Para o palestrante
Alexandre Slivnik é necessário criar uma categorização de tarefas para não
sofrer com o acúmulo de atividades
O conceito de “Trabalho e Dedicação” é
constantemente disseminado pelas pessoas e dedicar-se ao máximo pode até parecer
uma virtude. Mas em alguns casos, uma sobrecarga tem o potencial de ser um
estopim que dará origem a uma série de problemas e desconfortos. A síndrome de burnout,
por exemplo, é um transtorno causado pelo esgotamento mental e profissional, e
está diretamente relacionada à rotina intensa de trabalho.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Pebmed,
um em cada três trabalhadores brasileiros sofrem com o burnout,
afetando mais de 30 milhões de pessoas no Brasil. No mundo, esse número é ainda
maior e isso fez com que a OMS reconhecesse a síndrome como uma doença do
trabalho.
Para Alexandre
Slivnik, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e
Desenvolvimento (ABTD), que realiza cursos e palestras há vinte anos, a
ansiedade pode ser uma pequena demonstração da síndrome de burnout.
“Quando temos muitas coisas para fazer e, ao invés de fazê-las, ficamos
protelando algumas atividades que não gostamos de executar, acontece um acúmulo
de tarefas que causam ansiedade e estresse, e o excesso desses problemas pode
resultar na síndrome de burnout”, relata.
Dados apontam que o Brasil foi, alguns anos atrás,
o país mais ansioso do mundo, com quase 10% das pessoas sofrendo de ansiedade.
“O medo de não conseguir lidar com todas as tarefas do trabalho ou do dia a dia
está diretamente relacionado a esses números, e praticamente todo trabalhador
tem essa sensação em determinado momento. Alguns mais, outros menos”, revela o
palestrante.
Slivnik acredita que a tecnologia e o acesso à
informação são parte da razão por trás desses números. “O conceito de FOMO (fear of
missing out), no qual as pessoas precisam estar sempre conectadas e
não conseguem deixar de ver uma notícia ou mensagem se tornou um grande
problema. Alguns não podem esperar sequer 30 minutos para responder às pessoas
no WhatsApp, por exemplo, e isso causa ainda mais ansiedade, prejudica a
produtividade e, consequentemente, facilita para que as pessoas tenham burnout”,
pontua.
De acordo com o palestrante, o modelo de pagamento
mensal adotado no Brasil pode atrapalhar a eficiência dos trabalhadores. “Nos
Estados Unidos, por exemplo, muitas empresas pagam por hora trabalhada. Se você
trabalha por hora, é preciso ser produtivo durante aquele período de trabalho
e, obviamente, o foco acaba sendo maior naquele momento”, declara.
Para o vice-presidente da ABTD, muitas pessoas,
sim, sofrem burnout por trabalhar em excesso. Mas outras desenvolvem o
problema por não saberem gerenciar o trabalho e as atividades de forma correta.
“A solução é categorizar as suas tarefas utilizando tags para as
principais tarefas, diferenciando as prioridades daquelas atividades que podem
esperar um tempo para serem realizadas, mitigando as chances de acúmulo e
diminuindo e essa sensação de esgotamento no trabalho”, ensina.
Alexandre Slivnik - autor de diversos livros, entre eles do best-seller
O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX – Institute for Business
Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação
Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso
Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD). É professor convidado do
MBA de Gestão Empresarial da FIA / USP. Palestrante e profissional com mais de
20 anos de experiência na área de RH e Treinamento. É atualmente um dos maiores
especialistas em excelência em serviços no Brasil. Palestrante Internacional
com experiência nos EUA, EUROPA, ÁFRICA e ÁSIA, tendo feito especialização na
Universidade de HARVARD (Graduate School of Education - Boston / EUA). www.alexandreslivnik.com.br.
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