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Além de estimular o consumo, o uso da tecnologia amplia as possibilidades de transações comerciais, como o live commerce, potencializa a experiência de compra e abre espaço para outros dispositivos
Há pouco mais de um mês, o
iFood foi autorizado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a fazer
entregas por drone no Brasil. A liberação é inédita no país e, por ora, os
drones farão apenas parte do trajeto levando os pedidos até uma área específica
e segura para pousos e decolagens - chamada de droneporto ou dronepoint,
em inglês. Lá, o pedido é coletado por um entregador do iFood que o transporta
até o cliente.
A novidade retrata bem um
cenário de consumo cada vez mais variado e permeado de experiências
tecnológicas com ajuda de serviços móveis de alta qualidade.
Com as compras no digital
acontecendo a passos largos, a presença do 5G no país prevista para ocorrer até
o segundo semestre deste ano nas principais capitais, segundo a Anatel, deve
gerar oportunidades ao varejo que ainda são pouco ou nada exploradas.
Muitos acreditam que o 5G
seja o grande responsável pelo futuro do varejo. Será que é isso mesmo?
A Quinta Geração da internet
móvel representa grandes melhorias, como a evolução na velocidade e capacidade
de conexão. Isso porque o 5G se baseia em três fundamentos básicos: velocidade
de 1 Gigabite por segundo, capacidade da rede que pode suportar até 1 milhão de
dispositivos por quilometro quadrado e baixa latência, ou menor tempo de
resposta (abaixo de 1 milissegundo).
Países da Ásia, como China e
Coréia do Sul, já usufruem de servidores que permitem essa navegação ultra
rápida para pessoas e coisas. Entretanto, o que temos até agora no Brasil (e na
maior parte do mundo) é apenas a teoria.
Apesar de parecer simples, a
implantação dessa inovação é bem burocrática. A instalação de infraestrutura -
estações de rádio base, antenas e torres que transmitem o sinal da operadora
para os celulares - depende de leis que mudam de cidade para cidade e deixam
esse processo mais longo.
Para ilustrar, acredita-se
que a demanda do 5G exigirá de quatro a cinco vezes mais antenas do que as que
estão instaladas atualmente, bem como mais roteadores e muito investimento.
Mesmo assim, José Barletta,
diretor de soluções e tecnologia da Worldline América Latina, aponta que é
dever de todos trabalhar para que essa jornada de evolução e inovação seja a
mais rápida possível. Falando em varejo, o especialista acredita que lojista e
consumidor final terão vantagens com o 5G.
"A adoção de novas
tecnologias para aprimorar a experiência dos clientes deve ser encarada como
uma ação constante - e que não pode ficar restrita ao que acontece até o momento
de se levar o carrinho até o caixa", diz.
Tamanho poder nas mãos do
consumidor contribui diretamente para o desenvolvimento do setor. Dentre as
inúmeras melhorias em nosso cotidiano, Barletta destaca que os pagamentos
feitos em lojas físicas e on-line, por exemplo, devem chegar a um patamar
frictionless (sem atrito, em português) com a implementação de soluções com
biometria, pagamentos sem cartão, uso de reconhecimento facial, aplicativos
para o autoatendimento, via smartphone, entre outros.
Na prática, toda essa
inovação proporciona maior conectividade e transferências de dados, rapidez na
comunicação, mais facilidade para visualizar produtos e finalizar compras,
menor instabilidade na rede, facilidades nos processos de pagamentos - são
muitas as eficiências esperadas e que devem impactar diretamente na tomada de
decisão.
Na outra ponta, a
implementação da Internet das Coisas, com a conexão de aparelhos domésticos aos
smartphones, promove experiências imersivas que devem ser aceleradas pelo 5G. O
consumidor poderá, por exemplo, visitar uma loja virtual, “tocar” os produtos,
comprar e pagar dentro do ambiente de realidade virtual, criando uma
experiência única ou até receber mercadorias por drones.
Veja, de forma resumida,
outros impactos esperados do 5G no varejo em geral:
- Evolução na questão
técnica, como a velocidade de transmissão de dados. Fala-se no dobro da
velocidade que o 4G oferece atualmente.
- Baixa latência, ou seja,
uma redução significativa de tempo entre o momento que se dá início a um comado
e a resposta disso. Isso pode fazer muita diferença em uma operação de compra
on-line. Segundo um relatório da ReadyCloud, páginas que demoram a carregar,
principalmente na hora do checkout, podem aumentar o abandono de carrinhos em
75% e derrubar a lealdade em 50%.
- Maior possibilidade de
conectar mais dispositivos em uma mesma rede sem perder velocidade e qualidade.
- Maior eficiência
energética, ou seja, economia de bateria de equipamentos.
- Maior acesso a celulares e
outros dispositivos da casa do consumidor, como geladeira e televisão. Fala-se
muito nesse tipo de tecnologia (Internet das Coisas), mas ainda não há
qualidade na proposta de utilizar a internet para comandar dispositivos da casa.
- Maior uso de realidade
aumentada e virtual na experiência de compra, que ainda é utilizada de forma
muito inicial no varejo.
- Maior presença e uso de
live commerce.
- Ascensão do metaverso e de
maior interação entre as empresas e consumidores no cenário digital.
- Mais espaço para o uso de drones para a entrega
de mercadorias e o aumento de dronepoints
Repórter mserrain@dcomercio.com.br
https://dcomercio.com.br/categoria/tecnologia/o-antes-e-depois-do-5g-no-varejo
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