Alta
anual foi impulsionada pelas férias escolares
O turismo nacional faturou R$ 18,3 bilhões, em julho, e cresceu 32,1%, em
comparação ao mesmo período do ano passado. Os números são do levantamento
mensal do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizado com base nos dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As tradicionais férias
escolares foram o motivo do alavanque do setor, no sétimo mês do ano . Em
relação a julho de 2019, o faturamento ficou apenas 2% inferior ao volume
registrado no período.
Dentre os segmentos, a elevação que mais contribuiu para o resultado foi a do
transporte aéreo, com alta de 86,8% no comparativo anual. Na sequência, vieram
os serviços de alojamento e alimentação (22%); as atividades culturais,
recreativas e esportivas (18,8%); os transportes aquaviários (12,6%) e
terrestres (14,2%); e o conjunto de setores de locação de veículos, agências e
operadoras de turismo (2,4%).
Considerando os meses de julho, neste ano se registrou o período mais
movimentado nos terminais aéreos desde 2019. Entretanto, os preços elevados das
passagens também contribuíram para o aumento do faturamento, alcançando, em
valores absolutos, R$ 6,2 bilhões. Até o momento, as remarcações e a compra
antecipada dos bilhetes com tarifas mais baratas vinham sustentando o
crescimento. Contudo, a inflação do turismo em 31,27% deve favorecer viagens
por outros modais, evitando o custo elevado das passagens aéreas.
O turismo aquecido tem beneficiado também a indústria hoteleira. Os serviços de
alojamento e alimentação faturaram R$ 5,2 bilhões, enquanto os bares e
restaurantes se beneficiam do maior deslocamento de turistas pelo País. Outro
setor a integrar o levantamento, o transporte terrestre – composto por ônibus
intermunicipal, interestadual e internacional, além de trens turísticos –
faturou 2,9 bilhões, em julho. Na comparação com o mesmo período de 2019, a
alta foi de 7%.
A maior concorrência no transporte terrestre limita um crescimento mais
acentuado nos preços das passagens, e a menor variação em relação ao aéreo não
significa que o setor esteja passando por um arrefecimento (pelo contrário, tem
se fortalecido como alternativa às viagens de avião).
O conjunto de setores de locação de veículos, agências e operadoras de turismo,
apontou, por sua vez, o menor crescimento porcentual entre as atividades
avaliadas no estudo, com faturamento de R$ 2,7 bilhões. Vale destacar, contudo,
que as tarifas de aluguel de carros têm caído nos últimos meses, influenciadas
pela volta do equilíbrio entre a oferta de veículos e a demanda.
A pesquisa da FecomercioSP também demonstra que as atividades culturais,
recreativas e esportivas ainda passam por um período de recuperação – uma vez
que o faturamento de R$ 1,27 bilhão está 13,3% abaixo do visto no mesmo mês,
três anos atrás. Por fim, o transporte aquaviário faturou R$ 49 milhões.
De acordo com o Conselho de Turismo da Federação, o setor foi um dos primeiros
a ser afetado pelas restrições impostas pela pandemia e, só agora, tem
conquistado resultados equivalentes aos períodos anteriores a 2020. A
presidente do órgão, Mariana Aldrigui, destaca, entretanto, que o efeito da
inflação nos preços e no poder de compra das famílias pode reduzir o ritmo ou
modificar o padrão das viagens, com diminuições da duração, da distância ou dos
tipos de serviços agregados
Nota metodológica
O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços e dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e foram escolhidas as atividades que têm relação total ou parcial com o turismo. Para as atividades que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.
FecomercioSP
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