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terça-feira, 14 de junho de 2022

Alongamentos e automedicação podem piorar quadro de dor nas costas

Dra. Walkyria Fernandes alerta sobre a importância de identificar a causa da dor e do tratamento adequado para cada patologia

 

Seja pelo sedentarismo, obesidade, desequilíbrio do corpo, estresse ou lesão muscular, o fato é que 80% da população mundial sofre com dores nas costas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). E já é quase uma reação natural: basta o paciente sentir um leve incômodo na coluna para recorrer a automedicação ou a uma série de alongamentos. Mas e se ao invés de trazer alívio, essas práticas piorarem o quadro da dor crônica? É o que alerta a fisioterapeuta, Dra. Walkyiria Fernandes, especialista com 18 anos de experiência na área. 

“Muitas pessoas acreditam que alongamento e medicamentos, como relaxantes musculares, irão resolver a dor que ela está sentindo, mas nem sempre esse é o tratamento mais indicado para a lesão. Inclusive, um estudo divulgado recentemente no Reino Unido, feito por meio de dados de um repositório de enfermidades e uso de medicamentos, revelou que o uso de anti-inflamatórios não esteroides, pode dobrar a chance de dor crônica nas costas”, explica Fernandes. 

A Dra. em fisioterapia ainda orienta sobre a importância de identificar a patologia e a causa da dor com um profissional de saúde, para que seja inserida a forma adequada de tratamento para a lesão. “É importante consultar um médico ou fisioterapeuta para identificar o problema. Cada tipo de dor recebe um tratamento específico. Por exemplo, se for uma inflamação no nervo ciático, não são recomendados alongamentos, porque o estiramento do nervo faz com que aumente o edema intraneural gerando hipóxia e piorando o processo inflamatório”, explica Walkyria Fernandes, que é idealizadora do método “Raciocínio Clínico Avançado -- RCA 360”, baseado em técnicas de avaliação e tratamento avançado que auxilia o fisioterapeuta a encontrar a causa da dor e não somente a tratar a lesão do paciente.
 

Dor lombar x nervo ciático:

E para facilitar pacientes e fisioterapeutas a identificar a patologia das dores nas costas, a fisioterapeuta Walkyiria Fernandes explica as principais diferenças entre a dor na lombar e a dor no nervo ciático. “A ciatalgia o paciente sente dor irradiada para as pernas, podendo chegar até os pés. Além disso, geralmente acomete um dos lados do corpo e pode vir acompanhada de formigamento, caso a compressão neural seja por uma patologia relevante. Já a dor na lombar, também conhecida como lombalgia, afeta a região inferior da coluna, desde a última costela até a prega glútea. A dor lombar é a segunda maior causa de ida dos pacientes aos consultórios - só perde para dor de cabeça”, explica a Dra. Fernandes. 

No RCA 360, Walkyria ensina outros fisioterapeutas sobre testes diagnósticos como o “Slump Test”, prática que ajuda a identificar se o paciente tem realmente uma inflamação no nervo ciático. O teste consiste em comprovar a alteração do nervo ciático e pode ser feito no próprio consultório. A especialista ainda ressalta que o sedentarismo, obesidade, tabagismo e o desequilíbrio do corpo, como disfunções musculoesqueléticas ou restrições de mobilidade, são fatores que aumentam as chances das pessoas terem dor na lombar ou até a inflamação do ciático. Contudo, além de disfunções pontuais, a especialista orienta uma atenção especial ao bem-esta do corpo, de uma forma geral. 

“São quatro pilares de bem-estar que devemos ter atenção: estar ativo, dormir bem, alimentar-se bem e diminuir a carga de estresse do dia a dia. A meditação ou exercícios respiratórios são ótimos para auxiliar nesse equilíbrio, inclusive. Para trabalhar com a prevenção, é essencial que o paciente faça exercícios regularmente e tenha um sono de qualidade. A pessoa que não dorme bem está mais propícia a desenvolver disfunções no corpo e, consequentemente, ter uma lombalgia ou uma ciatalgia, que é a dor no nervo ciático.”, sugere a fisioterapeuta.
 

 

Walkyria Fernandes - graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Paraná) há 18 anos. Tem especialização em ortopedia e traumatologia desportiva, pela Faculdade Evangélica do Paraná. Além disso, conta com uma especialização em osteopatia pela Escuela de Osteopatía de Madrid (EOM) e D.O. reconhecido pela Scientific European Federation of Osteopaths (SEFO). É mestre em Tecnologia em Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), e fez doutorado sanduíche -- parte na Uninove, em São Paulo e parte na Universidade de Sevilla, na Espanha.  A fisioterapeuta clínica ainda é idealizadora do método “Raciocínio Clínico Avançado -- RCA 360”, curso on-line que já conta com mais de 5 mil alunos no Brasil e em nove países. Já foi proprietária de uma grande clínica de fisioterapia no estado do Mato Grosso, onde também atuou durante 7 anos como professora de anatomia, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMT), no curso de Medicina.

 

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