afeta 1,2 milhões de
brasileiros. Os dados são do Ministério da Saúde, que também indicam que 100
mil novos casos são diagnosticados por ano. Medicamentos à base de cannabis
medicinal ganham força nesse cenário, ajudando a melhorar sintomas da
patologia. Entretanto, como superar os desafios do preconceito enraizado na
sociedade em relação ao uso de cannabis para doenças como essa?
A médica de Família especialista em Geriatria
Letícia Mayer explica que, por muitas vezes, os parentes também ficam
fragilizados já que os tratamentos convencionais são escassos e com pouca
resposta na prática. Além disso, grande parte dos pacientes possui um quadro
com sintomas de difícil controle. “A maioria das famílias chega no consultório
em busca de uma alternativa eficaz para ajudar a proporcionar qualidade de
vida, já que é uma doença que não tem cura”, aponta.
Os canabinoides agem no sistema endocanabinoide,
responsável pela sinalização celular por meio de transmissores dentro do corpo.
Por exemplo, no organismo, funciona na estimulação do sistema nervoso, controla
ansiedade, reduz sintomas de apatia e comportamentos repetitivos, além de
auxiliar no sono e outros aspectos ligados à qualidade de vida.
Letícia explica que os medicamentos são indicados
para qualquer paciente e em qualquer estágio da doença, que é um transtorno
neurodegenerativo progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da
memória. “Existem duas frentes de ação, a melhora sintomática que percebemos no
dia a dia, como a ansiedade; e o efeito neuroprotetor, que diminui a
neuroinflamação no cérebro, que leva à morte de neurônios”, pontua.
Além disso, considerando a falta de alternativas
terapêuticas para pacientes com a doença, a cannabis pode ser uma aliada, já
que possui poucos efeitos colaterais. “Com supervisão médica, muitas vezes
conseguimos retirar medicamentos que causam mais riscos do que benefícios, como
calmantes usados para regular o sono”, explica a geriatra.
Para ela, os maiores desafios são o difícil acesso
a esse tipo de medicamento e a falta de profissionais com experiência para
trabalhar com o insumo. “Hoje, apesar de existir menos burocracia para
conseguir os medicamentos, muitos desistem do tratamento por serem produtos com
custo ainda elevado para algumas pessoas, principalmente considerando seu uso
contínuo em doenças de origem neurodegenerativa, como o Alzheimer".
Entretanto, apesar das dificuldades, o cenário é
positivo, considerando que a quantidade de médicos prescritores de cannabis vem
crescendo ano a ano consideravelmente. “É um mercado relativamente novo e com
grande potencial de crescimento. Por isso, para atender a demanda, observamos
mais médicos se especializando no tema para suprir a necessidade desses pacientes”,
explica.
Uma pesquisa recente da Universidade Federal da
Integração Latino-Americana (Unila) mostrou que o óleo de cannabis, usado na
proporção adequada para cada caso, foi capaz de reduzir os impactos gerados
pelo Alzheimer e até reverter boa parte dos danos relacionados à memória.
De acordo com Fabrízio Postiglione, CEO da
Remederi, farmacêutica brasileira de cannabis medicinal, a informação é
fundamental para garantir acesso à qualidade de vida para pacientes com
diversas patologias. “É um processo de educação social para todos os âmbitos
que pode contribuir para mudanças concretas na legislação, favorecendo a
produção e comercialização dos medicamentos de maneira acessível”, aponta.
Instituto de Ensino e Pesquisa Remederi,
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no site.
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