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sábado, 3 de setembro de 2022

O que você precisa saber antes de decorar espaços pequenos

 Arquiteta dá dicas para dar mais funcionalidade, conforto e amplitude a ambientes menores sem abrir mão do design


Em uma década, o número de nascimentos no Brasil caiu 10% e o de casamentos, 26%. Isso significa que cada vez mais os brasileiros vivem sozinhos ou, quando casam, têm famílias menores. Essa tendência teve reflexos na arquitetura e construção civil e fez explodir a procura por pequenos apartamentos e as chamadas tiny houses, minicasas que, mais que moradia, representam uma experiência de viver.

Por mais que optemos por moradas pequenas, ninguém quer desconforto, nem bagunça. Aproveitar bem os espaços, encontrar soluções de armazenamento sem perder o estilo e o design virou um desafio à criatividade de arquitetos e designers.

A arquiteta e urbanista da Criare Campinas, Rafaela Costa, explica que a marcenaria planejada é o coração dos interiores reduzidos. “Adequar armários, prateleiras, optar por móveis reversíveis e funcionais podem ser estratégias que permitam transformar um mesmo cômodo em dois ou três para que ele cumpra diversas funções”, diz.

Multifuncionalidade e planejamento são ideiais para ocupar metragens mínimas

É assim que você abre uma porta, ou fecha um compartimento, e transforma seu quarto num escritório, por exemplo. A arquiteta explica que essa tendência vem sendo explorada até para ambientes maiores. “Temos projetos em que uma única bancada pode ser utilizada como apoio da cozinha, sala de jantar, living e, com uso de um painel móvel, criar um ambiente privativo para uso como home office. Uma sala de TV pode ser fechada com uma porta de correr e virar um dormitório extra. A porta de um armário pode comportar o painel de uma TV, em casos onde o dormitório é reduzido. Esse aproveitamento de espaço pode, até mesmo, fazer com que o mesmo televisor seja reversível tanto para a sala, quanto para o quarto, com o uso de um painel giratório. É uma forma de otimizar o espaço de forma inteligente sem abrir mão de nada”, afirma.

O sucesso das tiny houses e studios, apartamentos com até 30 metros, prova que a funcionalidade e design podem andar lado a lado, mesmo no aperto daquela metragem mínima. “O conceito minimalista é uma tendência forte de decoração e prova que todo espaço, por menor que seja, pode ter conforto, beleza e funcionalidade, se for ser bem pensado para receber um layout e marcenaria planejados”, diz.

Cores claras e foco na iluminação ampliam ambiente


A organização é peça chave quando falamos em espaços reduzidos. Muito em alta, o estilo industrial, costuma abusar de estantes e prateleiras com uso do metal e objetos à mostra, mas deve ser pensado e repensado antes de ser executado em espaços pequenos. “É uma tendência que deve ser usada com cuidado, sobretudo nas cozinhas, onde normalmente temos uma quantidade considerável de utensílios que dificilmente podem ser apresentados de uma forma bonita e organizada. Em ambientes pequenos é importante ter, pelo menos, mais um armário, fechado, para acomodar todos os utensílios que não vão ficar bonitos na sua prateleira”, explica Rafaela.

Cores fortes e vibrantes também devem ser evitadas em espaços muito pequenos. “O ideal é usar cores mais claras, que dão uma sensação de amplitude ao ambiente. A mesma regra vale para uma boa iluminação, que valorize os detalhes. O uso de espelhos também dá a sensação de que o cômodo é maior”, completa a especialista.

Estante multifuncional divide a sala do quarto e otimiza o uso da TV

Praticidade
Quem vive nesses pequenos espaços geralmente tem pouco tempo para a manutenção e a limpeza da casa. “Quando projeto uma cozinha, penso em vários detalhes para tornar o uso mais prático: lixeira, escorredor de pratos e outros objetos, como porta-temperos, podem ser embutidos para otimizar o espaço. Para facilitar a limpeza dos móveis, recomendo usar menos objetos e evitar texturas, porque podem acumular sujeira. Superfícies lisas são rápidas e práticas de limpar”, ensina.

Planejamento
A palavra-chave é planejamento. “O projeto tem que estar adequado às necessidades do morador. Isso evita que se crie espaços que não serão usados frequentemente, e ajuda a definir funcionalidades que vão facilitar a vida dele nas tarefas do dia a dia. É possível, sim, morar em imóveis pequenos sem abrir mão do design e do conforto”, garante a arquiteta.

Marcenaria planejada aproveita e organiza espaço sem perder o design

 

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