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terça-feira, 14 de junho de 2022

Hormônios liberados pela atividade física são requisito para saúde física e mental

 

Educadora física e coordenadora técnica da Fit Anywhere, Alaíde Martins Marques Souza Crédito Amanda Ocanha


Mesmo com benefícios comprovados, o número de adeptos ao exercício físico diário no Brasil é abaixo diante do índice recomendado pela OMS

 

Durante a prática de atividade física o corpo vai responder de forma diferente aos estímulos hormonais, contudo a sensação de relaxamento e felicidade estão entre os benefícios que a mente recebe do sistema endócrino, pois algumas substâncias serão liberadas no corpo. São muitos tipos de hormônios produzidos (ou ativados) neste momento que, comprovadamente, beneficiam a saúde física e mental das pessoas. 

Os hormônios ativados pelo exercício são: a adrenalina que é liberada para aumentar a frequência cardíaca e acelera a queima de calorias. A endorfina é responsável por aliviar dores, reduzir a ansiedade e traz a sensação de bem-estar para o corpo. Já a noradrenalina é produzida pelo sistema endócrino durante exercícios muito intensos, pois é necessário um esforço do corpo para aguentar a carga. 

São ativados ainda o hormônio do crescimento, que ajuda na queima de gordura e é responsável pelo crescimento dos tecidos no corpo, além de sintetizar proteína para construir a fibra muscular; como também a serotonina que auxilia na estabilidade emocional e humor no dia a dia da pessoa.  

Contudo, mesmo com os benefícios comprovados cientificamente, o engajamento social à atividade física no Brasil mostra números pouco satisfatórios. O isolamento social por conta da pandemia da covid-19 converteu-se em uma taxa maior de sedentarismo e o aumento do lastro de doenças físicas e mentais no país. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde feita pelo Ministério da Saúde apontam que 47% dos brasileiros adultos não chegam a praticar o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda: 75 minutos de atividade física intensa ou 150 minutos de exercícios moderados durante a semana. 

Com uma população cada vez mais sedentária, e os níveis de transtornos psicológicos mais abrangentes, praticar atividades físicas tornou-se parte fundamental da rotina de um indivíduo que busca equilíbrio e bem-estar, cientificamente é comprovado que atividade física oferece inúmeros benefícios à saúde mental e física, promovendo mais qualidade de vida às pessoas de modo geral.

 

Endorfina

O exercício é uma das ferramentas para a liberação pelo sistema endócrino do hormônio da endorfina, que atua no desenvolvimento mental e físico das pessoas, além de equilibrar os níveis emocionais, auxiliando no funcionamento equilibrado de nosso organismo, e melhorando a saúde de modo geral.

A ciência já identificou que nossas glândulas endócrinas recebem comumente três diferentes estímulos. Os nutrientes, frutos da alimentação, são responsáveis por impulsionar a liberação dos hormônios; neste ponto, o organismo promove uma reação em cadeia e os hormônios estimulam a produção de outros hormônios; e por fim, o estímulo das fibras nervosas, vindo da atividade física.

Em conjunto com nosso sistema nervoso, o endócrino controla e equilibra de todas funções orgânicas, incluindo a integração e controle das funções do nosso corpo, e estabilização da homeostase, em atividade física e estresse.

Com isto, explica a educadora física e coordenadora técnica da Fit Anywhere, Alaíde Martins Marques Souza, os baixos níveis de endorfina podem trazer sérias consequências para o corpo, como estresse excessivo, incluindo irritabilidade, tristeza, resultando em graves problemas, entre eles ansiedade, depressão, enxaqueca crônica, fibromialgia, entre outros.

A endorfina, segundo a Ciência, é responsável pela mediação química do cérebro no qual o controle de produção e metabolismo são reguladores ao longo e após a prática dos exercícios. Estudos comprovaram que já é possível associar a liberação da endorfina às atividades moderadas. Isto é, de 60% a 80% de sua máxima capacidade executados durante cerca de 40 minutos a 1 hora, ou mais, com predominância das atividades aeróbicas.

Entretanto, é preciso ter em mente que a liberação de endorfina não ocorre de maneira simples. “O indivíduo precisará chegar próximo ao seu limite máximo de gasto energético, ou seja, uma exaustão. Portanto, é fundamental praticar atividades físicas não apenas por questões estéticas, mas também para qualidade de vida e saúde mental e emocional”, relata Alaíde.

O organismo masculino tem maior produção de endorfina do que o corpo da mulher.


Saúde da mulher

Com foco na saúde da mulher, a atividade física torna-se prioritária. “Ao se manter uma rotina ativa de atividades físicas constantes, os níveis de endorfina aumentam em repouso, fazendo com que a substância auxilie na regulação do equilíbrio menstrual, e trazendo mais qualidade de vida”, conta Alaíde. 

Além disso, ainda sobre o organismo feminino, a falta de práticas físicas também pode estar relacionada a problemas de saúde, incluindo irregularidades e alterações no ciclo menstrual, bem como os sintomas da TPM (Tensão Pré-Menstrual).

Contudo, pontua Alaíde, é preciso levar em consideração os limites adequados das atividades físicas para não ter um efeito reverso e, por exemplo, aumentar os níveis de endorfina, o que acaba acarretando na inibição do ciclo menstrual.


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