Dr. Nilo Frantz, especialista em reprodução humana, explica como ocorre esse tipo de gravidez e comenta quais os riscos e cuidados necessários durante a gestação
A personagem Ilana (Mariana Lima), de um Lugar Ao Sol, é uma ex-modelo e bem-sucedida empresária dona de uma produtora, que aos 45 anos descongelou seus óvulos e fez uma fertilização in vitro para realizar a vontade de ser mãe ao lado de seu par, Breno (Marco Ricca). Porém, a personagem da trama das 21h está enfrentando alguns problemas comuns ocasionados pela chamada gravidez gemelar, quando ocorre a gestação de dois bebês ao mesmo tempo, em mulheres com idade avançada. Para explicar mais sobre as principais características desse tipo de gravidez, o médico Nilo Frantz, especialista em reprodução humana e diretor técnico da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, em São Paulo, detalha o que é e os riscos desse tipo de gestação.
O que é a gestação
gemelar e como ela ocorre
A gestação gemelar é aquela em que a
mulher engravida de mais de um bebê ao mesmo tempo, quando dois ou mais fetos
se desenvolvem simultaneamente no útero materno. “Ela pode ocorrer de duas
formas, resultando em gêmeos não idênticos, que podem ser até mesmo de sexos
diferentes, e representam 80% dos nascimentos gemelares, ou idênticos, também
chamados de univitelinos, que são 20% dos casos”, explica o Dr. Nilo Frantz,
fundador da clínica.
Os gêmeos univitelinos são aqueles que
resultam de um único óvulo, que, após ser fecundado por um espermatozoide, se
divide e origina dois embriões. Como partiram da mesma fecundação, eles são do
mesmo sexo e carregam o mesmo DNA, por isso nascem com características
idênticas. Caso a ruptura celular aconteça mais de uma vez, surge a
possibilidade de ocorrer uma gravidez de trigêmeos ou quadrigêmeos. Além disso,
o tempo de demora na divisão do zigoto vai determinar se os gêmeos irão
compartilhar ou não a placenta e o saco gestacional.
Já a formação de gêmeos bivitelinos,
conhecidos também como fraternos, ocorre quando a mulher libera dois óvulos ou
mais, e cada um é fecundado por um espermatozóide diferente. Nesse caso os
gêmeos apresentam diferenças em suas genéticas, evoluindo cada um em sua
própria placenta e membrana. Ou seja, é como se fossem duas gestações
diferentes, sendo compartilhado somente o útero.
Quando é possível
ter gêmeos?
De acordo com estudos da clínica Nilo Frantz,
a frequência de nascimentos de gêmeos é de 1 em cada 80 e de trigêmeos é de 1
em cada 6.400, já quadrigêmeos e demais casos ocorrem uma vez em cada 512.000
nascimentos. Normalmente, o caso mais comum é o de gêmeos fraternos, onde a mãe
libera mais de um óvulo, porque, entre os fatores externos que influenciam esse
tipo de gestação, a maioria está relacionada com fatores genéticos ou
características da parte materna.
“A chance de uma gravidez múltipla é maior quando envolve herança genética, partos gemelares anteriores e quando a mulher possui mais de 30 anos ou utiliza medicamentos para aumentar a fertilidade. Entretanto, caso esses quesitos não sejam atendidos e a gravidez gemelar seja desejada, é possível realizar a fertilização in vitro, onde a reprodução assistida transfere mais de um embrião ao útero materno”.
Quais os riscos e
cuidados necessários
A gestação gemelar é considerada uma
gravidez de alto risco que necessita de mais cuidados do que aquelas que
possuem apenas um feto. Portanto, para cuidar da saúde da mãe e dos gêmeos é
recomendada a realização de um número maior de consultas, para que o médico
possa acompanhar o desenvolvimento dos bebês. “Nesses casos, é indicado que a
frequência das consultas médicas sejam mensais do início da gravidez até o
final do 2º trimestre, quinzenais durante todo o 3º trimestre e semanais por
volta da 33ª, 34ª semana até o parto”, comenta o Dr. Nilo Frantz.
Entre os possíveis riscos que podem
surgir em uma gravidez gemelar estão o aborto espontâneo, diabete gestacional,
anemia materna e malformação fetal no caso de os fetos dividirem a mesma
placenta. Entretanto, o risco mais comum em uma gravidez de gêmeos é o parto
prematuro, que ocorre antes da 37ª semana em metade dos casos, tendo as chances
aumentadas quando são mais de dois bebês.
“Por isso é preciso descansar bastante,
já que o repouso é importante para prevenir o parto prematuro. Outros cuidados
recomendados são: evitar a ingestão de bebida alcoólica e o uso de cigarros, e
outras drogas, não perder nenhum dia do pré-natal e visitar o obstetra
regularmente. Além disso, é preciso cuidar da alimentação e praticar atividades
físicas com moderação. Essas recomendações ajudam não somente a manter a boa
saúde da mãe e dos bebês como a diminuir os sintomas, que costumam ser mais
frequentes e intensos na gestação gemelar”.
Nilo Frantz Medicina Reprodutiva
Endereço: Av. Brasil, 1150 - Jardim América - São Paulo - SP,
01430-001
Telefone: (11) 3060-4750
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