Para ser uma doadora, a mãe que amamenta pode procurar os locais do banco de leite humano mais próximo da sua residência para entregar a sua doação
A ausência de estudos sobre o
aleitamento materno na área rural não faz dela uma prática irrelevante. Afinal,
o leite materno é a principal fonte de nutrição dos recém-nascidos e o único
alimento recomendável até os 6 meses de idade do bebê.
Com uma composição química bem
balanceada, o leite materno é capaz de suprir as necessidades fisiológicas do
bebê. De fácil digestão, o alimento ainda mata a sede e provê a primeira
proteção imunológica ao recém-nascido, ajudando a protegê-lo contra diarreias,
inflamações no ouvido e doenças respiratórias. O ato de sugar também é um
exercício importante para o desenvolvimento adequado da musculatura facial do
bebê.
No entanto, a amamentação exclusiva
aos filhos recém-nascidos nem sempre é possível. Desta forma, existem campanhas
nacionais de incentivo à doação do leite materno excedente. Em 2020, por
exemplo, mesmo com o novo coronavírus, o volume de leite doado foi 2,7%
superior ao ano anterior, segundo dados do Ministério da Saúde. De acordo com o
órgão governamental, a partir da doação de 182 mil mulheres foram coletados 229
mil litros de leite materno, sendo que 157 mil litros foram distribuídos, beneficiando
212 mil recém-nascidos.
Doação de leite materno
Apesar do aumento, as instituições de
saúde acreditam que é preciso avançar mais. Por isso, existem os bancos de
leite espalhados por todo o País como, por exemplo, o Lactare, o primeiro banco
de leite privado idealizado por uma farmacêutica, a Eurofarma. Criado há dois
anos, o projeto social orienta as mães que estão em fase de amamentação e as
estimula a doar seu leite excedente, ajudando a nutrir recém-nascidos
internados em UTIs neonatais.
"A partir do momento que uma mãe
doa o leite materno, ela está doando uma vida a mais para o recém-nascido da
UTI. Existem comprovações que o bebê que recebe este alimento sai antes da
internação. Isso já é um motivo de muito orgulho para nós", diz a idealizadora
do projeto Lactare, Maíra Billi.
Desde o início do projeto, o Lactare
coletou mais de 2,6 mil litros de leite, ajudando na recuperação de mais de mil
recém-nascidos internados nas UTIs dos Hospitais Gerais de Itapevi, Cotia e
Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Incentivo a doação no campo
Muito tem se falado sobre a presença
da mulher no Agro, mas é preciso ter um olhar mais abrangente que transcenda o
exercício laboral. Desde sempre a mulher é protagonista e contribuiu para que o
setor alcançasse sua atual posição de liderança.
Entretanto, muito mais que a figura
profissional, a mulher desempenha vários papéis, dentre eles o de ser mãe,
tendo a amamentação como uma das grandes demonstrações de cuidado e amor pelos
seus filhos.
Amamentar também é um ato de proteção
e que precisa começar a ser preparado antes mesmo do nascimento do bebê. A
alimentação e dieta adequadas, exercícios, aprendizado sobre assepsia e
cuidados com os seios, são algumas das muitas informações que a futura mamãe
precisa saber. Mas também precisa saber que a doação de leite materno constitui
um ato humanitário.
Nesse sentido, projetos como o
Lactare são tão importantes para a propagação de conhecimento e de ajuda, tanto
para as mamães que precisam receber a doação de leite para amamentar seus
filhos, quanto para as mães que podem doar.
“As mulheres do campo são verdadeiras
heroínas que desempenham vários papéis: além de produtoras, são mães,
educadoras e donas de casa. Muitas dessas mulheres, especialmente as que fazem
parte da agricultura familiar - das micros e pequenas propriedades - têm
limitação de acesso às informações sobre como doar e como receber a doação do
leite materno”, declara o idealizador e mentor do movimento Todos A Uma Só Voz,
Ricardo Nicodemos.
“Quando conhecemos o projeto Lactare
nos encantamos com seus propósitos e entendemos que o nosso Movimento pode
contribuir ajudando a disseminar as informações de uma iniciativa tão bonita e
louvável como essa. Afinal, assim como o Agro é paz, o amamentar é vida e amor.
E nós queremos propagar paz, vida e amor”, acrescenta.
Quem pode doar
Toda mulher que amamenta é uma
possível doadora de leite humano. Basta ser saudável e não tomar nenhum
medicamento que interfira na amamentação. Para ser uma doadora, procure os
locais do banco de leite humano mais próximo da sua residência para entregar a
sua doação.
Movimento Todos a Uma Só Voz apoia o
projeto Lactare
O Movimento Todos a Uma Só Voz apoia
o projeto Lactare. “É um projeto importante porque doar leite é doar esperança.
Afinal, um grande gesto pode salvar a vida de quem mais precisa”, afirma
Nicodemos.
Para saber mais sobre o projeto
Lactare, acesse: www.lactare.com.br.
Sobre o Todos a Uma Só Voz
Lançado oficialmente em fevereiro de
2021, conta com a ajuda de diversas associações, empresas e profissionais que
trabalham unidos em prol de gerar e disseminar conhecimentos de boa qualidade e
estimular a empatia da população urbana pelo campo e pelos produtores e
produtoras.
O Movimento tem o apoio institucional
da ESALQ-USP, ABAG, ABAGRP, ABCC, ABIA, ABIARROZ, ABIEC, ABISOLO, ABITRIGO,
ABMRA, ABPA, ABRAFRUTAS, ABRALEITE, ABRASEL, AGRITECH UFLA, AGROLIGADAS,
AGRORESET, AIPC, AMA BRASIL, ANDA, ANDAV, APROSOJA-RO, ASBRAM, CAPITALISMO
CONSCIENTE, CECAFÉ, CICARNE, CLIMATEMPO, CONGRESSO DAS MULHERES, DE OLHO NO
MATERIAL ESCOLAR, FENEP, GRUPO MULHERES DO BRASIL (COMITÊ AGRONEGÓCIO), IBÁ,
IBRAHORT, LIGA DO AGRO, PECEGE, SAE BRASIL, SINDAN, SINDIRAÇÕES, SISTEMA OCB,
SNA, YAMI. Conta com o apoio comercial das empresas Agroline, Attuale,
Coelho&Morello, Companhia de Estágios, Lamarca, RCom, RV Mondel,
TrahLahLah. E tem o patrocínio da CROPLIFE.
Para saber mais sobre o movimento,
acesse: http://www.todosaumasovoz.com.br
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