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Hematologista explica as baixas no estoque e esclarece principais dúvidas sobre a coleta
Junho tomou a cor vermelha como característica em prol de uma campanha que enfatiza a importância da doação de sangue, incentivando o espírito solidário nas pessoas, mostrando que doar sangue é um ato de amor. A campanha ‘Junho Vermelho’ foi criada pelo Ministério da Saúde há 7 anos, em 2015. A médica hematologista do Hospital Anchieta de Brasília, Jackeline Felix, explica que, diferente do imaginário coletivo, doar sangue é um processo fácil, rápido e seguro, além de destacar que, desde o início da pandemia da Covid-19, os bancos de sangue se adaptaram para evitar aglomerações.
Os bancos de sangue de Brasília,
particulares ou públicos, constantemente enfrentam baixas nos estoques de
diversos tipos sanguíneos. Os médicos atribuem essa falta de doadores aos
diversos mitos que amedrontam a população por vários anos. Seja por medo da
dor, por acreditar que não se encaixa no perfil de doador, ou pela pandemia da
Covid-19. A verdade é que os médicos e demais profissionais de saúde dos bancos
de sangue se certificam de que a pessoa está apta, submetendo todos os
interessados a anamnese, com perguntas sobre medicação, doenças e afins.
Por que os bancos de sangue apresentam redução nos estoques?
O Ministério da Saúde (MS) expôs dados mostrando que apenas 1,6% da população brasileira é doadora de sangue, e embora o percentual de doadores esteja dentro da recomendação da OMS, é necessário aumentar esse índice, estimulando que mais pessoas passem a doar regularmente, para manter os estoques de sangue em níveis seguros.
Segundo a médica hematologista, existem
diferentes motivos para que haja redução no número de doadores, refletindo a
escassez no estoque. “Motivos sazonais como as férias escolares de meio do ano
e alta temporada de viagem, o aumento de doenças respiratórias com a chegada do
frio e da seca, além da pandemia da Covid-19, fazem com que as pessoas fiquem
mais em casa e deixem de ir aos bancos de sangue. Todos esses fatores levam à
redução das doaçoes”, explica.
Quais são os
requisitos básicos para ser doador de sangue?
Jackeline lembra que alguns requisitos
precisam ser seguidos à risca, como: “estar em boas condições de saúde; ter
entre 16 e 69 anos de idade; pesar no mínimo 50 quilos; não ingerir bebida
alcoólica 12 horas antes da doação; não estar em jejum prolongado antes da
doação; não ter feito refeição rica em alimentos gordurosos 3 horas antes da
doação”, enumera a médica que também atende no Hospital São Francisco de
Brasília. Ela lembra ainda que jovens menores de 18 anos de idade devem possuir
consentimento formal do seu responsável legal, e que o limite para a primeira
doação é de 60 anos de idade.
Como é feita a
doação de sangue?
“A coleta de bolsas de sangue é feita com material descartável, estéril e com produtos registrados na Anvisa. A doação propriamente dita (coleta) não dura mais de 15 minutos. É necessária a observação do doador por alguns minutos, antes da sua saída do banco de sangue, para verificar se não há quaisquer sintomas, como mal-estar, tontura e fraqueza”, explica. A médica lembra ainda que uma vez ao ano, o trabalhador tem direito a um dia de folga para fazer a doação e repousar após a coleta.
“Nos homens, o
intervalo mínimo entre cada doação deve ser de 2 meses, respeitando o máximo de
4 doações por ano. Nas mulheres, o intervalo mínimo entre cada doação deve ser
de 3 meses, respeitando o máximo de 3 doações por ano”, conclui.
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