Será que as
buscas por voz vão superar as escritas? Se sim, quando isso pode ocorrer? Essas
são duas questões que estão postas há pelo menos 10 anos ou, no mínimo, desde
que a qualidade dos sistemas de buscas por voz como Google, Siri, Alexa,
Cortana, Bixby entre outros atingiu níveis que tornaram seu uso realmente
viável.
Se olharmos os
números, veremos que as buscas exclusivamente por voz ainda estão num patamar
muito baixo, mas seguem com tendência de crescimento, em especial quando
realizadas por meio de dispositivos móveis. É o que indica a segunda edição da
pesquisa State of Search Brasil, realizada em 2021. O levantamento
aponta que os usuários que realizam buscas exclusivamente por voz representam
apenas 2% do total de usuários de notebooks e desktops, mas sobem para 5%
quando são realizadas por smartphones. Quando considerados os usuários que
utilizam tanto voz como escrita em suas buscas, os valores sobem para 32% e 47%
respectivamente. E um dado relevante é que esses números cresceram 25% em
relação a 2020.
Pode até parecer
pouco, mas isso demanda atenção de empresas e profissionais de SEO, pois se
trata de uma tendência de mudança no comportamento do usuário, que pode
interferir expressivamente nos resultados de buscas. O crescente aumento do uso
dos assistentes de voz e, também, dos aplicativos de metaverso, vão contribuir
para impulsionar as buscas feitas por voz.
Diante dessas
tendências, as chamadas buscas de cauda longa (long tail), que utilizam três ou
mais palavras, possuem maior probabilidade de ocorrer, pois é natural que, ao
fazermos buscas por voz, utilizarmos frases mais completas ou fazermos isso na
forma de perguntas. Nesse cenário, softwares que auxiliem na criação automática
e escalável de páginas web, que fazem a correlação dessas palavras, podem
ajudar, e muito, a garantir um bom posicionamento nas buscas.
Outro ponto que
merece destaque e que vai interferir diretamente no número de impressões é a
tendência de aumento nas buscas por meio dos sistemas de assistentes de voz.
Isso terá cada vez mais impacto nas métricas.
Diferentemente
das pesquisas realizadas diretamente no Google, as consultas feitas via
assistente de voz não geram impressões. Vejamos um exemplo: se perguntarmos
qual a distância entre São Paulo e Belo Horizonte diretamente à assistente
eletrônica, receberemos a resposta, mas ela não vai gerar uma impressão, como
seria se utilizássemos um buscador como o Google, por exemplo. Será uma
impressão a menos para algum site que aparecia na primeira posição para esse
tipo de busca.
Outra métrica que sofrerá alterações é a de volume de tráfego. Há uma tendência que perguntas, como por exemplo sobre a previsão do tempo, migrem cada vez mais para assistentes de voz. São milhares, talvez milhões de buscas que aos poucos deixarão de ser feitas em buscadores, que não vão mais gerar volume de tráfego e nem impressões. Outras perguntas que devem migrar para os assistentes de voz são, por exemplo, sobre as cotações de moedas, fechamento de bolsa de valores ou mesmo a receita de algum prato.
Em um futuro
próximo, conforme os assistentes de voz ampliarem as possibilidades de
realização de compras, os usuários serão direcionados diretamente para
determinados supermercados, lojas parceiras ou ligadas diretamente a esses
assistentes. Isso não impactará apenas nas métricas, mas diretamente nas
conversões de vendas. Essas são apenas algumas tendências que devemos
acompanhar de perto e ficarmos atentos aos impactos que elas poderão trazer
para empresas e negócios.
Ao longo dos
anos, as equipes de SEO sempre tiveram que enfrentar expressivos desafios e as
buscas por voz são apenas mais um que se apresenta para um futuro próximo. Mas,
afinal, alguém falou que seria fácil?
Carol Junqueira - Gerente de Marketing
e Cultura da Simplex
Jonas Marinho - Gerente de Analytics e Business
Intelligence da Simplex
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