O
caminho até os cuidados com a saúde mental nem sempre é curto, tampouco fácil.
Para chegar a um profissional, às vezes, é preciso atravessar períodos de
dúvidas e desafios, e é então que o apoio dos mais próximos é bem-vindo. Mas
como podemos ajudar amigos e familiares a se sentirem acolhidos nesse
momento?
Em
alusão ao Setembro Amarelo, a psicóloga Gláucia Benute, coordenadora da
Psicologia do Centro Universitário São Camilo – SP, esclarece essa dúvida e
explica o que é a escuta afetiva, bem como a importância desse recurso para a
saúde mental. Confira:
Quando
temos um parente ou amigo que está em situação de sofrimento, como podemos
contribuir mesmo não tendo formação na área da Saúde mental?
"A
primeira coisa muito importante é o que chamamos de escuta ativa, ou
seja, aprender a ouvir, a interagir e a ter empatia com o outro. A empatia
é escutar o que está sendo dito no sentido de tentar entender o ponto de
vista de quem está contanto, ao invés de interpretar como você mesmo
reagiria à situação."
Qual
é, portanto, a melhor abordagem nessa situação?
"É importante
considerar que quando alguém está contando um problema ou situação de
sofrimento não é preciso responder como se fosse resolver o problema em
questão. Muitas vezes nos sentimos frustrados ou impotentes por não
conseguirmos ajudar, mas quando a pessoa compartilha isso conosco, a ideia é
que possamos ouvi-la, acolher, respeitar e compreender o que a pessoa está
passando. Para isso, a escuta ativa é uma forma de propiciar esse
acolhimento."
E
como esse acolhimento acontece na prática?
"Normalmente,
quando um familiar ou amigo está contando algo para nós, nossa primeira reação
é tentar resolver a situação imediata. Se a pessoa vem chorando, o primeiro
impulso é dizer ‘não chore, não fique assim, vai passar’. É claro que esse tipo
de frase tem uma boa intenção, mas, ao mesmo tempo, acaba não permitindo a
expressão do sofrimento. Quando se diz ‘não fique assim, vai passar’,
automaticamente o outro vai tentar respirar e parar de chorar, e não vai mais
conseguir expressar da mesma forma ou colocar para fora o que está sentindo
porque, sem querer, estamos impedindo-a que o faça.
Essas frases são habituais, falamos até sem pensar, mas são palavras que não acolhem, nem dão o suporte necessário para o momento que a pessoa está vivendo.
Então, quando alguém for nos contar alguma coisa ou se percebemos
sofrimento em um parente ou amigo que estiver chorando, por exemplo,
podemos abraçar, dar colo e acolher no sentido de lhe oferecer
apoio."
Confira o
comentário completo da psicóloga e coordenadora de Psicologia do Centro Universitário
São Camilo – SP, Gláucia Benute: https://youtu.be/Q3eQgLnCQ5A
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