Especialista
alerta que café e chocolate, por exemplo, são gatilhos para a dor
A enxaqueca é um dos tipos de dores de cabeça mais
comuns entre os brasileiros. Ela possui características como a intensidade da
dor ser de moderada a grave, a sua localização ser geralmente unilateral e a
dor ser associada a náuseas e/ou fotofobia (aversão à luz) e fonofobia (aversão
ao som). A enxaqueca, geralmente, possui quatro fases: pródromo, aura, dor e
pósdromo, mas nem sempre o paciente passa por todas elas e às vezes a aura pode
ocorrer junto com a dor.
A primeira é classificada como a fase que antecede
a dor. Já a aura são sintomas focais neurológicos, de curta duração (até 60
minutos), como pontos brilhantes ou pretos na visão, dormência em alguma parte
do corpo (ao redor da boca, mãos ou braços) e outros. A crise é marcada pela
dor que acontece, geralmente, de forma unilateral e latejante. Passando a dor,
o paciente entra na fase do pósdromo, comparada por algumas pessoas com a
sensação de ressaca, marcada por sonolência, fraqueza e dificuldade de
concentração.
Algumas situações podem desencadear a enxaqueca,
como estresse, ansiedade, jejum prolongado e consumo de alguns alimentos e
bebidas, como explica a Dra. Natália Longo, neurologista pela Santa Casa de São
Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP.
“A alimentação adequada exerce um papel importante
no tratamento preventivo da enxaqueca, pois o jejum e alguns alimentos são
desencadeadores das crises, como as frutas cítricas, conservas de coloração
avermelhadas, bebidas que contém cafeína e alimentos ricos em gorduras. Alguns
exemplos são frutas como o limão, linguiças, café, chocolate e alguns
refrigerantes”, contou a especialista.
A ciência ainda não conseguiu descobrir o motivo
desses alimentos causarem a enxaqueca, mas algumas hipóteses são aventadas,
mostrando que estas substâncias servem de gatilho para desencadear as crises de
dores de cabeça. A neurologista explica que o paciente só percebe que o
alimento ou a bebida vão causar a dor, após consumi-lo, mas quando evidenciada
esta correlação, estas pessoas devem evitar estes alimentos.
“Não existe uma dieta específica para diminuir a
dor de cabeça. O que existe é evitar os alimentos que são um gatilho para dor.
O chocolate, por exemplo, se for consumido de forma moderada, não vai fazer
mal. Agora, se o paciente já está com enxaqueca, pode piorar o quadro”,
completou a Dra. Natália Longo.
A especialista lembra que a enxaqueca é uma dor muito comum e que as pessoas acabam não dando a devida importância, porém existem tratamentos preventivos muito eficazes para que as pessoas que convivem com esta doença tenham uma qualidade de vida melhor e até mesmo sem dor. Em caso de crises frequentes, é importante que o paciente procure um especialista que vai indicar o melhor tratamento. Cuidado com o uso excessivo de analgésicos, pois pode mascarar e agravar as crises.
Dra. Natália Longo – médica neurologista e neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará. Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia, eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.
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