Olho seco é comum na gripe e o desconforto ocular mais frequente da COVID em 38 estudos.
Como se já não bastasse a pandemia de COVID-19, o Brasil
vive um epidemia de gripe. Nesta situação os olhos podem se tornar um risco à
saúde. De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido
Burnier de Campinas a primeira medida para evitar que funcionem como porta de
entrada da Flurona, contaminação simultânea por COVID-19 e influenza, é manter
a boa lubrificação. “O filme lacrimal tem a função de proteger e alimentar a
superfície de nossos olhos para mantermos a integridade do globo ocular e
enxergarmos com clareza”, explica. Antes da pandemia, a estimativa era de que o
olho seco atingia 12,6% da população ou 25 milhões de brasileiros,
na proporção de 3 mulheres para cada homem. “A COVID-19 aumentou o olho seco
por causa do confinamento, falta de exposição ao sol, aumento do uso das telas
eletrônicas por todas as faixas etárias e uso durante as atividades online de
lentes de contato gelatinosas que absorvem mais água”, afirma.
Estudos e sintomas oculares da gripe
Uma meta-análise de 38 estudos publicada no renomado periódico científico, Journal of Ophthalmic and Vision Research, evidencia o aumento do olho seco causado pela COVID-19. pandemia. Todos os 8.219 participantes contraíram covid-19 e 11% sentiram desconforto nos olhos. De todas as queixas, o olho seco foi a mais frequente com 16% de prevalência.
O oftalmologista ressalta que quando temos gripe ficamos
com os olhos vermelhos porque ocorre uma alteração na lágrima. “Além da
vermelhidão também coçam e a visão pode ficar embaçada”, afirma. Não por acaso
uma das maiores causas de consulta oftalmológica é o olho seco. O médico
conta que muitos pacientes confundem com mudança no grau dos óculos.
Causas e tratamentos
Queiroz Neto esclarece que a lágrima é formada por três
camadas: oleosa, aquosa e outra de mucina, glicoproteína do muco. “Estudos mostram
que a maior causa do olho seco é a obstrução das pequenas glândulas de
Meibômio”, afirma. Isso porque, estas glândulas localizadas nas bordas
das pálpebras são responsáveis pela secreção da camada oleosa que dá
estabilidade e evita a evaporação da lágrima. No canto interno do olho é
produzida a camada aquosa pela glândula lacrimal que liga os olhos ao nariz e,
portanto, ao sistema respiratório. A camada de mucina é mais interna e sua
deficiência naturalmente desequilibra o filme lacrimal.
O tratamento do olho seco brando é feito com colírio
lubrificante. O oftalmologista explica que as fórmulas variam para reequilibrar
uma das camadas da lágrima. Por isso, se os seus colírios não diminuem o
desconforto, melhor passar por uma avaliação oftalmológica.
“Alguns pacientes adiam tanto a consulta que quando
chegam ao consultório já estão com a glândula de Meibômio danificada”, lamenta.
O melhor tratamento para desobstruir esta glândula é a luz pulsada. Requer três
aplicações em intervalos de 15 dias” comenta. O especialista conta que criou um
óculos /compressa que torna o tratamento ainda mais efetivo.
Prevenção
As principais dicas de Queiroz Neto para proteger sua
saúde são:
·
Mantenha
os ambientes bem ventilados. A troca de ar ajuda eliminar os vírus do ambiente.
·
Ao
usar ar-condicionado abra as janelas a cada hora para trocar o ar
·
Nas
telas pisque voluntariamente e olhe para o horizonte por 5 minutos/hora.
·
Reforce
o consumo de água especialmente se tomar diurético ou corticoide.
·
Mantenha
a glicemia controlada. O descontrole desidrata todo o organismo.
·
Peixes
gordos, amêndoas e semente de linhaça reforçam a camada lipídica da lágrima.
·
Relaxe.
O stress esgota as glândulas suprarrenais que controlam o fluxo de líquido no
organismo.
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