Educadora física e coordenadora técnica da Fit Anywhere, Alaíde Martins Marques Souza Crédito Amanda Ocanha
Mesmo com benefícios comprovados, o número de adeptos ao exercício físico diário no Brasil é abaixo diante do índice recomendado pela OMS
Durante a prática de atividade física o corpo vai
responder de forma diferente aos estímulos hormonais, contudo a sensação de
relaxamento e felicidade estão entre os benefícios que a mente recebe do
sistema endócrino, pois algumas substâncias serão liberadas no corpo. São
muitos tipos de hormônios produzidos (ou ativados) neste momento que,
comprovadamente, beneficiam a saúde física e mental das pessoas.
Os hormônios ativados pelo exercício são: a
adrenalina que é liberada para aumentar a frequência cardíaca e acelera a
queima de calorias. A endorfina é responsável por aliviar dores, reduzir a
ansiedade e traz a sensação de bem-estar para o corpo. Já a noradrenalina é
produzida pelo sistema endócrino durante exercícios muito intensos, pois é
necessário um esforço do corpo para aguentar a carga.
São ativados ainda o hormônio do crescimento, que
ajuda na queima de gordura e é responsável pelo crescimento dos tecidos no
corpo, além de sintetizar proteína para construir a fibra muscular; como também
a serotonina que auxilia na estabilidade emocional e humor no dia a dia da
pessoa.
Contudo, mesmo com os benefícios comprovados
cientificamente, o engajamento social à atividade física no Brasil mostra
números pouco satisfatórios. O isolamento social por conta da pandemia da
covid-19 converteu-se em uma taxa maior de sedentarismo e o aumento do lastro
de doenças físicas e mentais no país. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde feita
pelo Ministério da Saúde apontam que 47% dos brasileiros adultos não chegam a
praticar o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda: 75 minutos de
atividade física intensa ou 150 minutos de exercícios moderados durante a
semana.
Com uma população cada vez mais sedentária, e os
níveis de transtornos psicológicos mais abrangentes, praticar atividades
físicas tornou-se parte fundamental da rotina de um indivíduo que busca
equilíbrio e bem-estar, cientificamente é comprovado que atividade física
oferece inúmeros benefícios à saúde mental e física, promovendo mais qualidade
de vida às pessoas de modo geral.
Endorfina
O exercício é uma das ferramentas para a liberação
pelo sistema endócrino do hormônio da endorfina, que atua no desenvolvimento
mental e físico das pessoas, além de equilibrar os níveis emocionais,
auxiliando no funcionamento equilibrado de nosso organismo, e melhorando a
saúde de modo geral.
A ciência já identificou que nossas glândulas
endócrinas recebem comumente três diferentes estímulos. Os nutrientes, frutos
da alimentação, são responsáveis por impulsionar a liberação dos hormônios;
neste ponto, o organismo promove uma reação em cadeia e os hormônios estimulam
a produção de outros hormônios; e por fim, o estímulo das fibras nervosas,
vindo da atividade física.
Em conjunto com nosso sistema nervoso, o endócrino
controla e equilibra de todas funções orgânicas, incluindo a integração e
controle das funções do nosso corpo, e estabilização da homeostase, em
atividade física e estresse.
Com isto, explica a educadora física e coordenadora
técnica da Fit Anywhere, Alaíde Martins Marques Souza, os baixos níveis de
endorfina podem trazer sérias consequências para o corpo, como estresse
excessivo, incluindo irritabilidade, tristeza, resultando em graves problemas,
entre eles ansiedade, depressão, enxaqueca crônica, fibromialgia, entre outros.
A endorfina, segundo a Ciência, é responsável pela
mediação química do cérebro no qual o controle de produção e metabolismo são
reguladores ao longo e após a prática dos exercícios. Estudos comprovaram que
já é possível associar a liberação da endorfina às atividades moderadas. Isto
é, de 60% a 80% de sua máxima capacidade executados durante cerca de 40 minutos
a 1 hora, ou mais, com predominância das atividades aeróbicas.
Entretanto, é preciso ter em mente que a liberação
de endorfina não ocorre de maneira simples. “O indivíduo precisará chegar
próximo ao seu limite máximo de gasto energético, ou seja, uma exaustão.
Portanto, é fundamental praticar atividades físicas não apenas por questões estéticas,
mas também para qualidade de vida e saúde mental e emocional”, relata Alaíde.
O organismo masculino tem maior produção de
endorfina do que o corpo da mulher.
Saúde da mulher
Com foco na saúde da mulher, a atividade física
torna-se prioritária. “Ao se manter uma rotina ativa de atividades físicas
constantes, os níveis de endorfina aumentam em repouso, fazendo com que a
substância auxilie na regulação do equilíbrio menstrual, e trazendo mais
qualidade de vida”, conta Alaíde.
Além disso, ainda sobre o organismo feminino, a
falta de práticas físicas também pode estar relacionada a problemas de saúde,
incluindo irregularidades e alterações no ciclo menstrual, bem como os sintomas
da TPM (Tensão Pré-Menstrual).
Contudo, pontua Alaíde, é preciso levar em
consideração os limites adequados das atividades físicas para não ter um efeito
reverso e, por exemplo, aumentar os níveis de endorfina, o que acaba
acarretando na inibição do ciclo menstrual.
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