Especialista do Hospital Paulista alerta para
principais sinais de cada doença e destaca importância de manter distanciamento
e uso de máscara
Um novo termo tem se popularizado nos últimos dias: "Flurona". A
palavra tem sido utilizada para descrever os casos de infecção simultânea ou
coinfecção por Covid-19 e gripe.
Dra. Cristiane Passos Dias Levy,
otorrinolaringologista do Hospital Paulista, explica que, ao contrário do que
muitas pessoas pensam, não se trata de um novo vírus, mas uma contaminação
concomitante de dois vírus diferentes.
Conforme a especialista, Flurona vem da junção da
palavra gripe em inglês (“flu”) com o Coronavírus (“rona”). O termo, segundo a
médica, serve para descrever uma situação mais comum do que se imagina.
“Infectar-se por dois vírus não é uma situação rara de acontecer. Isso é comum,
principalmente em períodos como o que estamos passando, com números elevados de
pessoas com Covid-19 e Influenza, ambas doenças de fácil transmissão.”
Dra. Cristiane afirma que, como consequência dos
dois tipos de vírus, é possível que, em alguns casos, o paciente apresente
sintomas das duas doenças ao mesmo tempo.
“Em ambos os quadros, os sinais tendem a ser muito semelhantes, porém, no caso
da Covid, eles podem mudar de acordo com a variante. Atualmente, a Ômicron já é
responsável pela maioria dos casos no Brasil.”
Confira os sintomas mais comuns em cada caso:
Influenza A (H3N2 de cepa Darwin) -- Febre
alta, tosse, garganta inflamada, calafrios, fadiga e dores de cabeça, no corpo
e nas articulações. “Nos últimos meses, esse tipo de gripe contribuiu para um
aumento de infecções em um período atípico no Brasil. Isso preocupa, pois torna
a mucosa nasal mais exposta a outros vírus, como o da Covid-19”, explica a
médica.
Variante Ômicron -- Cansaço
extremo, dores pelo corpo, na cabeça e inflamação na garganta e febre.
Flurona -- Tosse seca, febre, cansaço
e perda do paladar ou do olfato, além de dores de cabeça, garganta inflamada,
olhos vermelhos ou irritados.
A especialista destaca que as principais diferenças
entre os sintomas da Influenza e da Ômicron estão relacionadas à evolução do
quadro. “No caso da Influenza, o início é súbito, com manifestações
importantes: nas primeiras 48 horas há febre alta e dor no corpo, melhorando ao
longo do tempo. Essa gripe dura sete dias, em média.”
A Covid, por sua vez, apresenta uma evolução mais
progressiva. “Ela pode começar com sintomas leves, como febre baixa e discretas
dores no corpo, que costumam ficar mais importantes com o passar do tempo. Em
casos moderados, a febre e a tosse são persistentes, bem como a fraqueza
muscular e a falta de apetite. Já nos casos graves, a falta de ar e a queda da
saturação do oxigênio são mais frequentes.”
Prevenção
Além do aumento nos casos de Covid, principalmente
pela variante Ômicron, o Brasil ainda enfrenta um surto de Influenza em
diversas capitais.
De acordo com a otorrino, o aumento dos casos de
Covid se deve à facilidade de transmissão da nova variante, além da redução das
medidas de proteção. Sobre os casos de gripe, Dra. Cristiane explica que o
aumento pode estar ligado à linhagem Darwin, que não está incluída na
composição das atuais vacinas em uso no hemisfério Sul.
Para prevenir ambas as infecções, incluindo a
coinfecção Flurona, a especialista recomenda o uso de máscaras faciais,
principalmente as do tipo PFF2 ou N95; evitar aglomerações e praticar a
desinfecção frequente das mãos com álcool gel 70%, ou, preferencialmente, a
lavagem com água e sabão; manter o distanciamento social; e evitar compartilhar
objetos de uso pessoal.
Segundo a médica, a maioria dos casos graves
ocorreu em pacientes não vacinados contra a Covid-19, por isso a vacinação é a
mais importante medida de proteção.
“Devemos nos vacinar,
completando todas as etapas de imunização indicadas pelo Ministério da Saúde,
além de manter as recomendações de distanciamento e evitar aglomerações. Não é
momento de afrouxar os cuidados, mas intensificá-los para que, no futuro,
possamos sair dessa”, finaliza a médica.
Hospital
Paulista de Otorrinolaringologia
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