Especialista explica os cuidados adequados com a higiene bucal para evitar doenças e destaca a importância de fazer a troca da escova dental após infecção pela Covid-19
Em tempo de pandemia, o cuidado com a higienização
das mãos é primordial para evitar o risco de contágio pelo novo coronavírus. No
entanto, é preciso estar atento também à saúde bucal, que tem impactos em todo
o corpo, já que a boca pode ser uma porta de entrada para bactérias e outros
microrganismos. A cirurgiã-dentista e coordenadora do curso de odontologia
da Faculdade Pitágoras, Carolina Lage, explica que doenças bucais podem ser
agravantes para a Covid-19. “Qualquer doença que acomete a boca gera riscos
para todo o organismo porque essas doenças podem ter envolvimento de bactérias,
fungos e até mesmo vírus. E estudos mais recentes, publicados em revistas de
referência para a odontologia como o Journal of Clinical Periodontology, trazem
associações de doença periodontal à maior gravidade da Covid-19”, pontua a
dentista.
Carolina Lage explica que doença periodontal é uma
inflamação que acomete a região ao redor do dente, o periodonto, e que alguns estudos
a associam a uma maior gravidade em casos de coronavírus. “É uma doença
inflamatória considerada uma comorbidade. Pessoas com doenças periodontais,
caso contaminadas pela Covid-19, correm um risco 3 a 4 vezes maior de
desenvolver casos graves. Importante ressaltar que a doença periodontal não
causa Covid-19, mas pode agravar o quadro se a pessoa for infectada pelo
vírus”, explica a profissional da saúde.
A especialista reforça que problemas bucais podem
repercutir em todo o corpo, levando a algumas situações extremas como infecções
generalizadas. “Infecções da cavidade bucal podem cair na corrente sanguínea.
Além disso, a cavidade bucal tem íntima relação com outras estruturas corporais
como a cavidade nasal e fossa craniana. Ela também se comunica com os tratos
digestório e respiratório e, ainda, com o coração por meio das veias e
artérias. Toda e qualquer alteração na saúde bucal pode desencadear em
problemas sistêmicos. Manter a saúde bucal é imprescindível”, alerta a docente.
Outro ponto de atenção é com a troca da escova
dental. Uma dúvida muito comum é se quem teve Covid-19 precisa trocar a escova.
A professora conta que a troca da escova de dentes deve acontecer sempre que se
adoece, independentemente de ser coronavírus ou outra doença. “A indicação é
trocar a escova após a recuperação da doença. Toda vez que temos qualquer tipo
de doença respiratória ou que tenha envolvimento de vírus ou bactérias, eles
podem ficar alojados na escova de dente. Ela é um local úmido que permite a
fácil proliferação de fungos e bactérias. Se você não trocar a escova, o vírus
pode ficar armazenado nela e corre o risco de ter uma reinfecção”, alerta a
dentista. Outra indicação da especialista é que, independe de doenças, o ideal
é que as escovas sejam trocadas de três em três meses ou quando as cerdas não
estiverem mais eficientes.
E para manter a boca saudável, a professora destaca
outros pontos além da escovação. “Usar fio dental e visitar regularmente o
cirurgião-dentista são cuidados fundamentais para manter a saúde bucal. Mesmo
em tempo de pandemia é importante manter as visitas regulares ao dentista”,
conclui Carolina Lage.
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