Uranio Bonoldi, autor da série literária A Contrapartida, comenta sobre o que levar em conta antes de tomar uma decisão
O que é uma decisão fácil e o que é uma decisão difícil?
Vamos começar pela fácil: ela tem pouca liberdade de escolha, consequências de
curto prazo, o impacto é baixo e normalmente não afeta terceiros. “Um exemplo é
a nossa alimentação. A liberdade de escolha é limitada, -- me alimento agora ou
não? Como algo leve ou mais pesado? E o impacto no caso de erro é pequeno -
caso não haja algum problema de comorbidade em jogo, claro”, comenta Uranio
Bonoldi, autor da obra A Contrapartida, um thriller que fala exatamente sobre o
poder das decisões.
Já a decisão difícil, tem ampla liberdade de escolha, as
consequências são de longo prazo e impacta terceiros. “A escolha de uma
profissão. Um jovem saindo do ensino médio tem mais de 2000 profissões para
escolher, ou seja, enorme liberdade de escolha, a noção de erro ou acerto só
virá no longo prazo, o impacto é alto e envolve terceiros -- imaginem um piloto
de avião ou um médico que escolheram a profissão de maneira equivocada”,
exemplifica o escritor.
Com o volume I lançado em 2019 e agora emplacando o
segundo volume do thriller no mercado editorial, a história da trama mostra
Tavinho, um jovem que perdeu o pai ainda criança, tendo que fazer escolhas que
irão mudar drasticamente todos ao seu redor -- o personagem vai fundo ao
passado para saber em detalhes as circunstâncias que levaram seu pai à morte,
mas esta ação abriu caminho para revelações de outros segredos ocultos.
“É importante saber identificar quais são as decisões
difíceis, para que possamos parar e refletir melhor sobre elas. Porém jamais
adiá-las ou paralisá-las, e nem deixar que os outros tomem a decisão por nós”,
diz Uranio. Mas por onde começar? “É necessário buscar o autoconhecimento,
saber quais são os seus valores e com base nisso, fazer três perguntas a si
mesmo: estou baseando essa decisão na minha essência ou na opinião dos outros?
Estou decidindo para atender apenas os meus desejos ou o que é melhor para o
maior número possível de pessoas? Quais as origens e consequências da
decisão?”, completa.
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