ESPECIALISTA
EM LIPEDEMA RESPONDE DÚVIDAS DAS MULHERES QUE SOFREM COM A DOENÇA
Dr. Fábio Kamamoto reuniu algumas das principais questões
das mulheres que têm Lipedema para ajudá-las a entender melhor a doença
Cerca de cinco
milhões de mulheres no Brasil, segundo pesquisas recentes,
podem ter Lipedema e não sabem. Esta realidade, felizmente, está prestes a ser
transformada, graças à conquista da CID 11, que começou a vigorar no
começo de 2022. Hoje, o Lipedema já é uma doença reconhecida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) e, em breve, deverá ser melhor diagnosticada pela
classe médica. No entanto, ainda pairam muitas dúvidas sobre
essa doença entre as brasileiras. No Mês da Mulher, conheça cinco
questões de quem sofre com o Lipedema respondidas
pelo médico pioneiro no tratamento da doença no país, dr. Fábio Kamamoto,
diretor do Instituto Lipedema Brasil:
1. Lipedema é celulite?
2. Por que Lipedema é
confundido com obesidade?
Durante muito tempo, o Lipedema foi (e ainda é) uma doença
subdiagnosticada por médicos e pela sociedade. “Era mais fácil dizer à mulher
que ela estava fora do peso do que fazê-la procurar ajuda e informação”,
comenta dr. Kamamoto. Agora, com a CID 11 – que entrou em vigor em janeiro
deste ano - esperamos que a classe médica comece a enxergar e a entender esta
doença, e possa ajudar essas milhões de mulheres no Brasil que durante muito
tempo acharam que estavam obesas e acima do peso. Hoje, o Instituto Lipedema
Brasil, que é um centro de referência da doença no Brasil, compartilha
conhecimento não só para as mulheres, mas também para a classe médica, e luta
por essa transformação social.
3. Se eu fizer dieta e
exercícios físicos vou me livrar do Lipedema?
Não, a dieta e os exercícios físicos vão fazer a mulher
perder peso na parte superior do corpo. Onde ela tem o Lipedema, geralmente nas
partes inferiores, as pernas continuarão igual, ou seja, maiores e com os
nódulos de gordura.
4. O convênio e o SUS
cobrem o tratamento de Lipedema?
Não. Ser pouco conhecida não só pelas pessoas, mas especialmente
pelos médicos, é um dos pontos de atenção, pois dificulta ajuda médica e não
garante tratamento pelo SUS ou convênios. No entanto, no início de 2022, o
Lipedema foi reconhecido como doença na nova Classificação Internacional de
Doenças – a CID 11 -, que entrou em vigor no primeiro dia do novo ano. E o que
se espera é um novo olhar das autoridades para essa doença. No paralelo, o
Instituto Lipedema Brasil, por meio de uma campanha no Youtube e no Instagram,
luta pela democratização do acesso ao tratamento da doença no Brasil, como já
acontece em outros países como os Estados Unidos. Atualmente, a campanha conta
com mais de 11,5 mil assinaturas.
5. Lipedema tem cura?
Não, mas tem tratamento. São dois tipos: o clínico e o cirúrgico. O clínico é composto por dieta anti-inflamatória (ingestão de legumes, carnes, sem sódio e glúten ou bebidas alcóolicas); uso de plataforma vibratória, que diminui o inchaço nas regiões; drenagem linfática para tirar o excesso de líquido; e, por fim, atividade física preferencialmente de baixo impacto. Estas ações amenizam os sintomas, mas não resolvem o problema da gordura nas regiões dos braços, pernas e quadril, pois não extrai as células doentes. Já o cirúrgico é feito com lipoaspiração e é definitiva. “Uma vez removida, esta gordura não volta mais, pois não há multiplicação dessas células. É possível remover por meio de lipoaspiração até 7% do peso da mulher”, finaliza dr. Kamamoto.
Créditos das fotos: arquivo LIONS/ divulgação Instituto Lipedema Brasil
Instituto Lipedema Brasil
www.institutolipedemabrasil.com.br
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