Indicador da FecomercioSP aponta
alta de 0,60%, ante aumento de 1,33%, registrado em abril
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), indicador
da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP), apontou alta de 0,60%, em maio. Apesar do aumento, o resultado
demonstra uma desaceleração no custo de vida na Região Metropolitanda de São
Paulo (RMSP), já que, no mês anterior, a variação registrada do CVCS foi de
1,33%. Esta desaceleração foi resultado, principalmente, da redução da tarifa
da energia elétrica residencial (-11,7%), após o regresso à bandeira verde, sem
a cobrança da taxa extra por quilowatt/hora. Com isso, os custos ligados à
habitação recuaram 1,60%.
Dentre os itens do grupo de habitação, outra queda que contribuiu para a menor
alta do CVCS foi a do preço do gás de botijão (-3%). Entretanto, a maioria dos
outros grupos analisados na pesquisa apontou aumento. A mais significativa foi,
novamente, a dos transportes, de 1,99%. A alta foi puxada tanto pelo comércio
quanto pelos serviços. No primeiro caso, houve elevações da gasolina (1,3%) e
do óleo diesel (4,2%), além de alta das motocicletas (3,3%) e dos acessórios e
peças (2%). Já no segundo, o que mais influenciou o resultado foi o aumento das
passagens aéreas (21,6%), impactado, também, pela subida do preço do petróleo.
As reduções nos preços ligados à habitação foram importantes, principalmente para as famílias de baixa renda: a variação para a classe D, por exemplo, foi de -1,96%, enquanto para a classe A, a redução foi menor que a metade (0,81%). No entanto, como o transporte tem maior impacto no resultado geral do índice, a inflação do grupo para a classe E – que foi quase o triplo da classe A (2,6% contra 0,92%) – acaba anulando o benefício da redução dos preços médios da habitação.
Demais altas do mês
Na alimentação, que subiu 0,66%, a inflação está espalhada por diversos
produtos: queijo (4,5%), feijão (6,7%), pão francês (1,6%) e alcatra (3,4%) são
alguns exemplos. Por outro lado, os produtos que subiram excessivamente nos
últimos meses tiveram correções nos seus valores, sobretudo os legumes e as
hortaliças. O tomate lidera a queda, com -25,2%, seguido da alface (-4,4%) e da
cenoura (-17,5%).
O reajuste dos preços dos medicamentos no fim de abril impactou os custos
ligados à saúde, que subiram 1,05%. Ficaram mais caros os anti-inflamatórios
(3,8%); os analgésicos e antitérmicos (3,4%); os produtos de higiene e beleza
(5,1%); e os sabonetes (2,8%). Na avaliação por classe social, o impacto foi
maior para as faixas de renda mais baixas. Para as classes E e D, por exemplo,
houve avanços de 1,97% e de 1,68%, respectivamente. Já para a classe A, o
aumento médio foi de 0,98%.
Com a volta à normalidade e a aproximação do frio, o vestuário também
apresentou alta em maio (1,88%). Os itens que mais subiram no grupo foram as
camisas e as calças infantis, ambos com variação de 3,8%. As camisas masculinas
e as calças femininas também registraram elevação (3,7%). As roupas de inverno
são mais caras, e os custos de produção estão em alta, o que acaba gerando o
repasse ao consumidor. Em 12 meses, o grupo acumula alta de 13,28%.
As demais elevações foram observadas nos artigos do lar (0,36%); nas despesas
pessoais (0,45%); e na comunicação (0,17%). Apenas o grupo da educação
apresentou queda (-0,05%).
Para a FecomercioSP, ainda não é possível apontar a desaceleração como uma
tendência para o custo de vida na RMSP. As commodities agrícolas e de energia
continuam em alta no mercado internacional. Além disso, o câmbio sofre pressão,
o que dificulta o cenário de redução dos importados e de produtos negociados e
relacionados à moeda norte-americana internamente. Vale ressaltar que a
Petrobras reajustou, em junho, mais uma vez, o preço dos combustíveis, o que
deve manter o CVCS pressionado. Ainda que os preços de alguns itens da
alimentação, os quais tiveram grande aumento no início do ano, estejam voltando
à normalidade, afetam menos o CVCS. Portanto, não há indicativo de melhora nos
custos e no impacto do orçamento das famílias no curto prazo.
Nota metodológica
CVCS
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de
Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de
renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de
preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A
estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo
obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O
IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.
FecomercioSP
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