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segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Como diferenciar os sintomas de Influenza, Ômicron e Flurona?

Especialista do Hospital Paulista alerta para principais sinais de cada doença e destaca importância de manter distanciamento e uso de máscara


Um novo termo tem se popularizado nos últimos dias: "Flurona". A palavra tem sido utilizada para descrever os casos de infecção simultânea ou coinfecção por Covid-19 e gripe.  

Dra. Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, explica que, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não se trata de um novo vírus, mas uma contaminação concomitante de dois vírus diferentes.  

Conforme a especialista, Flurona vem da junção da palavra gripe em inglês (“flu”) com o Coronavírus (“rona”). O termo, segundo a médica, serve para descrever uma situação mais comum do que se imagina.

“Infectar-se por dois vírus não é uma situação rara de acontecer. Isso é comum, principalmente em períodos como o que estamos passando, com números elevados de pessoas com Covid-19 e Influenza, ambas doenças de fácil transmissão.”

Dra. Cristiane afirma que, como consequência dos dois tipos de vírus, é possível que, em alguns casos, o paciente apresente sintomas das duas doenças ao mesmo tempo.

“Em ambos os quadros, os sinais tendem a ser muito semelhantes, porém, no caso da Covid, eles podem mudar de acordo com a variante. Atualmente, a Ômicron já é responsável pela maioria dos casos no Brasil.”

 

Confira os sintomas mais comuns em cada caso:

 

Influenza A (H3N2 de cepa Darwin) -- Febre alta, tosse, garganta inflamada, calafrios, fadiga e dores de cabeça, no corpo e nas articulações. “Nos últimos meses, esse tipo de gripe contribuiu para um aumento de infecções em um período atípico no Brasil. Isso preocupa, pois torna a mucosa nasal mais exposta a outros vírus, como o da Covid-19”, explica a médica.

 

Variante Ômicron -- Cansaço extremo, dores pelo corpo, na cabeça e inflamação na garganta e febre.

 

Flurona -- Tosse seca, febre, cansaço e perda do paladar ou do olfato, além de dores de cabeça, garganta inflamada, olhos vermelhos ou irritados.  

A especialista destaca que as principais diferenças entre os sintomas da Influenza e da Ômicron estão relacionadas à evolução do quadro. “No caso da Influenza, o início é súbito, com manifestações importantes: nas primeiras 48 horas há febre alta e dor no corpo, melhorando ao longo do tempo. Essa gripe dura sete dias, em média.”  

A Covid, por sua vez, apresenta uma evolução mais progressiva. “Ela pode começar com sintomas leves, como febre baixa e discretas dores no corpo, que costumam ficar mais importantes com o passar do tempo. Em casos moderados, a febre e a tosse são persistentes, bem como a fraqueza muscular e a falta de apetite. Já nos casos graves, a falta de ar e a queda da saturação do oxigênio são mais frequentes.”

 

Prevenção 

Além do aumento nos casos de Covid, principalmente pela variante Ômicron, o Brasil ainda enfrenta um surto de Influenza em diversas capitais.  

De acordo com a otorrino, o aumento dos casos de Covid se deve à facilidade de transmissão da nova variante, além da redução das medidas de proteção. Sobre os casos de gripe, Dra. Cristiane explica que o aumento pode estar ligado à linhagem Darwin, que não está incluída na composição das atuais vacinas em uso no hemisfério Sul.  

Para prevenir ambas as infecções, incluindo a coinfecção Flurona, a especialista recomenda o uso de máscaras faciais, principalmente as do tipo PFF2 ou N95; evitar aglomerações e praticar a desinfecção frequente das mãos com álcool gel 70%, ou, preferencialmente, a lavagem com água e sabão; manter o distanciamento social; e evitar compartilhar objetos de uso pessoal. 

Segundo a médica, a maioria dos casos graves ocorreu em pacientes não vacinados contra a Covid-19, por isso a vacinação é a mais importante medida de proteção.  

“Devemos nos vacinar, completando todas as etapas de imunização indicadas pelo Ministério da Saúde, além de manter as recomendações de distanciamento e evitar aglomerações. Não é momento de afrouxar os cuidados, mas intensificá-los para que, no futuro, possamos sair dessa”, finaliza a médica.



Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

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