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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Vai viajar? Verifique se as cadeirinhas das crianças ainda são as adequadas para seu tamanho, peso e idade

Dados do Datasus de 2019 indicam que o trânsito é a principal causa de morte de crianças entre 1 e 14 anos. Em SP, corresponde a 37% dos falecimentos nesta faixa etária 

Especialistas comentam os melhores modelos do mercado e ensinam o passo a passo para a escolha da cadeirinha ideal

Frente ao expressivo número de mortes de crianças no trânsito, a cadeirinha continua sendo um dos principais itens do enxoval 

 

Depois de quase dois anos de pandemia, com aulas e trabalho à distância, é certo que diminuíram muito as saídas de casa com os bebês e crianças. Mais um motivo para sentar e entender qual o modelo ideal para os pequenos e pequenas da família. 

Importante lembrar que não é exagero esse cuidado no trânsito. Segundo dados do Datasus de 2019, o que mais mata crianças entre 1 e 14 anos são os acidentes na estrada. No estado de São Paulo, essa porcentagem chega a 37% das causas de morte. 

Dra. Natasha Vogel, ortopedista pediátrica, e Lory Buffara, consultora de enxoval da Mommys Concierge, são unânimes em dizer que esse item do enxoval é prioridade. “Além de ser um produto extremamente necessário, pois o bebê não pode andar no carro sem uma cadeira até os 10 anos de idade, ele pode salvar a vida do seu filho. Se tem um item que eu recomendo a não economizar no enxoval de bebê é a cadeira do carro, pois renunciar à qualidade e segurança por algo mais econômico, pode ter graves consequências”, alerta Lory. 

Sua compra e instalação não podem ficar para próximo do parto. A médica Natasha, mãe de duas crianças, relata que deixou a cadeirinha no porta-malas até o momento de deixar o hospital com seu primeiro filho. “De repente, meu marido, meu irmão e eu nos deparamos com o desafio de instalar a cadeirinha e foi uma verdadeira luta. Mas uma boa alma surgiu. O manobrista do estacionamento da maternidade, vendo a dificuldade, ofereceu ajuda e disse que a situação era comum. Por isso, já estava acostumado com todos os modelos”. 

Para que ninguém mais passe por essa espera, com um recém-nascido no colo, vamos às dicas certeiras dessas profissionais e da Fabiana Milan, gerente de marketing da Alô Bebê, que possui diversos modelos à venda. Um diferencial da rede é que o cliente sai com a cadeirinha instalada no carro, mesmo comprando online esse é um diferencial da Alô Bebê que faz a instalação para o cliente.

 

Vamos às dicas: 

1 -- Atenção, pais: vocês são os responsáveis pela segurança do seu filho também no trânsito. Então, saiba que o uso da cadeirinha está previsto por lei e até os 10 anos ou/e atingir 1,45 m não há por que descuidar. A última mudança na lei ocorreu em 2021. “Antes, era obrigatório o uso até os 7 anos e meio. Mas, desde o início do ano, foi estendido aos 10”, informa a médica. 


2 -- Existem diversos modelos que acompanham o desenvolvimento da criança. É importante checar o mais indicado para a idade e como instalar adequadamente. “Os assentos de segurança não podem ficar nem folgados e nem muito apertados”, recorda Natasha. 


3 -- Observe se há selo do INMETRO. Isso demonstra que o equipamento obteve aprovação nos testes exigidos pelas normas técnicas de fabricação e segurança. 


4 -- Nunca transporte a criança no banco da frente, tanto em carros com airbag -- que oferecem risco de ferimentos graves -- como pelo fato de ser sabido que o local mais seguro é na parte central do banco de trás -- por estar mais distante dos vidros traseiros também. “Nessa posição há até́ 24% menos risco de morte do que nas posições laterais. Mas ele só pode ser transportado no centro do banco se tiver um cinto de 3 pontos ou ISOFIX. Caso contrário, a cadeirinha deve ser colocada onde tenha esse cinto”, explica a ortopedista pediátrica.

Natasha explica que “desde 2020, os automóveis devem possuir uma ancoragem inferior, que é o famoso ISOFIX, e só ele não basta. O carro deve ter uma ancoragem do tirante superior também ou um dispositivo de fixação para retenção da criança em um dos assentos do banco traseiro”. O ISOFIX é uma ferramenta que permite uma acoplagem mais fácil ao banco, aumenta a eficiência do sistema, além de conferir maior estabilidade lateral e rigidez da fixação e, no caso de colisão, a desaceleração será a mesma da cadeira e do carro.

 

5 -- As cadeirinhas necessitam ser presas com o cinto de segurança sempre e, em hipótese alguma, deve-se colocar o cinto de 3 pontos por baixo do braço da criança ou por trás das costas dela. “Nem precisamos dizer que os pequenos não devem ficar de pé entre os bancos, enquanto o carro estiver em momento, e os bebês não podem ser levados no colo”, pontua a médica.

 

 

Para cada idade, há modelos mais indicados: 

- Recém-nascidos até 1 ano: devem ser transportados com as costas voltadas para a frente do carro na cadeirinha de segurança no banco de trás, presa ao banco com o cinto de 3 pontos ou ISOFIX. “O bebê ficará olhando o banco de trás do carro. Por isso, espelhos são úteis quando há só o motorista e o bebê no carro. Para garantir a segurança, a cadeirinha não pode se mover mais do que 2 cm de um lado para o outro; e deve ter um espaço de folga de 1 dedo entre o pequeno e o cinto. Para aqueles que ainda não sustentam a cabeça ou não conseguem manter o seu equilíbrio, o assento deve ter o formato de concha, mantendo uma leve inclinação com a cabeça mais elevada que os pés. Esse assento pode ser utilizado desde o nascimento até 1 ano de idade e pesar 9 kg, na maioria dos casos”, detalha a médica.

Para Lory, a primeira escolha a fazer é decidir entre um bebê conforto ou uma cadeira de carro para o seu bebê que está para nascer. O bebê conforto é uma cadeira de carro portátil, que é usada desde recém-nascido até 1 ano. É usado tanto no carro quanto na estrutura do carrinho de bebê. Já a cadeira do carro é um produto com uso por mais tempo, pois vai desde recém-nascido até 4,6 kg ou 10 anos, dependendo do modelo. Fica no carro o tempo todo e pode virar tanto de costas (até o primeiro ano) ou de frente. “A minha dica é: se está com orçamento mais flexível, opte por um bebê conforto, pois ele vai ser mais prático para o bebê e os pais. Após um ano de uso, faça um upgrade para uma cadeira de carro. Agora, se o orçamento for reduzido, a cadeira de carro é interessante, pois ocorrerá a compra de um produto que durará muito tempo”, explica a consultadora de enxoval.


- De 1 até os 4 anos: ficam voltadas para a frente do carro, também presas ao banco com cinto de 3 pontos ou ISOFIX. Esse sistema possui um suporte alto para a cabeça; pode ser semirreclinado e suporta crianças de até 13 kg.

 

- Dos 4 até os 10 anos: pode-se trocar a cadeirinha por assento de elevação, os boosters. Eles adequam a altura da criança ao cinto de segurança do carro, mantendo a tira superior no ombro e a inferior na cintura (abaixo da barriga). O uso desse assento é indicado até a criança atingir 36 kg, 1,45 m e, aproximadamente, 10 anos. “Caso a criança comece a usar o cinto do carro, mas ele passe no seu abdómen e entre o pescoço e face, isso pode predispor lesões no abdómen e na coluna cervical, em caso de colisão. Então, evite essa posição”, alerta Natasha.

 

- Com mais de 10 anos e 1,45 m de altura: podem ser transportadas com o cinto de 3 pontos no banco traseiro. “Devemos sempre dar o exemplo. Então, você adulto, sempre use o cinto de segurança”, reforça a médica.

 

Ao chegar na loja, o que é necessário avaliar: 

1 -- Veja quais são os itens de segurança que a cadeira apresenta: observe a base, o cinto de segurança, proteções laterais, como é o material interno da cadeira e o selo do Inmetro.

2 -- Confirme a praticidade para instalar. “O ideal é que seja fácil de instalar e desinstalar, para mudança de carro. O sistema ISOFIX é o mais prático e seguro, porque suas presilhas se conectam diretamente no assento do seu carro. Essas presilhas garantem a instalação correta da cadeira. Não são todas as cadeiras de carro que vem com esse sistema. Por isso, preste atenção antes de fazer a escolha. Verifique também se o seu carro tem esse mesmo sistema ISOFIX”, indica Lory.

3 -- Certifique-se de que o tecido da cadeira é fácil de limpar. “Deve ter toque delicado e proporcionar conforto para o bebê”, indica a consultora.

4 -- Procure modelos com itens como: base giratória (facilita na hora de colocar o bebê); base com pé (proporciona uma segurança extra); e sistema que detecta se o bebê abriu o cinto de segurança, ou se ficou esquecido no carro.

 

“No momento da escolha da cadeirinha ideal, o primeiro ponto a ser levado em consideração é se o carro onde ela será instalada possui o sistema ISOFIX ou não. Algumas cadeiras como a Multifix e a Only One, por exemplo se encaixam tanto no ISOFIX, quanto no cinto de segurança. Outras, como a Spin e a Seat4Fix só se encaixam no sistema ISOFIX. O recline e o peso indicado também devem ser pontos de atenção para que o bebê ou a criança fique o mais confortável e segura possível durante o passeio”, explica Fabiana Milan, gerente de marketing da Alô Bebê. 




Dra. Natasha Vogel - Médica Assistente em Ortopedia e Traumatologia do HSPM-SP São Paulo, Brasil Mestrado em Ciências do Sistema Muscoesquelético. Universidade de São Paulo, USP São Paulo, Brasil. Especialização -- Residência Médica Universidade de São Paulo, USP São Paulo, Brasil,

Título: Ortopedia Pediátrica. Especialização -- Residência Médica. Hospital do Servidor Público Municipal, HSPM/SP São Paulo, Brasil

Título: Ortopedia e Traumatologia. Graduação em Medicina Faculdade de Medicina de Jundiaí, FMJ Jundiai/SP, Brasil

 

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