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depressão aumentou entre crianças durante pandemia; inteligência emocional deve
ser trabalhada desde Educação Infantil, dizem especialistasDivulgação
Quase dois anos de aulas híbridas ou 100% on-line,
incertezas, medos e perdas. A saúde mental da maior parte das pessoas foi
afetada, em maior ou menor grau, pela pandemia de covid-19. Entre as crianças
não foi diferente. De acordo com um levantamento da Universidade de Calgary, no
Canadá, publicado no JAMA Pediatrics, uma em cada quatro crianças está sofrendo
de depressão devido à pandemia. Os pesquisadores analisaram 29 estudos feitos
com crianças e adolescentes de vários países.
Combater esse problema é uma missão complexa, que
passa por uma escuta qualificada não apenas dos familiares, mas também dos
profissionais que convivem com essas crianças no ambiente escolar. Para a
consultora pedagógica do Aprende Brasil, Sandra Hoffmann, uma das formas de
ajudar a evitar a depressão infantil é trabalhar a inteligência emocional desde
os primeiros anos da vida escolar, ainda na Educação Infantil. “É fundamental
que as crianças aprendam a lidar com as emoções e sentimentos. Quanto mais cedo
começar esse trabalho, mais seguras elas se sentirão ao longo da vida,
exercitando valores como o respeito, a empatia e a autoconfiança”, afirma
Sandra.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) prevê esse
tipo de acompanhamento. Afinal, é na escola que a criança precisa enfrentar
seus primeiros desafios, onde começa a socializar e aprende a lidar com as
próprias frustrações e conquistas.
Saber ouvir é indispensável
Além de oferecer à criança tudo o que ela precisa
para se desenvolver bem - moradia digna, alimentação saudável e equilibrada,
roupas adequadas e educação de qualidade -, também é imprescindível fazer com
que ela perceba que é um ser humano completo. Isso inclui saber ouvir e levar
em consideração o que ela tem a dizer além da comunicação oral. “Precisamos
aprender a valorizar a voz infantil, observar a criança, estimular sua
autonomia, considerar suas vontades, seus medos e seus interesses. Tudo isso é
promover uma escuta qualificada e favorece o desenvolvimento da criança
enquanto pessoa”, diz a educadora. Esse é o tipo de iniciativa que exige
esforço também da escola.
Um exemplo prático vem da rede municipal de
Educação de Além Paraíba, Minas Gerais, que criou um projeto de acompanhamento
psicológico para ajudar professores e estudantes ao longo da pandemia. Mesmo
nas fases mais graves de contágio pela doença, o atendimento seguiu sendo
realizado por ferramentas como o WhatsApp e as chamadas de vídeo. A iniciativa
contribuiu para casos de ansiedade mais simples e também para situações mais
complexas, como perda de familiares para a covid-19. "Ouvir os pequenos
deve ser uma estratégia contínua", afirma Tatiana Reis Gonçalves, secretária
de Educação do município.
Para Sandra, quando a escola e a família caminham
juntas para garantir que as crianças tenham com quem contar, do ponto de vista
emocional, todos ganham. “Não se trata apenas de trazer as emoções para o
processo de desenvolvimento do indivíduo, mas de assegurar condições melhores
para que as crianças se tornem adultos éticos, autônomos e que sabem conviver
em sociedade”, arremata.
Para saber mais
O episódio 31 do podcast PodAprender, produzido
pela Editora Aprende Brasil, fala sobre “Como aplicar as competências
socioemocionais em sala de aula”, com a participação de Maíra Weber, doutora em
Educação e vencedora do prêmio Jabuti 2012, e de Leonardo de Souza Carvalho,
pesquisador no Laboratório de Psicologia Genética da Unicamp, que atua no
Núcleo de Investigação Psicopedagógica dos Problemas de Aprendizagem e
Desenvolvimento. Todos os episódios do PodAprender estão disponíveis no site do
Sistema de Ensino Aprende Brasil (sistemaaprendebrasil.com.br),
nas plataformas Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e nos
principais agregadores de podcasts disponíveis no Brasil.
Sistema de Ensino Aprende Brasil
http://sistemaaprendebrasil.com.br/
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